Respiro profundamente tomando coragem e respondo:
— Eu aceito. — expiro o ar dos meus pulmões como se um peso tivesse sido tirado de minhas costas.
Doutor Lucas parece imensamente feliz, Lyon sorri levemente e Gaia apenas faz um sinal de cabeça.
— Ótimo, ótimo. Nós podemos... — começa doutor Lucas, mas é interrompido por Gaia.
— Amanhã doutor Lucas. Tandara deve estar com fome e louca por um banho. — ela olha para meu estado deplorável e eu me sinto um pouco constrangida.
Aceno. Um banho com certeza não me faria mal e meu estômago necessita urgentemente de comida.
— Vamos, eu te levo. — Lyon se oferece.
Ele vai à frente e eu o sigo de perto contornando as pequenas construções.
Chegamos ao final da clareira e ele começa a adentrar na mata.
— Ah, Lyon pra onde você tá me levando? — pergunto confusa.
— Pra onde você acha? — ele retruca sem olhar para trás.
— Pro banheiro? — digo meio indecisa.
— Você tem muita coisa pra aprender. — ele ri divertido.
Após alguns minutos andando em meio as árvores um barulho chama minha atenção.
— O que é isso? — pergunto.
Lyon olha pra mim com um sorriso no rosto e estende a mão.
— Vem, você vai ver. — agarro sua mão e o sigo em direção ao barulho.
Minha boca cai aberta quando me deparo com algo surpreendente. Uma espessa quantidade de água corre em meio as pedras á minha frente.
— O que é isso? — sussurro.
— Nós chamamos de rio, mas segundo os livros da escola está mais para um córrego ou riacho. — ele solta minha mão e se aproxima da água corrente.
— Eu já vi isso nos livros, mas achei que não existiam mais. Isso é... é tão lindo. — também me aproximo fascinada.
— É bem raro na verdade, nós só encontramos esse. — Lyon explica. — As nascentes de água foram vítimas da guerra, e as restantes estão em posse do governo.
— Bom, mas eu acho melhor você tomar banho logo se quisermos comer alguma coisa. — ele diz.
— Ah, claro mas como eu...? — gesticulo para a água.
— Você tira a roupa e entra na água. — ele diz como se fosse óbvio.
— Mas e você? — a única pessoa que já me viu nua é minha mãe. Não vou tirar minha roupa na frente de um desconhecido.
Ele parece não entender á principio, mas em seguida seus olhos se arregalam com compreensão.
— Oh, claro eu vou... eu vou me virar. — ele se vira e aguarda meu banho.
Hesito por um segundo com medo de que ele vá se virar, mas a sujeira impregnada em mim fala mais alto e eu tiro minha roupas rapidamente e as deixo nas margens do córrego junto com minha mochila.
Ando com cuidado para não cair nas pedras escorregadias e molho meus pés na água corrente.
A água é gelada, um arrepio percorre meu corpo. Tomo coragem e entro até a altura da minha cintura, é a profundidade máxima do “rio”. Meus joelhos ardem devido aos ferimentos causados pela queda.
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A Primeira
Science Fiction🏆Vencedor do Concurso Nova Era - 3° lugar 🏆Vencedor do concurso Talentos da Wattpad - 1° lugar Antes: água, verde, doce, saudável, feliz. Depois: seca, cinza, salgada, doente, triste. A poluição, o descaso, a falta de preocupação humana, o aqueci...