Capitulo 3

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Alione

Sua postura se tornou tensa e seu rosto passou a tomar o suor como compania.

- Pai por favor me conte o que se passa ou se passou nessa casa! - eu digo lhe observando pensativo. - Têm algo de estranho aqui, desde sempre eu me senti observada, sempre senti um outro ser cuidando de mim, e me atormentando e esse zumbido que não para pai...- eu calo esperando que ele diga alguma coisa.

- Eu ja sei do que você precisa. - ele estala os dedos indicando que teve uma ideia. - você vai entrar na escola.

O absurdo tomou conta desta conversa.

- Você ouviu o que eu disse pai? .- eu pergunto indignada com ele.

- Sim, sim mas esqueça essa historia bolachinha não tem nada naquele quarto para você ver. - ele me segura pelos ombros e me olha nos olhos.- amanhã mesmo você começa as aulas agora não mais em casa e sim em uma escola com pessoas, raparigas e professores e tam...

Ele sai falando da sala e me deixa sozinha, que fico burra olhando ele subir as escadas como se o que hoje aconteceu não passou de um sonho.

- Difitivamente preciso mesmo de distração. - digo e levanto do sofá em direcção ao quarto para dormir.

(...)

Acordei cedo, ou melhor nem dormi de medo hoje, sempre que fecho os olhos ouço aquela canção.

♬onde estiver
Olhe por mim
O meu amor
Não vai ter fim.
Tudo que vêm
Têm que ir
É a lei da vida
Não é feita por mim. ♬

- Alione esta preparada? - Nana pergunta recolhendo meu prato da mesa da cozinha.

- Claro, ou mais ou menos... Você não acha estranho o meu pai querer derrepente me colocar em uma escola? - digo levantando da mesa. - Tipo depois do que aconteceu ontem.

- você precisa ficar afastada... - ela arregala os olhos e fixa eles na parede.

- nana, nana... - eu a chamo e ela fica estagnada olhando na parede cor verde da cozinha.- Nana.- Seus olhos estavam presos a parede.

Eu balançei os braços para cima e para baixo a frente dos olhos dela e ela não se moveu nem para um nem outro lado.
Então fui me aproximando da parede por onde ela olhava e senti meu corpo ficar enrrigecido e senti como se meu olhos tivessem atravessado a parede.

"Raul natália meu amor você não vai acreditar nossa filhinha finalmente esta dormindo... - ele sorri. -não chores porque a culpa é tua por não estares a acompanhar ela crescer ,não me olhes com essa cara a culpa de tudo é tua.

- A alione é minha e de ninguem mais, somente minha e nem que eu morrer eu virei buscar ela para ficar comigo.

Pode demorar anos Raul mas
Ela vai abrir a porta
Ela vai abrir a porta
Ela vai abrir a porta"

Meu corpo se desprendeu e eu cai no chão imóvel.

Ouvia meu pai chamando por mim, mas meus olhos estavam celados e impedidos de se abrir.

- Alione, alione... - ouvi a voz do meu pai no fundo .- acorda minha bolachinha.

Eu consegui abrir os olhos e tentava me levantar.

- Eu vou abrir a porta - eu repito a voz do sonho. -
Eu vou abrir a porta
Eu vou abrir a porta.

Vejo a imagem de uma mulher loira de olhos azuis olhando para mim e se aproximou ao meu lado ela estava tão perto que podia sentir sua presença fria e ao mesmo tempo atenta sobre mim, eu pude perceber que eu era a unica que via ela. Eu sinto que ja a vi em algum lugar..

- Abre a porta meu bebê abre a porta. ' a mulher disse para mim, me mostrando a escada.

- Sim eu vou abrir a porta. - foi minha resposta aquela desconhecida na qual eu sentia que lhe devia mais que minha vida.

Ela desapareceu e eu fitei os olhos do meu pai, que apesar de preocupados a unica coisa que consegui sentir a olhar para ele, foi puro ódio.

- Sim pai estou bem claro que estou. - respondo rápido. - Vamos para essa escola.

Continua...

Alguma pergunta? ♥

Não Toques No PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora