#27 Sem Ela Eu Só Sobrevivo...

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Damon Evans narrando.

Quatro meses depois...

Minha vida se resume a cuidar do meu povo, nada mais além disso. Desde que vi Evelyn morta a maldição só tem piorado, ela estava distante de mim... Tão distante quanto as estrelas da minha mão, o céu dos meus olhos e meus pés da lua. Lembro bem de seus toques, seu cheiro, seu jeito, seu sorriso, seus cabelos loiros e ondulados, sua boca avermelhada, seus olhos claros que nunca consegui identificar a cor e até mesmo do jeito que ela me irritava.

- A sua mãe está lhe chamando no escritório, senhor.

Um dos meus guardas falou chegando perto de mim. Minha mãe começou a morar aqui quando soube do que aconteceu com Evelyn e do que o feiticeiro disse, Estella voltou pro "mundo real" onde vivem as pessoas estranhas, que se consideram normais e comuns, mas normal é esse lugar, é a magia, é a felicidade e tudo que temos nesse mundo... Que eu nunca mais vou experimentar, pois não tenho meu motivo de sorrir e ser feliz.

- Já estou indo.

Falei e comecei a andar devagar. Nesses quatro meses sem Evelyn eu não vivi, apenas sobrevivi. Ela era minha motivação, e tudo agora acabou, minha mãe insiste que tenho que arrumar alguém pelo menos de "enfeite" pra que o reino tenha uma rainha, pois já passou da hora, e eu tenho certeza que é esse o motivo dela me chamar pela segunda vez essa semana no escritório.

- Finalmente, acha que tenho o tempo todo?

Perguntou quando entrei. Não respondi sua pergunta, pois sabia que não era preciso. Me sentei e fiquei olhando seus olhos escuros. Com os braços cruzados eu esperava ela falar o porquê de me chamar ali.

- Você sabe que o reino precisa de uma rainha, certo? Então precisamos que você se decida logo, escolha qualquer princesa, todas elas te querem meu filho.

Revirei os olhos. Aquele assunto já estava me deixando bravo, é tão difícil assim entender que nunca vou poder dar a ela o neto que ela tanto quer? Nunca vou entrar em um laboratório para ter um filho e nem quero que meus filhos saiam do ventre da pessoa que não amo.

- Mãe, com todo respeito... Vê se me esquece!

Falei me levantando e sai do escritório, ela continuou lá e eu fui pra varanda do andar de cima, onde me lembro de Evelyn mais frequentemente. Olho para o jardim e me lembro do dia que a-vi passeando sozinha por lá, depois teve ciúmes de Ester.
Nada estaria desse jeito se não fosse aquela garota, eu teria aproveitado mais a minha noiva, pois ela não teria fugido de mim daquele jeito tão desesperado.

- Evelyn...

Sussurrei com vontade de chorar. O normal seria eu já ter me acostumado com sua partida tão inesperada, mas não consigo, sua imagem está bem viva dentro de mim, parece que ela não morreu pro meu coração.

Entenda seu idiota! Ela morreu!

Meu coração não queria entender, me pedia pra procurá-la por aí, andar pelo mundo atrás dela.

Minha noiva sempre será ela! Isso nunca irá mudar de jeito nenhum.

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Minha mãe havia me mandado pra outro reino visitar uma princesa que ela achava que daria certo para ser rainha de Anfred, meu reino escondido. A princesa era realmente linda e encantadora, mas percebi o jeito que tratava os empregados, ela era grossa e rude com todos eles, como se fossem obrigados a servi-la perfeitamente, bem diferente de Evelyn.

- Vou dar uma volta .

Falei para a princesa Penélope, que apenas sorriu, e eu sai. O castelo era um pouco menor do que o meu, mas cheio de guardas. Dizem que eles foram ameaçados e que outro rei pretende invadir o reino deles.

Andei um pouco. O vento parecia me levar até um lado do castelo, lá vi uma porta de madeira velha com árvores e plantas cobrindo, parecia que não queriam que soubessem que existe algo ali. Fui até lá e abri devagar a porta que revelou um lindo jardim, cheio de árvores, flores e alguns pássaros cantando alegres. Jardins sempre me lembra Evelyn, por causa de seu cheiro de rosa e o perfume de flor do campo em seu quarto. Sorri ao lembrar dela e continuei entrando, toquei em uma rosa que parecia ter sangue em um de seus espinhos. O sangue fazia uma trilha até outra porta, dessa vez fechada com corrente e cadeado.

Andei mais um pouco e lembrei dos cantos mais óbvios para se esconder chaves :

Debaixo do tapete, atrás de algum vaso de flor ou atrás de alguma lamparina...

Vi alguns vasos de flores próximos da porta, olhei em um deles e achei o que procurava.

Há Penélope, você é muito previsível.

Pensei e abri a porta com cuidado e curiosidade. A porta fez um barulho horrível ao abrir e vi a trilha de sangue seguindo por uma escadaria que dava até um porão.

- Olá?

Falei entrando, desci devagar naquele escuro, quase completando quinze degraus vi uma luz.

Uma luz no fim do túnel...

Pensei e quase ri sozinho, andei um pouco mais rápido e vi um local horrível, parecia uma sala de tortura com chicote, correntes, cadeados, algemas, sangue, armas, facas e muitos instrumentos.

Tinham duas celas com grades e cadeados. Uma delas tinha alguém, parecia ser uma garota. Ela estava caída no chão com o corpo todo cortado, cheio de hematomas no corpo, roxo vermelho, cortes e alguns furos, parecia ter sido feito por uma faca bastante afiada.

- Damon...

Ouvi ela sussurrar e meu coração acelerou... Era ela? Será?

Me digam o que estão achando... Eu gostaria muito de ter opiniões de vocês. Não esqueçam de curtir, em.

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