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*Alice*

Tinha acabado de jantar. A Margarida ainda não tinha chefado, pois tinha ido sair com umas amigas. Aproveitei para me sentar no sofá, um pouco, para ver uma série qualquer.

Estava envolvida na televisão quando, alguém abriu a porta de casa.

Desviei o olhar, por instantes, para verificar se era a Magui. No entanto, estava enganada.

- Bernardo!? - exclamei incrédula assim que o vi entrar.

- Alice - disse, fechando a porta atrás de si.

- O que fazes aqui!? - perguntei, levantando-me do sofá.

- Esta é a minha casa - ele defende, continuando a andar até à cozinha.

- Nós temos de falar, Bernardo - sigo atras dele.

- Então fala! - ele virou-se para mim, de repente.

- A nossa relação não está a funcionar, Bernardo. Acho que está na altura de acabarmos.

- A nossa relação não está a funcionar, Alice? - perguntou zangado.

- Não, Bernardo. - concordei, cruzando os braços

- Porque é que será, Alice? - ele protestou, irónico.

- Por minha causa, não é de certeza! - estalei, já aborrecida.

- Se não é por tua causa, podemos resolver isto! Anda cá! - exclamou, agarrando-me com força a cintura.

- Larga-me Bernardo! - tento soltar-me.

- Nós não vamos acabar Alice!

- Bernardo, pára! - tentei que ele parasse de me beijar o pescoço.

- Tu és minha, Alice! - gritou, mas rapidamente uma expressão séria tomou conta da sua face. Os seus dedos passavam no meu pescoço -  De onde vêm estes chupoes!? Quem é o gajo!?

- Bernardo, pára...

O André devia ter-me deixado marcada e eu nem tinha reparado. Agora, o Bernardo tinha descoberto! O que é que eu ia fazer!?

- Não me mintas, Alice! Tu estiveste com outro gajo! Tu traiste-me!

- Tu achas que eu não sei quantas vezes tu já me traiste, Bernardo! - respondi, começando a chorar.

- Tu não brinques comigo, Alice! Quem é o gajo!

- Bernardo, larga-me! - ele empurra-me para o sofá e mete-se em cima de mim.

- Alice, com quem é que me traiste!?

- Pára, Bernardo, pára, por favor! -implorei

- Responde-me, porra! Quem é ele!? - sinto a mão dele contra o meu rosto numa força bruta. Tinha me dado um estalo - Quem é ele, Alice!?

- Bernardo, pára, por favor...

- Tu vais-me dizer quem é ele! Eu não admito que me traias, Alice! - ele começou a tentar desabotoar a minha blusa.

Tentei tirá-lo de cima de mim, mas ele tinha mais força que eu.

- Bernardo, pára! Larga-me!

- Alice, vamos lá não custa nada!

- Bernardo, larga-me! Estás louco! Pára! - mexi as pernas e dei-lhe um pontapé entre as pernas.

- Merda! - ele exclamou, encolhendo-se.

De repente, ele agarrou-me por um braço e mandou-me contra o chão. Senti uma dor de cabeça enorme.

Levantei, lentamente, a cabeça e vi o Bernardo sair pela porta sem levar a chave.

Tentei levantar-me para trancar a porta, embora estivesse zonza.

No entanto, assim que me meto de pé, volto a cair e sinto a cabeça bater na esquina da mesa de centro da sala e, de repente, tudo fica escuro.

*Margarida*

Despedi-me das minhas amigas, à entrada do prédio e subi para o apartamento. Procurei as chaves e destranquei a porta.

Abri a porta e a televisão estava ligada, mas não via a minha irmã.
Resolvi ir sentar-me no sofá.

Quando me aproximei da mesinha de centro, dei com a minha irmã estava estendida no chão.

- Alice! Alice! - atirei a mala para o chão e baixei-me a seu lado - Alice, acorda! Por favor, acorda!

Vi apressadamente se ela tinha pulsação. Sim tinha, mas não respirava! Estava inconsciente!

Liguei para o 112, tremendo de nervos. Estava tão preocupada.

- Estou? Eu entrei em casa! Encontrei a minha irmã inanimada no chão! Sim, ela tem pulsação e uma ferida enorme de lado, na cabeça! - dei a morada e disseram que iriam enviar uma ambulância o mais depressa possível.

- Alice! Alice, acorda por favor! - eu chamava nervosa baixada ao lado dela sem saber o que fazer.

Rapidamente, o INEM chegou e a minha irmã foi levada para a ambulância. Eu fui com ela e os paramédicos.

Chegámos ao hospital. A Alice foi levada para dentro de urgência. Eu estava nervosa, sem saber o que tinha acontecido. Eu tinha encontrada a minha irmã inconsciente no meio da sala! Como é que isto podia ter acontecido!?

Senti um telemóvel no bolso a vibrar - o telemóvel da Alice que eu tinha usado para chamar o 112. No visor, estava escrito Márcia. Devia ser uma amiga. Resolvi atender.

- Estou? Alice? - ouvi a voz da rapariga.

- Não é a Alice. É a irmã, a Margarida - informei.

- Oh! Não sabia que ela tinha uma irmã! Prazer, sou a Márcia, uma amiga... Será que podias passar o telefone à tua irmã, por favor?

- De momento, ela não pode atender, Márcia... É que... - na entrada do hospital estava imenso barulho e não conseguia ouvir bem a chamada.

- Isso é uma ambulância? Estão no hospital? Aconteceu alguma coisa com a Alice?

- eu... não sei! - solucei, nervosa - Eu entrei em casa e encontrei a minha irmã inconsciente no chão! Foi horrível! Eu não sei o que aconteceu! Ela... foi levada para observação agora mesmo.

- Que horror! Coitada! Eu estou com muito serviço mas se conseguir, vou aí vê-la!

- Ok... Eu não sei o que vai acontecer... Espero que esteja tudo bem. Depois, eu aviso quando souber de algo. Adeus - disse, desligando a chamada.

Estava tão preocupada. A Alice era tudo para mim. A minha irmã! Eu só queria que ela estivesse bem. Pensei no Bernardo! Talvez a culpa fosse dele, ou muito provavelmente!

Fiquei sentada na sala de espera. Não tinha outra hipótese senão ficar ali à espera de notícias da minha irmã.

- É a irmã da Alice Matos? - ele aproximou-se e perguntou.

- Sim, sou eu! Como é que ela está, doutor!?

- Ela sofreu uma pancada forte na cabeça. Tinha uma ferida que teve de levar poucos pontos, mas nada de grave. Fizemos-lhe exames e não houve nenhuma perturbação ao nível da caixa craniana ou do próprio cérebro. Ela deve está acordada, apesar de estar um pouco confusa.

- Posso ir vê-la? - questionei, assim que terminou a explicação.

- Sim, sim... Venha por aqui.

O médico encaminhou-me até ao corredor do quarto da Alice, que era o último do corredor. Entrei e encontrei a minha irmã deitada, ligada à máquina do soro. Aproximei-me da cama e reparei que ela estava a dormir. Então, decidi não a acordar. Sentei-me apenas na cadeira, ao lado da cama, e fiquei ali, a fazer-lhe companhia.

∆∆∆
Olá! Tudo bem?
Aqui está mais um capítulo fresquinho!

Parabéns ao nosso menino que marcou pela selecção dando a vitória à nossa equipa no último jogooooo!

Kisses 😘😘😘

Never Say Never •• A.S. André Silva ••Onde histórias criam vida. Descubra agora