The Hero

Episódio π

  Há muito, muito, muito tempo atrás, havia uma família que morava no topo de uma enorme montanha. Uma Senhora com seu esposo, e seu neto, de aproximados dez anos de idade.

  Por estarem isolados de qualquer civilização, esta criança não tinha amigos. Seu único e fiel companheiro era um cão que morava com eles. Sua vida era entediante, não conseguia nem mesmo sair de sua casa, pois o frio das montanhas era insuportável. A criança nunca havia sequer saído de seu lar. O
que o deixava feliz eram seus brinquedos, e seus sonhos, tais que podia usar usar sua imaginação como quisesse. Ele construía, dentro de sua mente, enormes monstros, e guerreava bravamente contra eles. Até que depois de alguns anos, e com ele crescendo um pouco, seus sonhos já não eram mais os mesmos. Ele não possuía mais controle sobre eles. Mostravam-no coisas terríveis, como catástrofes e rebeliões de monstros,e se repetiam sempre. Isso acabou enlouquecendo o rapaz já crescido.

  Depois de mais alguns anos, seus sonhos se tornaram mais estranhos ainda. Já não o mostrava mais nada de mal. Pelo contrário, apareciam-nos um guerreiro lutando contra os monstros que anteriormente o aterrorizavam. O garoto desenhava-o em todo lugar, e seus avós curiosos queriam saber do que se tratava, e mesmo assim ele não contava de jeito nenhum.
 
  Então, depois de meses após aqueles sonhos bons começarem a aparecer, o frio cessou por algum tempo. O que possibilitou o garoto a conhecer o mundo lá fora. Ficou maravilhado com aquilo que viu. O sol a brilhar, o que antes apenas observava pela janela escura, a grama molhada por conta do gelo que se derretia, animais finalmente saindo de suas tocas... Era perfeito, e o rapaz queria conhecer mais.
Correu em busca de mais conhecimento. Caminhou sem rumo até que não conseguiu mais voltar para sua casa. Seus avós, desesperados, procuraram pelas civilizações mais próximas, porém nenhuma pista do garoto. Ele estava perdido em uma imensa floresta, e já estava com muito medo de ser atacado por animais ali. Seus sonhos continuavam, e eram o que o tranquilizava diante aquela terrível imensidão verde que parecia sem fim...