Perdida

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BRUNO (RUIVO)

– Chama por favor mais uma vez, não é possível que ela não tenha escutado! - pedi ao DJ. Eu estava realmente desesperado, não sabia onde a Bel estava e o celular dela só caia na caixa postal. "Será que ela foi embora e não me avisou?" pensei, mas também eu não poderia ligar para o apartamento dela e perguntar ao seu namorado se ela já havia chegado. Não havia cabimento isso!

– Srta Isabele, por favor comparecer a mesa de som! - chamou novamente o DJ ao microfone. - senhor, acredito que ela já não esteja mais na boate, já chamei cinco vezes e se ela não veio aqui é porque provavelmente já está muito longe!

– Não é possível! Eu a levaria de carro! Não tem como ela ir embora daqui sozinha! - o desespero já havia tomado conta de mim. Morena estava ao meu lado o tempo todo em silêncio, de mãos dadas comigo, apenas oferecendo seu apoio. O chefe da segurança vem ate mim e faz sinal com os dedos pedindo que eu o seguisse. Fui atrás dele e entramos numa sala privada da boate.

– Senhor, todos os homens já vasculharam todas as dependências e não há sinal da garota. Ela não passou pela porta de saída e segundo informações a ultima vez que a viram, ela estava no terceiro andar, que é a parte de swing.

– Será que ela esta com alguém lá?! Vamos lá agora - virei as costas para sair e ele me impediu segurando me pelo braço.

– Senhor o local já foi checado, não há nenhuma mulher ruiva lá. Sinto muito! Vamos manter a calma e acionar a policia! - e ele tirou o telefone do gancho e começou a discar. "Herbert" pensei.

– NÃO! - gritei enquanto tirava o telefone de suas mãos e o deligava. - Não podemos chamar a policia! Não agora... Vamos procurar!

– Senhor Bruno, lamento, mas tenho que chama los. Se uma jovem desaparece dentro do estabelecimento, a responsabilidade é nossa. Os outros homens estarão esvaziando a casa e com a ajuda da policia iremos encontra lá.

– Seus homens entraram nos banheiros femininos? - perguntou Morena

– Eles não podem entrar, vão somente ate a porta.

– Então eu vou olhar em todos, já volto! - e ela saiu em disparada em busca da Bel.

Meu coração a qualquer momento sairia pela boca. Eu estava me sentindo limitado, não sabia o que fazer e nem como fazer. As horas estavam demorando a passar. Morena retornou a sala sozinha, não havia encontrado a Bel em canto nenhum. Tentei inúmeras vezes ligar em seu celular, mas só dava desligado.

Um sentimento de incompetência tomava conta do meu interior, eu sabia que ela não havia feito merda nenhuma, afinal de contas ela não estava bêbada, estava cansada e só queria ir pra casa.

– A culpa disso é minha, se tivéssemos ido embora na hora que ela me chamou nada disso estaria acontecendo! - pensei alto e Morena apertou seus braços que envolviam meu corpo.

– Nada disso estaria acontecendo e também agora não estaríamos juntos! - ela respondeu ao meu pensamento. Era estranho, mas eu já sentia um carinho especial por essa mulher, eu tinha certeza que eu estava longe mesmo estando ao lado dela, era como se eu não estivesse ali, meus pensamentos estavam longe, eu estava longe, e mesmo assim ela estava comigo. Dei um leve beijo em sua testa e afaguei seu cabelo, ela fechou os olhos como em resposta a esse simples carinho.

– Obrigado! - falei tão baixo que saiu como quase um sussurro.

– Não agradeça! Estou aqui porque quero, e estarei sempre se você deixar! - Sua resposta me deixou surpreso e ao mesmo tempo feliz, e ela ficou na ponta dos pés e me deu um delicado e rápido beijo nos lábios.

Doce VenenoOnde histórias criam vida. Descubra agora