11° D i a - Amores imperfeitos

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Todo mundo odeia segundas-feiras.
Eu odeio.
É como o início de um livro que não te prende. Como uma festa chata com somente doze convidados - que você não conhece ninguém além do anfitrião.
É irritante. Pior ainda é acordar cedo em uma maldita segunda-feira, pegar o trem lotado, ficar em pé e chegar atrasada no trabalho, suada, cansada e descabelada.
O encantador o estilo de vida paulistana. Patético.

- Nossa, o que aconteceu com você? - Milena perguntou preocupada, enquanto eu jogava minha mochila na cadeira da recepção.

- É segunda. Isso já explica tudo.

Milena riu e corri para o banheiro.
Eu sempre me trocava na clínica, era mais viável e geralmente me sobrava tempo.
Mas hoje não.
Hoje não era o meu dia.
Definitivamente, não.
Procurei pela minha calça social, não a encontrei.
Apertei os olhos fechados e contei até dez.
O vento gelado que entrava pela janela semiaberta me lembrou que naquele momento, eu havia feito uma escolha errada - eu usava o jeans rasgado.
Nunca odiei tanto uma calça como hoje.
Em um rápido flashback, me recordei que eu tinha deixado minha calça em cima da cama.

- Droga! Porcaria de dia! - praguejei.

Troquei a camiseta larga pela camisa social, como se não houvesse nada errado. Fiz um coque. Meu cabelo estava pegajoso e sujo, uma lástima.

Terminei de me ajeitar, já sem paciência e voltei para a recepção.

- Olha ela, lançando moda - brincou Milena.

Me sentei na cadeira e sem qualquer pingo de humor, abri um sorriso

- Vinda diretamente da infernolândia.

- Credo. - sorriu Milena que estava alegre demais para o início de uma semana.

- Qual é a sua, hein? - questionei curiosa.

Desde o término, Milena era outra pessoa.
Se maquiava, cumprimentava desconhecidos e até postava fotos no instagram.
Ela estava bem, e isso de todas as formas possíveis, enchia meu coração de alegria.

- Nada boba, só estou feliz. Marquei hora no salão hoje, vou cortar o cabelo! - anunciou serelepe, dando um giro de trezentos e sessenta graus sentada na cadeira giratória.

- Transformação total? - liguei o computador e pluguei o pen-drive. O aviso subiu no canto inferior da tela e cliquei, abrindo a pasta do meu trabalho.
Um maldito trabalho sobre a arquitetura da cidade de São Paulo - com doze páginas.
Doze páginas! Sério, meus professores me odeiam.

- Trabalho? - perguntou minha amiga dando um impulso com os pés, fazendo as rodinhas moverem a cadeira em minha direção.

- É pior que aquele programa que passa na tevê aberta de madrugada. Sabe aqueles que tem várias imagens iguais que ficam se mexendo e você tem que encontrar o erro, já que o prêmio são quarenta e oito mil reais que eu não ganharia nem em vinte anos? Então, tudo mentira.

30 dias para esquecer meu ex [PAUSADO]Onde histórias criam vida. Descubra agora