Nas Fronteiras Do Amor

Capítulo 7

Marryne Green

1 mês depois.

Já havia se passado 1 mês, Ycaro tinha mesmo ido, tinha mesmo me deixado. Eu fiquei inconsolável durante 1 semana, mas depois percebi que não iria valer de nada aquele sofrimento, eu tinha que seguir minha vida assim como ele seguiu a dele. Desde então venho focando apenas nos meeus estudos, até porque faltam apenas 4 meses para acabar minha faculdade, eu estou realmente bastante ansiosa, quero poder logo exercê na minha área, não vejo a hora.

__ Não acha que está comendo muito? __ Me pergunta Louise, estávamos eu, Louise e Katy em meu apartamento, um dia só para nós três.

__ Estou percebendo esse descontrole também, já é o seu quarto hambúrguer, Marry, fora as cinco porções de batata e os dois refrigerantes que você bebeu, nem na gestação de Luck eu comi tanto assim.

__ Eu só estou com fome, meninas, só isso. __ Digo me sentindo incomodada com isso. __ Me deixem co.. __ Antes que eu termine de falar uma ânsia enorme sobe pela minha garganta.

Não penso duas vezes e corro para o banheiro, que enjôo terrível, sinto uma mão segurando meus cabelos para não se misturarem ao vômito.

__ Marryne, como está vindo? Está regular? Vocês usaram camisinha? Você está tomando seu anticoncepcional, certo? Puta merda, Marryne, não me diga que você está esperando um mine Ycaro logo agora. __ Dispara Louise.

__ Eu não, não sei, meu Deus, que merda está acontecendo comigo. __ Digo já desesperada.

__ Vou à farmácia da esquina, vocês me esperem aqui, acalme ela Louise. __ Katy diz e sai apressadamente.

__ O que vou fazer se eu estiver realmente grávida, Louise? __ Digo chorando em seu colo.

__ Você vai cuidar desse bebê com todo amor e carinho, amiga, aposto que o Ycaro vai ficar muito feliz em saber que vai ser pai.

__ Droga! __ Choro mais. __ O Ycaro não vai saber disso, Louise.

__ Você não pode esconder sua gravidez do pai do seu filho, Marryne.

__ Não só posso, como vou, ele foi embora, Louise, não sou eu quem vou estragar a carreira dele com um filho. __ Nesse momento Katy adentra meu apartamento com uma sacola na mão.

__ Pegue. __ Me entrega a sacola.

__ O que é isso?

__ Para de ser tapada, Marry, são testes de gravidez, anda logo para o banheiro. __ Katy pregueja já impaciente, parece até que ela que tá grávida.

Vou para o banheiro ainda com vestígios de lágrimas nos olhos, sento no vaso sanitário e espero a coragem chegar à minha plena consciência. Abro os três testes e faço como pede na recomendação da caixinha, pede para esperar pelo menos 5 minutos para ter um resultado correto já que ele pode oscilar, os coloco em cima da pia. Eu estou lascada se eu estiver mesmo com um bebê na barriga, eu ainda nem terminei minha faculdade, meu Deus, eu sei que sempre tive o desejo de ser mãe, mas não agora, poxa, e ainda mais do meu "melhor amigo". Pego os três testes em cima da pia sem a mínima coragem para olhar e saio do banheiro encontrado minhas amigas sentadas no sofá quase para rancarem as unhas das mãos com os dentes.

__ E aí? __ Louise me pergunta assim que me vê e Katy se põe a me olhar atentamente.

__ Não tive coragem de olhar. __ Dou os testes para elas e me jogo no sofá com a cara na almofada.

__ Meu.. __ Louise começa.

__ Deus.. __ Katy termina.

Só assim então sinto mãos em meu cabelo fazendo um cafuné.

__ Estaremos com você dependente da sua decisão, Marry. __ Louise fala.

__ Não acredito que vou ser titia.

__ Então eu estou mesmo grávida? __ Falo com a voz embargada e acabo por me sentar e olhar dos testes para os rostos das minhas amigas.

