*Alice*
Saí do carro com um ar cansado. A Margarida pegou na minha mala e ajudou-me a subir até ao elevador. Ainda me sentia um bocado zonza e precisava de descansar.
Saí do elevador e dirigi-me à porta de casa. A Margarida entregou-me as chaves e destranquei a porta.
Rodei a maçaneta, pronta para me ir deitar no sofá da sala. No entanto, não esperava que o sofá já estivesse ocupado, sobretudo ocupado por aquele moreno de olhos negros.
- André!? - balbulciei, encarando o rapaz, refastelado no sofá. Como é que ele tinha entrado!?
- Hm... Alice, estás bem? - ele sorriu levantando-se.
- Sim, estou... Mas, o que é que fazes aqui? Como é que sabias que eu ia chegar e como entraste?
- Já te disse que sei tudo - ele riu, agarrando-me a mão, com delicadeza.
- Ahm bem... Eu era para ficar a tomar conta de ti, mas até logo! - a Margarida exclamou, pegando na mala - André, toma bem conta dela! -a minha irmã sorriu, fechando a porta.
Assim que ela fechou a porta, um beijo quente tomou por assalto os meus lábios. Tinha tantas saudades daquele toque.
O moreno abraçou o meu corpo com alguma cautela e beijou-me com calma, apesar da intensidade do gesto. Subi as mãos para os seus cabelos, só me afastando por falta de ar, momentos depois.
- Senti a tua falta... - sussurrei, abraçando-me ao rapaz, deitando a minha cabeça no seu peito.
O André retribuiu o abraço e sentámo-nos no sofá. Deitei-me sobre o seu ombro, agarrada ao seu braço.
- Então, tiveste saudades? - ele perguntou, rindo.
- Sim, tive - disse sincera - E, tu?
- Achas?! - perguntou, irónico, afastando-se, um pouco - Só muitas! -agarrou o meu rosto e beijou-me. Eu ri e retribui o beijo.
Afaguei o seu rosto, observando aquele sorrisinho atrevido. Era tão bom tê-lo do meu lado. Até que me lembrei, de repente.
- Espera... - afastei-me bruscamente - André, o que fazes em minha casa!? Tu... saíste da prisão!?
- Ninguém sabe! Tem calma!
- Não! Não, André! Podem aumentar-te a pena! Tu és doido!? - levantei-me, indignada - És um inconsciente! Não quero que te deixem lá dentro, mais tempo!
Ele puxou-me para cima dele, deitou-me no sofá e começou a beijar-me, tentando desviar a conversa, dizendo que não tinha de me preocupar com nada.
- André... - tentei pará-lo - André, não! André! - empurrei-o - Para, não podes estar aqui! Se te apanham... ficas mais tempo na prisão. Achas que dezesseis anos já é pouco!?
- Alice... eu... - o moreno gaguejou, tentando beijar-me. No entanto, eu desviei a cara e sentei-me no sofá.
- O que fizeste para estares preso? - perguntei séria, encarando os seus olhos negros - André, sê sincero...
- Tu sabes...
- Não, não sei... - peguei no seu rosto com as duas mãos - A história do assalto é mentira...
- Não, não é...
- André... por favor, sê sincero. Não te vou julgar - pedi, beijando a sua testa, depois de me colocar à sua frente
- Ainda não estás pronta... - referiu - Mas, tenho uma coisa para te pedir -ele pegou as minhas mãos.
- Eu estou pronta. Só quero saber a verdade... - sussurrei, beijando os seus lábios - Sinto que me escondes tanta coisa... - baixei o olhar, mas rapidamente o voltei a olhar - Que coisa é essa que me vais pedir?
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Never Say Never •• A.S. André Silva ••
Фанфик"You can never say never While we don't know when But time and time again Younger now than we were before" Ele vivia com a culpa de um passado, arrependido, de orgulho ferido, por ser fraco... Mas ela apareceu... Como um rasto de esperança no neg...