Episódio 4

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Depois de sair da casa do Ancião, sem entender muito bem a proposta dele, partiu sem saber em direção às colinas de Hexagon, uma região bem conhecida pela música, e sua forte segurança. Andava em passos lentos, olhando a todo tempo para a ampulheta que em sua cintura estava. Segurava o machado arrastando ele na areia, totalmente entediado. Ouvia apenas os seus passos na areia, e sua respiração forte, por causa do cansaço que o sol causava nele. Achava tudo o que o ancião tinha dito era bobagem, e resmungava todo o tempo por causa daquilo, e por ter aceitado sua proposta doida. Até que depois de algumas horas caminhando, já com o sol a se pôr e a lua a aparecer, ouviu ao longe um forte uivado, de aproximadamente dez lobos. Começou a caminhar com mais cautela, olhando para os lados, com o machado em posição de batalha.

 Depois de uma hora com aquele som a ficar cada vez mais alto, ouviu na areia passos vindo de suas costas. Virou-se rapidamente, e se deparou com uma dúzia de lobos. Seus olhos eram vermelhos, pelagem escura e dentes levemente afiados. Alguns enrome, e outros não tão altos. Caminhavam lentamente em direção a ele, e ele recuava também lentamente. Até que o maior dele, provavelmente o maior da alcatéia, correu em direção ao garoto e pulou em cima dele, que com seu reflexo, levantou o machado para se defender, fazendo o lobo cair sobre a afiada lâmina, e se cortar bem seriamente, provavelmente fatal. O garoto continuou a recuar depois do golpe, e o feroz lobo voltou a chorar para a alcatéia, e todos recuaram com medo. Assim, o rapaz conseguiu então prosseguir sua viagem. Já estava bem frio no deserto, 3 graus negativos era o que tomava aquela imensidão de areia. O garoto conseguiu então avistar ao longe uma fogueira abandonada perto de alguns coqueiros. Chegou mais perto, e tocou nos galhos e folhas secas para ver se estavam molhados, e para sua sorte não estavam. Achou algumas pedras de cascalho em volta da fogueira, que provavelmente os antigos donos deixaram. Pegou seu machado, muito bem afiado pelo velho, e aplicou um golpe perfeito no cascalho, a fim de, pelo atrito, acender a pequena pedra. Infelizmente não foi feliz em sua primeira tentativa. Porém, a fogueira estava rodeada delas, conseguia contar 15 ou mais. Tentou em quase todas, sem sucesso em nenhuma. Até sobrar apenas duas. Estava exausto, e não conseguia nem suar de tanto frio que sentia. Segurou uma das pedras de cascalho com a mão destra, olhou-a bem, e colocou-a no chão. Torceu bastante para dar certo, pois provavelmente se não acendesse, ele morreria de frio naquele lugar. Levantou seu machado bem alto, segurando com as duas mãos, e o abaixou dando um golpe muito forte, a partindo no mesmo instante. Chegou a ajoelhar-se por conta do cansaço. Olhou para a pedra e nada desta acender. O garoto jogou seu machado no chão, com a raiva que sentia, caindo sobre a pilha de pedras de cascalho que ele tinha feito ao lado da fogueira. Nunca havia ateado fogo em algo antes, pois nunca foi necessário para ele. Até que viu em sua frente o solo começar a pegar fogo, aparentemente do nada. É que, o garoto estava sobre um chão de pederneira, derivado do cascalho. E, ao jogar o machado no chão com força, criou atrito com o solo e fez este pegar fogo. Correu para fora daquele chão e viu a fogueira ser acendida, e finalmente conseguiu se aquecer e dormir.

 No dia seguinte, a chama de sua fogueira ainda não tinha sido apagada, e ele, com a mesma preguiça, levantou-se e continuou sua jornada, com o mesmo caminhar lento de antes...


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