A Primeira

Capítulo 8

Capítulo especial para comemorar o meu aniversário! 🎉🎊🎂🎁

Espero que gostem!

Talvez essa tenha sido a pior decisão que tomei em toda minha vida, todavia nunca fui conhecida por tomar boas decisões.

Lyon cambaleia com as mãos na boca. Gaia se levanta e caminha em minha direção hesitante.

— Eu sabia. — ela diz. — Eu sabia que tinha algo em você.

Ela se aproxima e estende a mão para me tocar, mas a recolhe no último segundo. Uma gargalhada sai de sua garganta.

— Nós conseguimos Lyon. Nós encontramos. — ela comemora.

Lyon desperta e se junta á nós.

— Calma Gaia, precisamos esclarecer algumas coisas. — ele me encara incisivo.

Eu apenas assisto os dois, não sei o que dizer, o que pensar, o que fazer.

— Você já sabia? — Lyon me pergunta.

Nego efusivamente.

— Eu não sabia o que isso significava. — aponto para meu cabelo. — Só sabia que precisava escondê-lo.

— Você está me dizendo que passou a vida inteira escondendo seu cabelo? — questiona Gaia parecendo incrédula.

Aceno.

— Inacreditável. — Lyon sussurra.

— Como você sabia? Como sabia que precisava se esconder? Cidadães normais não sabem sobre vermelhos. — Gaia pergunta.

Seus questionamentos estão me deixando inquieta. Depois do que aconteceu não sei mais em quem confiar.

— Meu pai ouviu algo sobre isso. — respondo vagamente.

— Mas... — ela começa porém é interrompida por Lyon.

— Deixe ela descansar Gaia, a noite de ontem não foi fácil. — ele pede.

Ela hesita por um segundo, mas logo em seguida começa a voltar para sua mesa.

— Tudo bem então. Leve-a para seu quarto, arranje um pouco de comida e água para ela. — Gaia se acomoda em sua cadeira. — Mais tarde continuamos essa conversa.

— Vamos. — Lyon me chama.

Levanto da cadeira segurando minha mochila e o sigo.

Ele sai da maior construção e anda em direção á uma bem menor ao lado.

Lyon abre uma cortina parecida com a última e entramos no que parece ser um quarto, pelo menos é o que presumo ao ver uma cama no centro.

— Bom, esse é meu quarto. — ele confirma.

É um quarto pequeno, mas bem arrumado. Além da cama uma mesa e um baú ocupam o espaço. O teto é apenas alguns centímetros mais alto que Lyon, que precisa abaixar a cabeça em alguns pontos mais baixos.

— Você deve estar cansada. — ele aponta para sua cama em um convite.

— Não, estou bem. — na verdade estou tão cansada que dormiria por dias, mas não quero dormir em um lugar onde não sei se posso confiar  em alguém.

— Tudo bem então. Você quer água, comida? — ele oferece.

— Vocês têm água? — estranho. A água da minha cidade vinha das estações de tratamento, não imagino de onde eles possam tirá-la.

— Sim, nós temos água. Existem outras maneiras de consigui-la sem ser pela benevolência do governo. — ele lê meus pensamentos.

— Eu não quero nada. Só preciso de algumas respostas. — desabo na cama.