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— Santiago?

— Quem diria que o dia quente se converteria em uma noite de tempestade... — De repente o frio começa a se esvair do corpo de Luz com todo o resto. Santiago não solta sua cintura e se mantém ali de maneira firme.

— As coisas mudam em pouco tempo, como está acontecendo comigo agora — A voz dela treme e ele concorda — Já está indo para casa?

— Sim. Você também? — A moça dá um passo para o lado e ele solta sua cintura — Está gelada, Luz. Deixe-me te oferecer meu paletó... — Antes que ela pudesse responder Santiago removeu dos ombros o paletó.

— Não Santi, tudo bem, eu... — Santiago coloca o paletó nos ombro dela chegando perto de seu rosto. Luz pode sentir seu corpo bem próximo, notando como ele fica bem com a camisa branca e o colete que estavam por baixo do traje.

Com apenas vinte anos Luz não sabia de fato o que significava química entre um casal. Nunca havia experimentado se apaixonar de maneira real e muito menos podia identificar a tensão que existia entre ela e Santiago. Era algo inexplicável e até o próprio, no auge da experiência, mostrava-se desconfortável com a conexão que ambos possuíam.

— Por favor, Luz. Sou um cavalheiro e você está com frio. Permita-me ajudar.

O sorriso dele destrói barreiras no coração da moça e qualquer impedimento cai por terra. É impossível ser imune ao carisma de Santiago Solare e Luz compreende, finalmente, o porquê de este homem ser tão assediado pelas mulheres.

— Obrigado. Você é mesmo um cavalheiro.

— Porque parece preocupada? — Santiago enfia as mãos nos bolsos da calça e Luz não pode deixar de se sentir grata por isso! O ato significa as mãos dele longe dela e seu constrangimento menor! Não podia evitar demonstrar gostar da proximidade de seu colega de trabalho.

— Ah... Porque vim para a festa com Estrela e ela bebeu muito! Não quer ir embora comigo e está lá, muito embriagada e dançando com Viriato. Não queria deixá-la para trás — Explica de maneira apreensiva e Santiago não parece gostar nada do que ouve.

— Como você vai para casa?

— A moça do hotel chamou um táxi para mim.

Santiago fecha a expressão e parece desacreditado.

— Espere aqui — Luz segura o braço dele quando ameaça sair.

— Aonde você vai? — Questiona sem compreender a postura dele — Meu táxi já vai chegar. Pegue seu casaco!

— Esquece o táxi, Luz. Eu levo você. Aliás, vocês! Vou lá buscar Maria Estrela — A moça começa a segui-lo. Santiago segue caminhando e ambos descem novamente para a festa lado a lado — Viriato não consegue lidar com Estrela! Não a quero fazendo mais besteira, essa garota é como minha irmã! Acredito que nenhum deles tenha condições de dirigir — A explicação de Santiago não faz muito sentido para Luz, mas ela agradece porque ao menos Estrela iria embora com segurança.

Observa Santiago alcançar Estrela, abraça-se a roupa quentinha ao seu redor e fica em dúvida se deve agradecer ou se preocupar com a presença dele ali. Santiago e Estrela brigam por alguns minutos até a morena cair apagada nos braços dele. Viriato morre de rir da situação e Santiago parece entrar na onda também. Demora um pouco até que consigam acordá-la e trazê-la em direção a Luz.

— Foi você, loira? Foi você quem mandou esse ogro chato atrás de mim? Pensei que éramos amigas, loira. Só pensei! — Luz ouve os insultos de Estrela sem poder evitar rir da situação. Santiago e Viriato carregam a moça até o carro e Luz segue tudo de perto.

Falsas Intenções (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora