II - VINHO E VOLUME

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Sentei no sofá e fiz um gesto para que ele entrasse, veio lentamente, olhando para o ambiente que surgia em sua frente, sentou no sofá ao lado do qual eu estava, o encarei e ele abaixou a cabeça.

— Então Rafael, sobre o que quer conversar? - falei cruzando as pernas.

— Bom... Que tal falarmos sobre o livro? - falou Rafael apontando para o objeto em cima da mesa de centro.

— Hm... E o que me diz sobre o livro? - falei balançando a perna que estava por cima da outra.

— Eu particularmente, acho ele muito massa. - falou ele meio eufórico.

— Entendi... - falei fazendo uma cara de interrogação. — E qual personagem mais gosta? - falei levando meu olhar ao rosto do rapaz sentado.

— Da Madame Shantel, claro! - falou ele, referindo-se a personagem do livro, que era uma Travesti que performava em bordéis e era uma Domme muito severa com os homens casados que a procurava.

— Ah... Então minha musa inspiradora é a sua preferida. - falei levantando e indo em direção a cozinha.

— Sim, ela é muito rígida e pra falar a verdade eu... - falou Rafael me observando. — Eu gosto do que ela faz, de ser amarrado, de levar umas palmadas essas coisas que ela faz mas nunca encontrei alguém que estaria disposta a tentar comigo.

— Hahahaha! - soltei uma gargalhada da cozinha. — Não me diga. - falei enquanto voltava com uma garrafa de vinho branco e duas taças.

— Sim, é que eu sempre tive esses desejos... - falou ele puxando as mangas do moletom para baixo. — e também desejos por... Travesti. - completou ele envergonhado.

— Ah... Então acho que irei gostar dessa conversa. - falei servindo o vinho para nós.

Após alguns minutos de conversa sobre o livro e a personagem, eu estava sentada mais próxima dele, mas não no mesmo sofá. O assunto estava fluindo bem, e eu sabia que ele estava gostando de estar ali, pois ele já estava se soltando mais, e a cada vez que eu falava, ele prestava bastante atenção nos meus seios apertados pela minha roupa.

— Eu não queria falar, mas quando eu vi a senhorita sentada lá na lanchonete... Eu... Eu senti um tesão. - falou Rafael corando as maçãs do rosto.

— E você acha que eu não percebi? - falei batendo de leve no braço dele. — Você estava excitado, como você está agora. - falei apontando para o volume em sua calça.

— Nossa, como você percebeu? - falou ele escondendo com as mãos.

— Você não para de olhar para os meus peitos. - falei abaixando um pouco o sobretudo do meu ombro.

— Não faz isso que eu fico com mais tesão. - falou ele apertando o seu membro, tentando escondê-lo.

— Hahaha! Ai ai, como vocês homens são uns paus frouxos. - falei girando a taça.

— E... Não quero ser inconveniente... Mas...

— Mas? - o interrompi.

— Mas você é...

— Travesti? - o interrompi novamente.

— Sim. - Disse ele. — Descul...

— Sou. - falei séria. — Tem algum problema? - completei.

— Não, imagina! - disse Rafael meio assustado.

— Ótimo. - falei dando um sorriso amarelo.

— Mas a senhora ainda tem... É...

— Pau? - o interrompi novamente.

— Isso. Cof Cof! - disse ele envergonhado, se engasgando com o vinho.

— E isso mudaria alguma coisa? - falei já meio impaciente, esperando a resposta.

— Não, não, claro que não! - disse ele chegando mais perto de mim. — A senhorita é linda, perfeita, você poderia ter dois paus que continuaria sendo essa mulher maravilhosa.

— Nossa! - falei surpresa. — Não esperava ouvir isso. - completei. — Logo aqui, no Brasil, o país onde mais mata Travestis e Transexuais no mundo, ter uma pessoa que pensa assim... - falei bebendo um gole do vinho.

— Viu, nem todo homem é um babaca, machista e transfóbico. - falou ele se vangloriando.

— Ah não é? E porque me tratou no masculino quando me viu? - falei o encarando. — E o Brasil também é o país onde mais tem pesquisas de pornô com Travestis e Transexuais no mundo... - falei levantando uma sobrancelha. — Viu o quão hipócrita são os homens deste país, matam mas não vivem sem pornô, isso me enoja. - completei.

— Eu peço mil desculpas, eu estava nervoso, não quis te ofender e te tratar dessa forma. - disse ele abaixando o rosto. — Mas eu não sou assim, eu respeito muito as pessoas e... Eu posso estar no meio dos que pesquisam pornô com pessoas como você, eu sinto muita atração e desejo, quando eu te vi não consegui controlar isso. - falou Rafael.

— Hahaha! E porque acha que eu estou vestida assim? Porque acha que eu deixei o livro de propósito na mesa? - falei balançando minha taça. — Eu percebo quando um homem inexperiente me deseja, e eu fico molhadinha só de saber que você ainda é virgem.

— Nossa então você está excitada também? - falou ele surpreso.

— O que você está bebendo não é vinho. - falei ironicamente.

Rimos juntos e o assunto foi ficando mais quente e eu estava começando a desejar ainda mais aquele rapaz, eu estava louca vendo ele se contorcendo para baixar o volume em sua calça, então eu decidi pegar as rédeas da situação.

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Beijos e até o próximo capítulo. ^̮^

Uma Noite Com VicktóriaOnde histórias criam vida. Descubra agora