A música suave tocava na rádio, uma balada dos anos 80, ela cantava alto no estacionamento vazio, os pingos de chuva caiam contra o para-brisa, Caitlin deixou algumas lágrimas escorrerem, bateu contra o volante gritando refrão. Estava na merda. Riu, se lembrava de quando havia descoberto que estava grávida, Whitney Houston havia sido sua companheira por uma semana inteira.
-O que fazemos quando estamos atolados até o pescoço com essa merda? – indagou para o vento. – Nos afundamos ainda mais com músicas tristes.
A música mudou, a batida ficou mais frenética, ela gritou batendo no volante e chutando com força. Estava irritada, chateada, triste, confusa e nervosa. Gritou ainda mais alto. Tudo o que queria era sumir, desaparecer. Gritou mais uma vez, desta vez viu suas mãos envolverem todo o painel do carro com uma camada de gelo. Se jogou contra o assentou passando a mão pelo cabelo e apoiando o cotovelo na janela.
Não sei se fico com pena de você ou digo eu bem que avisei. Frost disse, Caitlin revirou os olhos.
-Quero tanto me livrar de você agora.
Você sabe que eu não sou real, né? Que eu sou apenas um fruto de sua imaginação, sou apenas a sua mente, Caitlin. Sou aquela vozinha irritante. Não existe mais Killer Frost dentro de você. Nós sabemos muito bem disso.
E ela sabia, sabia que os últimos resquícios Killer havia ido embora no momento em que viu Iris atirar em Savitar. Ela morreu quando ele morrer, o amor psicopata era uma coisa louca. Fechou os olhos com força até sentir uma dorzinha ao redor deles. Seu celular vibrou dentro do casaco.
Barry: Onde você está?
Em um estacionamento de uma lanchonete na saída da cidade.
Barry: Não saía daí, estou indo te pegar.
Ok.
Pulou para o banco do carona e destrancou as portas, em segundos Barry estava no volante, ele olhou para o painel assustado. Ela deu de ombros e apoiou a cabeça na janela. Barry dirigiu de volta para casa de campo, era quase duas horas de viagem, seria mais fácil se ele tivesse usado sua velocidade, mas ele sabia que ela queria um tempo, apenas um pequeno tempo.
-Desculpa pelo o que Iris disse.
-Ela estava bêbada, ninguém consegui ter uma conversa séria quando esta embriagada. – disse sem olhar para ele.
-Vou conversar com ela, Iris vai aceitar.
-Espero que sim, mas por enquanto. – respirou fundo, sua respiração embaçou o vidro. – Acho que vou aceitar a proposta da minha mãe.
-Você vai para Londres?
-Por algum tempo, alguns meses. Eu volto antes de Josh nascer, não quero que você perca isso. – disse. – Apenas preciso de um tempo, Bar.
-Ok. Londres.
Eles ficaram em silêncio, Caitlin observou os carros passarem por eles, os faróis colidiam com seus olhos, ela podia ver a luz por debaixo das pálpebras. Barry diminui a velocidade.
-O que foi? – indagou abrindo os olhos e se virando para ele.
-Acho que estamos sendo seguidos. – Barry disse dando sinal para encostar, a chuva havia aumentado, os pingos caiam contra para-brisa como se fossem pequenas pedras.
-E você vai parar para eles nós pegarem? – indagou ironicamente. – Sério Barry?
-Fica calada e saia do carro.
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Snowflake
FanfictionCaitlin já havia passado por muitas coisas em sua vida, tinha traumas e cicatrizes que nunca se fechariam, fora quebradas tantas vezes que mal podia contar, não havia mais nada que não pudesse aguentar, havia criado uma barreira ao redor de si. Até...