Behind amber eyes [Frerard Version]

Forgive me, it's my fault.

FRANK POV

Okay, eu posso fazer isso.
Levantar. Tomar banho. Café. Escola.

Simples, fácil.

Okay, não.

Me sentei na cama pela milésima vez só naquela manhã. Talvez eu esteja exagerando na quantidade de vezes, mas você nunca saberá.

A verdade é que eu estou morrendo de vergonha e medo.

Eu não tenho idéia de como vou encarar Gerard hoje.

Pera, me expressei mal, reformulando a frase: eu não tenho idéia de como vou lidar com Gerard hoje.

Eu nunca passei por algo assim na minha vida e agora cá estou eu, sentado na minha cama tentando decidir o que vou fazer da minha vida.

E pra melhorar, eu tenho consulta com o Dr. Gregory hoje a tarde.

Nada contra o doutor Gregory, afinal ele tem o mesmo nome do Dr. House que é praticamente um dos meus programas favoritos.

Eu não tenhi idéia se ele parece com o verdadeiro Dr. House ou não, afinal eu só escuto o programa.

Mas eu simplesmente odeio essas consultas, é sempre a mesma coisa: eles acendem luzes nos meus olhos, perguntam se eu vejo algo, testam mais algumas coisas e 'vejo você na semana que vem', como se eu estivesse melhorando.

Eu bem conheço esse processo, já o fiz várias e várias vezes desde que fiquei cego.

E então, minha mãe ou o meu pai pergunta: "alguma noticia da lista de espera?" e ele responde: "infelizmente não" então minha mãe me leva pra casa e compra sorvete de coco com nozes pra mim. Fim de um dia legal no hospital.

Será que se eu inventar que estou doente pra não ir pra escola, minha mãe acredita?

-Sweet? O que você ainda ta fazendo aqui? Você vai se atrasar querido. -Hora de começar a tossir e fingir que peguei a doença da vaca louca.

-Mamãe, acho que to doente. -Falei fingindo uma tosse.

De todas as reações que eu podia esperar da minha mãe, ela fez a que eu menos esperava: deu risada.

-Eu to aqui morrendo e você tá rindo mãe? -Falei indignado.

-Ah sim, claro. -Ela falou ainda rindo um pouco. -E o que você tem, querido?

-Érm... Eu... B-Bem, eu... -Me enrolei todo na explicação.

Eu não tinha pensado em alguma doença, ela entrou no quarto na hora que eu decidi fingir que estava doente.

-Acho que sei o que você tem... -Ouvi seus passos se aproximando e em seguida senti minha cama afundar do meu lado. -Medo. É isso, não é? -Ela disse calmamente e eu assenti de uma vez. -Você não precisa ficar assim. Gerard não vai te deixar desconfortável.

-Mas eu não sei como agir perto dele agora. Eu não quero parecer um panaca e também não sei se devo falar do beijo ou não.

-Frank, se você não quer parecer um panaca, não tente fingir que está doente de novo. É sério, sua cara de dor foi a cara mais engraçada que eu já vi. -Ela disse voltando a rir e me puxando pra encostar a cabeça no meu pescoço.

-Ótimo, qualquer coisa eu já tenho uma profissão, vou virar comediante. -Falei rindo junto.

-Ah pelo amor de Deus, não. Você vai ter um futuro brilhante, digno de quem você é.

-Se você diz...

-Se seu medo é agir perto dele, se deixe guiar. Ele é um bom garoto. Só vá com calma. Agora levante-se e vá tomar banho, porquinho.