Gee and Sweet Dude

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- Que eu sou gay. - Gerard falou em um fio de voz. - Pioraram depois que ele descobriu que eu sou gay.

Eu queria poder abraçar o garoto ao meu lado.

"Você pode", você deve ter dito ou pensado, mas não só abraçar do jeito que qualquer pessoa abraça. Eu queria poder abraça-lo e dizer que vai ficar tudo bem, então ele poderia olhar nos meus olhos e ver que eu realmente dizia a verdade.

Mas ele não ia ver nada se olhasse nos meus olhos agora, só vai ver pupilas sem foco, se mexendo sem parar.

- Gerard eu..., eu não sei o que dizer. - Suspirei. - Eu não posso dizer pra você que as coisas vão melhorar, mas eu prometo que você não vai passar por isso sozinho. Estamos aqui, seus amigos, eu cheguei a muito pouco tempo mas não pretendo deixar vocês nem tão cedo. Droga, eu não sei o que fazer quando as pessoas choram.

- Ah, mas eu sei. - Bert falou. - É só eu ir lá e quebrar a cara do Quinn.

- Bert, eu já falei que não. - Bob disse em tom de repreensão. - Senta sua bunda ai agora, você desse jeito ajuda o Gerard em nada.

Ouvi Bert bufar e um barulho oco em seguida, provavelmente tinha se sentado.

Gerard ainda fungava ao meu lado, comecei a afagar suas costas, como costumava fazer com alguma das meninas quando elas choravam.

- Sabe... Eu não entendo. - Comecei a falar.

- Não entende o que? - Ray perguntou em tom calmo.

- O porquê fazer algo assim. É tão primitivo, tão idiota. - Continuei falando.

E realmente era.

Por que machucar alguém só pela orientação sexual? Estamos no século XXI, pelo amor da Coruja Celestial.

Certo, tenho que parar com essa da Coruja.

Ou não.

- Quinn é primitivo. E idiota. - Bob falou calmamente ao meu lado.

Escutei a respiração de Gerard se acalmar um pouco.

- P-precisamos ir pra aula, certo? - Gerard falou com a voz chorosa.

- Você não precisa ir pra aula se não quiser Gerard, não vamos te obrigar. - Ray disse um pouco mais perto de nós. - Que tal eu contar uma história engraçada pra você Gee? O que você acha?

- Gee? - Perguntei sorrindo.

- Minha m-mãe me chama assim... - Gerard falou.

- Combina com você... Conta a história Ray. - Comecei a acariciar o cabelo de Gerard.

Era estranho não saber como as pessoas eram.

Eu tinha base de como minha família era, nada muito claro.

Pra falar a verdade, depois de um tempo comecei a esquecer dos rostos do meu pai e da minha mãe.

Hoje em dia eu não tento mais visualizar como eles seriam, su já não consigo. Era como se eles fossem borrões na minha mente. Eu não queria idealizar os rostos deles, por isso parei de tentar visualizar e agora é como se eu "enxergasse vozes".

Ray começou a narrar o acontecido com o meu bastão, isso conseguiu tirar algumas risadas de Gerard.

Continuei mexendo em seu cabelo, ele não mentiu quando disse que eram lisos até demais.

- Então, vamos pra aula? - Bob disse uns 10 minutos depois.

- Eu não entro lá, vou ter aula de sociologia e Quinn ta nessa classe, se eu entrar lá vou bater nele até ele pedir clemência. - Bert falou entredentes.

Behind amber eyes [Frerard Version]Onde histórias criam vida. Descubra agora