Falsas Intenções (Degustação)

17

Luz derretia nos braços de Santiago e tinha plena consciência de que aquele homem poderia fazer o que quisesse dela naquela instante. Nada no mundo seria suficiente para lhe explicar tal paixão e, naquela altura do campeonato, resistir não parecia viável.

Entregou-se aos beijos e as carícias de um homem comprometido... O único homem capaz de fazê-la sentir desejo de verdade depois do que havia ocorrido em seu passado...

Com ele se esquecia de tudo, ignorando suas profundas feridas e transformando-se em uma mulher, de fato. Uma mulher que ardia no fogo do verdadeiro amor.

As mãos de Santiago a empurraram até a penteadeira do espelho, espalhando todos os utensílios que descansavam ali para o chão. Ajeitou-se entre as pernas macias de modo ansioso, beijando-a no rosto, pescoço e em todos os lugares onde havia pele exposta. A cena não havia sido suficiente para terminarem, apenas para acender ainda mais a centelha que havia começado a queimar na noite anterior. O assunto mal resolvido se estendia ali, dentro do camarim sob a fraca luz de maquiagem.

— Luz?

Uma forte batida na porta foi ouvida e ambos se travaram, olhando e agradecendo por terem se lembrando de fechá-la. Santiago, mesmo estarrecido por ter sido interrompido, fez um gesto para que a moça respondesse ao chamado.

— Sim? — A voz soava entrecortada e nervosa.

— Precisamos mudar sua roupa, querida. David fechou a cena e vamos começar outra!

— Ok! Um minuto e já vou!

— Não demore... — A voz já soava longínqua.

Os olhos de Luz se fecharam quando encostou a cabeça contra o espelho e tapou o rosto com uma das mãos em sinal de alivio. Santiago seguia entre as pernas dela, parado a sua frente.

— David fechou a cena... Sinal de que ficou perfeita! — O comentário carregado de sensualidade deixava claro que ele ainda se sentia tentado por ela — Parabéns, hermosa.

O coração de Luz corria no peito quando se viu novamente seduzida pelo olhar esverdeado de Santiago, mas teve coragem suficiente para afastá-lo com jeito e safar-se de seu inferno particular.

— Isso não pode acontecer... — Sussurrou fechando os botões do vestido, localizados a frente de seu corpo — Não podemos nos encontrar aqui, não podemos estar juntos e...

— Como você quiser, mas até quando pretende ficar fugindo do que sente? — Luz ajeitava a roupa e tentava não encará-lo.

Bem no fundo de seu coração a moça agradecia pela voz de alguém da produção tê-los parado! Não estava pronta para fazer amor com um homem novamente, muito menos sendo ele Santiago Solare! Ao mesmo tempo em que o desejava, sentia medo do que poderia acontecer. Sentia medo de não conseguir...

— Quanto tempo vai demorar a compreender que você é casado e vai contra os meus princípios ter algo contigo? — Santiago a segurou pela cintura novamente e foi o suficiente para fazê-la se calar.

— Nos já tivemos algo... Ontem e hoje... E, se depender de mim, sempre! — Luz sustentava os olhos verdes nos seus adorando-o em silêncio.

— Me desculpe, mas não posso! — Afastou-se novamente, mas desta vez segurou a mão dele na sua com carinho. Os olhos azuis se preenchiam com lágrimas — Não posso esconder que... Que bom... Realmente passa algo entre nós, algo muito mais forte do que posso compreender, mas não posso!

— Não pode ou não quer?

— Não posso! — O olhar sincero e emocionado fez Santiago se deter e apenas ouvi-la. Tocava em seu coração o jeito como a via naquele momento — É muito difícil para mim também, então, por favor...