1° D i a - Cactos

604 66 77
                                    

****

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

****

Assim que acordei, percebi que meu cabelo estava molhado.
Ok, isso não era tão importante quanto a sensação de ter uma globeleza com dez toneladas sambando em minha cabeça.
Com muita dificuldade abri meus olhos e me sentei na cama respirando fundo.
Esfreguei as mãos em meus olhos e tateei a mesinha de cabeceira procurando água e encontrei uma garrafa e um comprido, um ao lado do outro.
Minha memória falhava.

" Como cheguei até aqui ? O que a aconteceu noite passada? " Debati comigo mesma, mentalmente.
Aproveitei o impulso e me levantei. Caminhei descalça até a janela e abri as cortinas, sentindo a luz do dia invadindo meu quarto de paredes brancas, por completo fazendo meus olhos arderem e minha cabeça latejar.
E então aconteceu.

Flashes da noite anterior me bombardearam - desde o meu escândalo na mesa da balada ao momento que vomitei sem cerimônia alguma nos pés da Mari.

Ah Mari! Poxa, ela deve estar me odiando agora!
Fui até seu quarto, que era ao lado do meu e encontrei somente sua cama arrumada impecável.
Droga! Ela já tinha ido trabalhar, ou então encontrar Bruno.
Eu já estava perdida, não me lembrava mais que dia da semana era, mas sabia que precisava ligar para ela.

Procurei meu celular, e acabei o encontrando sobre a mesa da cozinha e disquei o número do meu melhor amigo.
Miguel me explicaria tudo que havia acontecido na noite anterior.
Ele atendeu no primeiro toque.

- Hey Bea! Cinco minutos e to ai no seu apê. - Avisou empolgado. Sua voz se misturando com a loucura do trânsito paulista.
Alguém havia acordado de bom humor.

- Tá maluco? O que você vem fazer aqui? - questionei, com a sensação que minha cabeça fosse explodir.

- Até daqui a pouco. - e desligou na minha cara.
Na minha cara!

- Meu Deus do céu! - clamei, massageando minha cabeça.

- Eu nunca mais bebo. Prometo.

Aproveitei e tomei um banho rápido, lavei meu cabelo que estava embaraçado antes que meu amigo chegasse.
O interfone tocou minutos depois, abalando meu cérebro pelo agravamento da dor.
Qualquer som parecia ser mil vezes mais alto que realmente era.
Atendi, com dificuldade.

- OH DONA BEATRIZ - gritou o filho do porteiro no interfone, para minha infelicidade.

- Oi Luca. - respondi, com a voz tremendo, quase suplicando para que ele gritasse menos.

Luca era o filho do seu Juca, o verdadeiro porteiro.
Ele não trabalhava, não estudava e não fazia nada além de pagar de cantor sertanejo.

- UM TAL DE MIGUEL TÁ AQUI, FALANDO SER SEU AMIGO.

Suspirei fundo.

Luca adorava provocar Miguel.
Ele estava careca de ver e saber que Miguel era meu melhor amigo, afinal ele sempre vinha até aqui, fazer incontáveis sessões de cinema com Mariana e eu.

30 dias para esquecer meu ex [PAUSADO]Onde histórias criam vida. Descubra agora