Episódio 5

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Ele então continuou sua jornada, cansativa e entediante como antes, quase a se arrastar pela areia. Depois de algumas horas mais, avistou um enorme vale entre duas montanhas : Finalmente havia chegado à Hexagon. Comemorou ao encontrar população para si, acelerando o passo, para pedir comida em alguma casa. Ainda estava à algumas horas do local, mas as enormes torres de vigia eram vistas de muito longe, por conta de sua segurança com o rei.
Chegando lá, encontraria uma enorme variedade de casas, e um grande castelo no meio. Caminhava como se fosse um deles, tentando fazer o mínimo de suspeita com seu machado, andando como se tivesse autoridade, e as pessoas nem ligavam muito para isso, desde que ele não avançasse em uma delas.
Mais algumas horas a procurar um local que abrigasse estrangeiros se passam, e já no pôr do sol daquele dia, perceberia um grande tumulto na região central da cidade, um pouco perto do castelo. Correu até lá para saber o que havia e então avistava uma moça, com não muito grandes cabelos ruivos, e olhos castanhos, a fugir de alguns homens vestidos de azul, que atiravam flechas, e a perseguiam com espadas e lanças, porém não conseguiam acertá-la. Para o garoto, a menina fugia de uma perseguição, uma tentativa de assassinato. Foi então ao encontro desta a puxando para um terreno abandonado, escondendo-os atrás de um muro, fazendo os homens passarem por estes. A garota sussurrava para não chamar atenção, pedindo para que ele a soltasse, ao vê-lo com aquele machado na mão, quase a chorar. O rapaz se comoveu, e para acalmá-la, entregou o machado nas mãos desta, para ela saber que não era para fazer mal. Enxugou rapidamente as lágrimas, se tocando e agradecendo à ele. Os perseguidores já haviam perdido-a.
O garoto caminhou até a entrada da casa do terreno abandonado que estavam, e a chamou. E esta correu até este. A porta estava semiaberta, o que facilitou a entra dos dois.
Tudo por dentro parecia uma casa normal, como se fosse habitada por alguém : Velas acesas, quase a cessar seu brilho, uma enorme mesa, com carne crua e fresca, frutas, uma cama bem arrumada, e uma grande estante com miniaturas de animais, selvagens e domésticos, e arcos e escudos pendurados na parede. A garota soltou o machado sobre a cama, e aproveitou para colocar aquele pedaço de carne numa fornalha à lenha que tinha no canto da casa, já acesa, estranhando junto com ele tudo aquilo. A casa era de um tamanho médio, e possuía apenas um cômodo com tudo aquilo.
Após colocar a carne para assar, já mais calma e lidando com aquilo, ela foi até o encontro deste, que estaria a olhar a estante, e cutucou suas costas duas vezes, e ele virou rapidamente. Ela tinha um semblante gentil e inocente, a sorrir para ele.

- Prazer... Eu me chamo Sophie! Como você se chama, moço... ? - Dizia ela a apertar e balançar a mão dele rapidamente. E este, assim como fez com o ancião, não a respondeu, dando as costas para ela lentamente. Ela então começou a analisar aquelas imagens de animais, segurando uma a uma, enquanto ele observava de um pouco mais longe, se perguntando como não havia ninguém morando ali, se todos os indícios mostravam que aquela casa tinha dono. Porém, o mato alto e a lama que envolvia a casa o provava o contrário : ninguém habitava ali. Após alguns minutos, Sophie foi até a fornalha e retirou a carne de lá com alguns panos enrolados na mão, e a colocou na mesa, sentando junto com ele. A mesa já estava pronta à dois, isso aterrorizava ambos. Ignoraram, e se serviram, começando a comer tranquilamente.

- Você mora por aqui? O que faz com esse machado na mão ? - Perguntava Sophie, mesmo com sua boca cheia, e com um curto sorriso enquanto mastigava. O rapaz respondia à primeira pergunta balançando a cabeça para os lados, e ignorava a segunda, voltando a comer.

- Garoto chato, não gosta de falar... - Resmungava, olhando para seu prato, enquanto ele, mesmo ouvindo o que ela sussurrava, ignoraria. A noite caiu, e o garoto deu a cama para que esta dormisse, enquanto ele forraria o chão. Tirou a ampulheta do bolso para que não ficasse parada enquanto ele estivesse deitado, a colocando sobre a mesa de jantar. Sophie colocou o machado ao lado da cama, e se deitou. O garoto pegou alguns lençóis num armário embaixo da estante, e forrou o chão, deitando ali, soltando seus longos cabelos, que estavam presos próximo ao meio da extensão dos fios, que iam quase até sua cintura. A garota o deu um gentil boa noite, e, sem a reposta dele, caíram no sono.

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