Congelo.
O segurança está parado na porta com os olhos arregalados.
— O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO? — escuto a coletora atrás de mim.
O que acontece a seguir se passa tão rápido que ainda não tenho certeza do que vi.
A coletora alcança o recipiente em minha mão e o derruba no chão, logo em seguida o segurança ganha vida e se atira em cima dela tirando uma seringa do bolso. Ele injeta o conteúdo da seringa eu seu pescoço e após alguns segundos se debatendo ela apaga no chão.
Eu permaneço no mesmo lugar observando a cena boquiaberta. O que acabou de acontecer aqui?
O segurança olha para mim e eu espero ver ódio em seus olhos, mas apenas identifico surpresa e... Medo?
Ele se aproxima de mim e estende a mão.
— Vamos.
Hesito. O homem que me estende a mão acabou de enfiar uma seringa no pescoço de uma mulher, apesar de supostamente ter sido para me salvar.
— Para onde? — questiono.
Ele suspira.
— Olha só, o oficial Dacon está vindo pra cá, e a menos que você tenha uma boa desculpa pra isso. — ele gesticula para a sala. — É melhor vir comigo.
Pego sua mão. Decido desligar minha parte racional e ajo por impulso, imagino que não teria sentido ele me salvar para depois me matar.
Ele me puxa com ele e eu levo minha mochila junto.
Ele para junto a porta e faz um gesto para que eu espere. Depois de verificar que ninguém vinha em nossa direção me chama, e seguimos por um labirinto de corredores, sempre com ele verificando a movimentação.
Não sei para onde estamos indo. Não consigo me lembrar se já passamos por esses corredores.
Nós não já passamos por essa porta? Tudo parece tão igual. Nunca fui muito atenciosa com detalhes.
De repente as luzes começam a piscar e uma sirene ressoa. Fomos pegos.
O segurança fica tenso por um segundo, mas, logo em seguida agarra minha mão e me puxa em uma corrida.
— Espero que eu esteja certo. — ouço ele resmungar.
— O que? — questiono.
Ele permanece em silêncio.
— ELES FORAM POR ALI! — escuto gritos atrás de nós.
Ele para e me olha nos olhos.
— A saída não está longe. Preciso que você corra o maximo que puder, OK?
Ele aguarda por uma resposta.
— OK. — aceno.
Satisfeito ele acena e começa a correr, e eu não demoro a segui-lo.
Começo a resfolegar nos primeiros metros, preciso me esforçar para alcançá-lo. Andar até o Instituto era a única atividade física que eu fazia, me arrependo profundamente por nunca ter aceitado os convites de corrida do meu pai. Se eu sobreviver essa será minha primeira providência.
Meus pais! Será que algum dia voltarei a vê-los?
Ele olha para trás confirmando se ainda estou o seguindo e diminui o ritmo ao perceber que estou ficando para trás.
Chegamos a um cruzamento e ele faz um gesto para que eu espere.
— Merda! — ele exclama ao verificar o corredor.

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A Primeira
Ciencia Ficción🏆Vencedor do Concurso Nova Era - 3° lugar 🏆Vencedor do concurso Talentos da Wattpad - 1° lugar Antes: água, verde, doce, saudável, feliz. Depois: seca, cinza, salgada, doente, triste. A poluição, o descaso, a falta de preocupação humana, o aqueci...