Capítulo 4

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Muito obrigada gente!

Espero que gostem.

Ninguém fala nada. O único som da sala vem da minha respiração descompassada.

Chegou o momento finalmente, o dia que eu temi toda a minha vida mesmo sem entender porquê.

- Eu sou o oficial Dacon. Sou responsável pelos exames e conseguinte pela cerimônia de pares. Gostaria de parabeniza-los. - ele cruza os braços em suas costas e começa a andar.

- Este é um marco muito importante da vida de vocês. Hoje vocês se tornarão cidadãos. Todos os jovens de Aquarius almejam o dia em que ajudarão nosso país e se tornarão parte integrante deste. Muitos não conseguem por motivos que todos conhecemos. Mas vocês... - ele aponta para nós. - São privilegiados, terão a oportunidade de contribuir para a evolução de nossa espécie. Bom, mas, deixamos de enrolação e vamos aos trabalhos.

Me endireito na cadeira e abraço minha mochila. O recipiente com sangue que minha mãe me deu está dentro dela.

- Vocês serão chamados por ordem alfabética, e um segurança irá os acompanhar até as salas de exame, de lá seguirão para os alojamentos. Perguntas?

Ele aguarda questionamentos, mas, nenhuma alma na sala se manifesta. Imagino que mais por falta de coragem do que de dúvidas.

- Que bom! Então vamos começar. - Ele estica a mão para fora da porta e um dos seguranças coloca uma prancheta nela.

- Senhor Arch. - ele diz olhando a prancheta.

Um jovem pálido e de cabelos escuros se levanta.

- Por favor acompanhe o segurança. - informa oficial Dacon.

O rapaz hesita por um segundo, mas, logo em seguida sai pela porta. É um momento tenso para todos mesmo que sua vida não esteja em jogo.

Apesar de confiarmos plenamente na escolha do governo, a surpresa não é algo fácil de se acostumar.

- Senhorita Brasil. - meu sangue gela e minha respiração fica presa.

- Por favor, siga o segurança. - continua oficial Dacon.

Me levanto lentamente, agarrada a minha mochila e sigo em direção á porta.

Um segurança alto e magro não muito mais velho do que eu me aguarda. Nada é dito, ele apenas segue pelo corredor e eu o acompanho.

Fazemos uma curva á esquerda. Ele anda tão sutilmente que parece flutuar, nenhum som se ouve de suas passadas. Já meus pés pesam toneladas, cada passo um estrondo, parecem até ecoar as batidas do meu coração. Tum tum. Tum tum. Tum tum.

Damos tantas voltas que me perco. O prédio parece um labirinto. Nunca conseguiria fugir daqui se precisasse.

Finalmente ele para. Quase tropeço em suas costas, me seguro na ponta dos pés no último segundo.

Tento ver o que está em sua frente, mas, sua altura impossibilita minha visão.

Ele dá três batidas na porta e espera, com um clique a mesma se abre e ele entra, eu prontamente o imito.

A sala é de um branco estéril. Prateleiras forram as paredes e uma cadeira de aparência medonha se encontra no meio do cômodo.

A coletora espelha a sala em suas roupas. Ela termina de colocar as luvas e se aproxima da cadeira.

- Sente-se por favor. - ela diz em um tom monótono.

Me sento e aperto minha mochila ao peito.

- Me dê sua mochila. - ela estende sua mãe.

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