Capítulo 10

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Naquela noite ele ligou novamente para a Dra. Almeida, ela não atendeu, ele ficou sentado olhando as mesmas janelas, as mesmas pessoas, estava ficando nervoso, ansioso, só iria se ocupar na segunda, pretendia viajar no fim de semana, ir no litoral, mas esses assassinatos atrapalharam seus planos, ficaria para a próxima.

O relógio indicava 20h18 quando o telefone tocou, as horas parecem não passar quando você está entediado. Era a senhorinha avisando que um homem estava subindo, não houve tempo dele ralhar com ela, alguém já batia à porta antes que ela terminasse a fala.

Ele não queria ver mais ninguém, seus planos haviam sido frustrados tão depressa que pareciam terem sido feitos por uma criança, tudo era tão perfeito no começo, sair, se empregar, aos poucos encontrar os antigos amigos e por fim... Mas não, tudo saira do controle na primeira noite, Marcus, Lizzie... ah, Lizzie, como ele queria encontrá-la. Mas ao menos essa parte dos plano tinha que sair certo.

Marcus estava parado na porta, não havia motivos para não convida-lo.

Ficaram sentados por um tempo, sem falar nada um com o outro, ELE apenas olhando as janelas e Marcus olhando ele. Depois de um bom tempo o visitante disse.

- a Lizzie quer te ver.

- Não.

- sim.

- Não posso.

- por que não?

- ela não devia se aproximar de mim.

- cara, o que aconteceu já era, não tem como desfazer, e mesmo assim ela quer te ver, ela chorou por você, ela sempre quis ir ao hospital, mesmo você...

- mesmo eu sendo o responsável por destruir o útero dela...

- ela não pensa assim.

- vocês estão todos errados.

- venha comigo, não importa o que Rick disse, somos amigos, todos...

- o Lucian, a Lizzie, o Rick, eu sou o responsável por tudo que aconteceu com eles.

- NÃO É NÃO – Marcus se alterou - Ta legal, você surtou, mas o que podia fazer pra evitar? Caralho ****, as pessoas surtam as vezes.

- Marcus, eu agradeço sua visita e sua preocupação, mas não volte mais aqui. Não me procure, não sou mais seu amigo, aquele homem desapareceu, ta enterrado junto com a mãe. Não vou ver a Lizzie, não vou me envolver com vocês novamente. – ele foi até a porta, a abriu e ficou parado esperando que a visita saísse.

Depois disso apenas o branco total. O som de sirenes e bips, luzes brancas, gritos apressados, alguém apertando sua mão. Droga, aconteceu de novo.

Os Contos de São Miguel - volume 1 KarmaOnde histórias criam vida. Descubra agora