Capítulo 2

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Depois de tirar mais uma soneca pra ver se a ressaca passava, acordo com o telefone tocando.

-Alô - falo com a voz meio rouca.

-Oi minha princesa. Quer vir almoçar com a gente hoje? A Mary está fazendo lasanha. - papai me convida. confesso que nem estava pensando em comida, mas ao ouvir a palavra lasanha meu estômago logo deu sinal de vida. o dormitório da faculdade fica a 2 horas de ônibus da casa do meu pai. Então eu decido ir, já que aqui não tem nada melhor pra fazer.

Desligo o telefone, tomo um banho demorado pra tirar todo o resquício da ressaca que ainda existia. A dor de cabeça passou, graças a deus. Coloco uma roupa simples, vestido florido e uma sapatilha. Prendo o meu cabelo em um rabo de cavalo bagunçado e uma maquiagem leve no rosto. as meninas ainda dormem então apenas deixo um bilhete avisando que saí.

No meio do caminho, uma recordação me vem a cabeça. Imagens do Tyler me carregando pela festa e depois chupando meu dedo. Isso fez minha calcinha molhar e minha cabeça dar voltas. Por que ele fez aquilo?

Chego na casa do meu pai e sou recepcionada pela minha madrasta, Mary. Desde que me mudei para o dormitório da faculdade, não consigo mais chamar essa casa de minha casa. Acho estranho.

-Olá, minha querida. Que bom que veio. -ela me dá um abraço forte e me avisa que papai está no banho e já desce. Inconscientemente eu vasculho a casa com os olhos a procura de um par de olhos verdes.

-Tyler deve descer daqui a pouco também! -ela me avisa, como se estivesse lendo meus pensamentos. Deixo isso pra lá e a sigo até a cozinha para ajuda-la a preparar o almoço. Não demora muito e papai desce.

-Oi meu amor! Como vai a faculdade? -ele me pergunta dando um beijo em meu rosto.

-Tudo na paz, apesar das pilhas de trabalhos pra fazer. -Eu falo. Terminamos de arrumar a mesa e seguimos para o quintal, onde será servido o almoço. Papai e Mary já estão sentados, quando eu vou até a cozinha pegar a jarra de suco. Estou de costas para a entrada, abrindo a geladeira, quando sinto alguém me olhando. Me viro e Tyler está escorado na porta da cozinha me analisando. Ele veste uma calça jeans rasgada e uma blusa preta. Seu cabelo molhado me mostra que acabou de sari do banho e a imagem dele nu no banheiro vem a minha cabeça. Sinto meu rosto corar com essas imagens.

-Algum problema, irmãzinha? -ele pergunta.

-Nenhum. A Mary está te esperando pro almoço. - eu pego a jarra de suco e sigo para o quintal. Quando passo por ele, sinto sua mão segurando meu braço. Ficamos um tempo nos encarando, sem nenhuma palavra. Senti que ele queria dizer algo, mas perdeu a coragem. Me soltou e eu fui me para o quintal. ele foi atrás e sentou na minha frente.

O almoço foi estranho. Mal nos falamos. Ele só me encarava. Papai e Mary ficaram alheios ao que se passava. Depois do almoço, eu fui lavar a louça. Tyler foi me ajudar enquanto papai e Mary foram assistir tv.

-Desculpe por ontem. - ele enfim falou, depois de muito tempo.

-Por que você fez aquilo? -eu pergunto sem olhar pra ele.

-Não sei o que me deu. Quando eu te vi subindo as escadas com aquele cara, eu senti uma vontade louca de tirar dali e te levar embora. -ele responde meio envergonhado. Nunca o tinha visto desse jeito. Tyler sempre foi despachado, cheio de gracinhas, masa gora estava um pouco sem jeito.

Não demorou muito e chegou minha hora de ir embora. Me despeço de todos, mas quando estou chegando na porta, ele me puxa.

-Deixa eu te levar? - ele fala. Sinto um arrepio por estar tão perto. Penso em recusar, mas no fim acabo aceitando. Ele sobe na moto dele e me entrega um capacete. Quando eu me ajeito atras dele, ele se vira e fala:

-Pode se segurar em mim. - eu fico parada por um tempo sem fazer nada, mas quando ele dá a partida, eu me aperto em seu corpo e sinto o seu cheiro. O vento da estrada bate leve e o frio se faz presente. Ter seu corpo ali junto do meu fez com que meu coração batesse mais forte. Como eu queria que ele sentisse o mesmo que eu.

Pena que o caminho não foi muito longo. Rapidamente chegamos no dormitório e ao descer da moto, ele pegou minha mão, segurando forte como se não quisesse soltar. Ficamos por um tempo assim. E de repente ele me dá um selinho leve, mas que deixou meu coração em chamas. Então eu o solto e entro no dormitório. Ele ainda ficou lá, pude ver pela porta de vidro da entrada. Não sei o que está acontecendo com ele, mas sinto que algo mudou.

Quando o Amor AconteceOnde histórias criam vida. Descubra agora