__ Sim. __ Louise diz e Katy me abraça.

__ Um filho é a melhor coisa que você pode ganhar na vida, Marry, meu menino foi a melhor coisa que me aconteceu, não fique triste, fique feliz.

Logo após isso sou invadida por um ataque de choro, toco em minha barriga e só assim sinto um misto de felicidade e dúvida me percorrer, Katy e Lou me abraçam e colocam suas mãos sobre minha barriga.

__ Estaremos com você sempre. __ Louise termina.

Uma semana já havia se passado após a descoberta de que eu seria mamãe, foi algo inesperado? Foi, mas estou me adaptando bem até, meus pais chegam semana que vem e eu não faço a mínima ideia de como vou contar que serei mãe solteira. Ycaro não pode nem mesmo sonhar que estou grávida, o bloqueei de todas as minhas redes sociais, até mesmo seu número, eu realmente não quero mais nem um tipo de contato com ele, os meus amigos me prometeram de dedinho que não contariam nada, até porquê é uma escolha minha, cabe à mim decidir o que é ou não bom para o meu bebê e até mesmo para o Ycaro, ele já tinha seu futuro planejado, não irei acabar com todos os seus planos assim. Bom, como faltam só 4 meses para terminar a faculdade, minha gravidez não vai me atrapalhar em nada, isso me aliviou muito.

__ Olha eu chegando. __ Emma diz abrindo a porta do meu apartamento sem bater e entrando com duas malas enormes.

__ Pensei que só chegaria às 20:00 horas, Emma, porquê não me avisou? Eu poderia ter ido buscar você com a Katy.

__ O meu vôo se adiantou, bebê, agora venha cá abraçar a sua irmã mais gata. __ Ri e fui correndo abraçar a mesma. __ Não corra sua mula, pode magoar meu sobrinho.

__ Eu estou bem, chata. __ Solto ela.

__ Que tipo de merda você tem na cabeça em esconder do papa do teu filho que estás grávida, tola?

__ Pensei que você estava em Miami, não em Portugal. __ Digo confusa pela tentiva fail de sotaque português da minha irmã.

__ Bom, eu estava em Miami, só assisti muito RBD enquanto não tinha nada para fazer por lá, não tinha dublado. __ Diz tentando se justificar. __ Agora não mude de assunto.

__ Emma, não quero atrapalhar os planos dele com um filho, eu vou conseguir, tenho vocês, não preciso dele. __ Digo e vejo que estou tentando mentir para mim mesma, é claro que preciso dele.

__ Pare de tentar se enganar, é claro que você precisa do pai do seu filho, me diga, você quer que o seu filho cresça sem um pai? Veja você, veja nós e até mesmo ele, sou sua irmã maus velha e só quero seu bem, Marryne. __ Diz indo para o quarto guardar suas coisas.

Repenso em tudo o que Emma me falou, eu seria injusta, meu filho merece ter um pai. Me deito em minha cama e posso ouvir através da parede o ronco de Emma do outro quarto, já havia me esquecido o quanto minha irmã faz barulho enquanto dorme, será que ela já experimentou ir à um fonoaudiólogo ou em um médico do sono? Ela tem o melhor de mim. Pego meu celular na cabiceira ao lado da minha cama e digito os primeiros números do Ycaro, cadê minha coragem mesmo? Teclo várias e vezes e por fim resolvo ligar, quando não é 8 é 80. Chama uma vez, duas vezes, três vezes..

__ Alô? __ Uma voz feminina invade meus tímpanos.

__ Quem tá falando? __ Digo já irritada.

__ Eu é quem pergunto, quem é que quer falar com o meu namorado?
__ Minha respiração trava.

__ Namorado? Onde está o Ycaro?

__ Nesse momento ele foi buscar uma toalha para mim e esqueceu o celular em cima da pia, ligue para ele amanhã, talvez ele não esteja ocupado, até mais querida. __ Desliga em minha cara.

Eu tentei, não vou ser eu a culpada, Ycaro já seguiu em frente, espero que ele seja feliz como ele sempre quis.