#7 Minha, Totalmente Minha

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Ele falou para Stefan, meu irmão, que mandasse todos os outros irem pro salão central. Pelo que vi, o salão central era logo depois do local, que chamo de sala de estar, eu mesma dei nome ao cômodo, já que não conheço nada aqui.

Pelo corredor eram várias portas fechadas, com fechaduras de puro ouro, as escadas de madeira dava um ar mais chique e luxuoso ao lugar que era perfeito.

- esse é o mais velho Stefan, que você já conheceu, ele é um ano mais novo que você.

Meu pai falou apontando pro filho, aparentemente, adulto e forte. Tinha jeito de ser responsável, na verdade o mais responsável de todos ali. Suas mãos eram enormes e estavam com luvas, na verdade, todos ali usavam luvas, só não sei o porque. Ele tinha luvas pretas, as garotas eram luvas brancas, delicadas e parecia resistente.

- essa é a Tifany, mais nova que Stefan um ano.

Ele disse e apontou para a loira com cara de ter 30 anos, mas eu tinha 23, com certeza, ela tem 21 anos. A mesma parecia sofrer com alguma coisa, tinha uma aparência cansada e desarrumada, com olheiras, rosto vermelho e cabelos soltos e bagunçados. Seu olhar mostrava que não estava muito feliz com minha chegada ou não era feliz com nada.

- e a mais nova de todas, Renata.

Apontou para a menina de, mais ou menos, 7 anos. Cabelos lindos, rosto travesso, parecia que aprontava muito, era alegre, divertida, com um sorriso lindo e animada com minha chegada, a única na verdade, além do meu pai. Seus braços eram bem finos, seu rosto pálido, acho que todos aqui são doentes.

- Prazer!

Todos disseram juntos, sem ânimo, quase forçados. Pareciam estranhos demais...

Renata parecia muito com Mayra, sua pele branca, seus lindos olhos claros, seus cabelos pretos, ondulados e um sorriso fofo e ingênuo no rosto.

Eu lembro do dia que Mayra morreu, ela estava grávida, esperava um filho do namorado e quase noivo Tadeu. Os dois estavam tão felizes juntos, um casal perfeito, o bebê iria nascer numa família linda e cheia de amor. Ele estava pronto para pedir ela em casamento naquela noite, mas ela decidiu dar uma volta de moto com nosso pai antes de ir para a clínica, fazer uns exames importantes para saber da saúde do bebê que carregava em seu ventre.

Eu era pequena, vi a porta aberta e saí, comecei a andar, escutei um barulho de moto bem próximo de mim, quando olhei meu pai e Mayra estavam descendo dela, quando um homem apontou a arma pra ele e atirou, Mayra gritou ao ver aquela cena deplorável, e também levou um tiro, ele me viu, se virou de uma vez e veio em minha direção, estava prestes a atirar em mim quando Tadeu me puxou, o tiro me acertou em cheio ao passar de raspão no braço dele.

Passei três dias no hospital, não pude ver o enterro deles, não pude dizer adeus a nenhum dos três, meu pai morreu ao chegar no hospital, bom... Era o que diziam, Mayra morreu na hora por causa do tiro ter acertado seu peito, o bebê também morreu.

- então, essa é a minha escolhida?

Um homem forte, alto, esbanjando beleza, entrou onde estávamos, fazendo um barulho horrível com sua espada sendo arrastada no chão, ele colocou a mesma na cintura, percebi que não era confiável quando meu pai retirou sua espada e Stefan também.

- O que faz aqui?

Meu pai perguntou e ele não respondeu, chegava cada vez mais perto de mim, todos olhavam apavorados, esperando o pior, ele passou a mão direita no meu rosto, percebi que sua mão estava suada, ele tinha braços fortes, cobertos por um manto preto, por baixo dele uma roupa digna de um príncipe, mas usava capuz cinza, um pouco parecida com o capuz do garoto da praça.

- minha, totalmente minha!

Ele disse e sorriu. Seu capuz também cobria o rosto, não podia dizer que era o garoto da praça, pois estavam com roupas diferente, mas a sensação que estou sentindo é a mesma.

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