Capítulo 2

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-Você tem ideia do que acabou de fazer? – indagou enquanto andava de um lado para outro no quarto do hotel, River não olhou para ela, apenas continuou a digitar no computador freneticamente.

-Será apenas por alguns dias, você pode apenas dar as ideias e o veredito, e deixar eles cuidarem do resto.

-Você não conhece eles dois, Cisco vai transformar isso em meta para me prender a cidade e Barry vai ajudar. Não quero atrapalhar a vida deles.

-Cait, foi por sua causa que eu quis entrar de cabeça nisso, aquela área pode ser a minha chance de me tornar famosa.

Passou a mão pelo cabelo e se sentou na beira da cama, talvez pudesse fazer isso, apenas alguns dias, então quando chegassem a um acordo desapareceria. Não precisava atrapalhar a vida deles agora, principalmente agora, tinha um plano que consistia em ir embora quando a barriga estivesse evidente demais, lá para o quarto ou quinto mês. Faria aquilo, pois além de estar fazendo o bem, ainda conseguiria um bom dinheiro.

-Ok, mas como assim eu fui responsável?

-Se não fosse por você, eu nunca teria descoberto minhas origens e meus poderes, você sabe que eles são ligados aos meus ancestrais e eu meio que descobri que aquela área era onde minha família vivia, se algo acontecer com aquele lugar, posso perder meus poderes. – River explicou, Caitlin a olhou abismada, não tinha nada a ver com ajudar ao próximo, era tudo para o seu bem.

-River, eu não sei porque ainda me impressiono com seu egoísmo.

-Mas então, topa ou não?

-Apenas me prometa que não vai me deixar ficar mais que o necessário. – pediu.

-Quanto tempo ainda temos antes de sua barriga aparecer?

-Menos de dois meses.

-Em menos de dois meses nós voltamos para casa e nunca mais voltamos para lá, eu prometo.

Caitlin assentiu colocando a mão sobre a barriga. Dois meses. Apenas isso e ela poderia finalmente desaparecer.

***

Estranhamente Oliver as esperavam na porta do laboratório S.T.A.R, ao lado dele estava Felicity e Dig. Maneou a cabeça se virando para River, seus olhos passaram rapidamente pelo estacionamento, identificou o carro de Iris, aquilo era uma maldita reunião e ela não sabia.

-Um dia eu ainda vou te matar. – murmurou sem sorrir, não havia amanhecido bem, enjoos matinais eram a pior parte de toda a história, o que era um exagero já que a pior parte era que o pai do seu bebê era uma cópia do mal do seu melhor amigo vinda do futuro.

Felicity tentou puxar assunto, conversar, mas a única coisa que Caitlin fazia era assentir e murmurar algumas respostas curtas. Quando chegaram a uma sala reservada apenas para aquela reunião, Barry e Cisco estavam lá com Iris, Caitlin se perguntava se ia ser sempre assim, onde ele ia, ela iria atrás.

-Obrigada por estarem aqui. – River começou com seu tom formal.

-Queria saber porque o prefeito não está aqui. – Felicity disse, era a mesma pergunta que rodava a cabeça de Caitlin.

-Ele teve um pequeno contratempo. – River disse, então colocou a papelada sobre a mesa. Caitlin puxou uma cadeira se sentando na enorme mesa oval, aquela era uma das salas de reunião que Wells usava. – Mas não importa, agora temos que tratar de assuntos mais importantes.

-A área de preservação. – Cisco disse sorrindo, River assentiu.

-Uma das minhas ideias para aquela área é criar um centro de apoio para crianças e adolescentes.

-Certo, mas o que isso tem haver com a preservação daquela área? – Oliver indagou confuso, todos naquela sala estavam confusos. Caitlin mordeu o lábio entendendo o que ela queria dizer.

-Isso é uma fachada. Oh River, você é um gênio! – exclamou feliz.

-Eu sei. – ela disse sorrindo.

-Alguém pode explicar o que está acontecendo? Acho que estou meio perdida. – Felicity pediu.

-Vamos criar um centro de apoio a crianças e adolescentes, área de preservação é apenas um disfarce. – explicou.

-Tudo bem criar um centro de apoio, mas por que mentir? – Barry perguntou.

-Por causa dos caçadores. – disse, olhando para ele.

-Que caçadores? – Dig indagou, ela olhou para eles, não poderia ser possível eles não saberem.

-Vocês não sabem?

-Cait, eu acho que não. – River disse colocando a mão sobre a sua.

-Existem pessoas que intitulam caçadores, eles caçam os meta-humanos, eles sabem quem eles são e buscam eles apenas por diversão. Os mais afetados são as crianças, por isso o centro, queremos protege-los. – falou.

-Como a gente não sabe desses caçadores? – Cisco olhou para Barry e para Felicity.

-Eles são recentes, mas já fizeram muitas vítimas.

-Mas juntar todas as crianças em um lugar só não iria traze-los? – Oliver perguntou olhando para ela, Caitlin umedeceu os lábios e se virou para River.

-Digamos que ninguém que não seja autorizado poderá entrar naquele lugar, e além dos mais, será escondido a vista de todos. – ela disse sorrindo.

-Como você vai esconder uma enorme casa? – Cisco perguntou com um sorriso irônico nos lábios, River retrucou com o mesmo sorriso.

-Do mesmo jeito que eu consegui esconder os bolinhos de vocês. – River disse.

-Que bolinhos? – Felicity indagou.

-Esses que estão no meio da mesa. – disse apontando para a bandeja com vários cupcakes. Todos se viraram para olhar, mas não viram nada, Caitlin estendeu a mão pegando o de cobertura azul.

-Como?

-Mágica, Oliver, mágica. – River disse estralando os dedos e tornando a bandeja visível novamente. – Aquela área é protegida por uma magia muito forte e assim como esses bolinhos posso fazer a casa desaparecer a vista de todos. Apenas preciso do apoio e tecnologia de vocês. Eu e Caitlin não podemos fazer isso sozinhas.

Todos pararam um segundo e se entreolharam.

-Ok. – Oliver falou por eles. – Quando começamos?

***

Cisco a acompanhou quando ela estava quase no elevador, River ficaria para acertar os últimos detalhes com Oliver e Barry, com o apoio das duas cidades e do laboratório, o centro de apoio poderia ajudar muitas crianças e adolescentes, seria ótimo pois assim evitariam que novos meta-humanos do mal fossem criados. Abaixou a cabeça olhando para ponta da bota de camurça.

-Essa ideia da sua amiga é incrível, nunca havíamos pensado nisso. – ele disse tentando puxar assunto.

-River é incrivelmente altruísta quando quer. – falou. – Olha Cisco, eu tenho que ir, não estou me sentindo bem.

-É, você está meio pálida. Mas você volta amanhã?

-Temos que começar a montar tudo dentro daquela casa, não é? – sorriu entrando no elevador, então por um segundo viu Barry se aproximar de Cisco, foi como um soco em seu estômago, bem fundo. As lágrimas pinicaram seus olhos e quando viu já estava chorando de novo. Malditos hormônios.


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