9° D i a - Não demora

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- Como você consegue comer sabendo que sua melhor amiga pode morrer a qualquer momento sem saber do que aconteceu ontem? - Mariana, a rainha do drama e da chantagem emocional insistia constantemente enquanto eu mastigava um pacote de salgadinhos sabor isopor.

- Vocês foram pra um motel, né ? - me insultou. - Por isso você não quer me contar. Os lençóis de cama não foram trocados e você acha que pegou uma dst. - concluiu andando de um lado para o outro.

Ai já era demais.

- Mariana, você é irritante! Não, nós não fomos pra um motel. Ninguém foi. Nós jantamos, dançamos um pouco e foi só isso! - despejei, fazendo Mari se acalmar um pouco.

- Nenhum beijinho? - insistiu.

- Não! - gritei irritada.

- Se você tivesse passado o batom vermelho, não teria tido esse problema e nem esse mal humor - continuou, se recusando a deixar o assunto morrer.
Me levantei e marchei para a cozinha com Mari em meu encalço.

- Você acha que vai demorar quanto pra ele te beijar ? - perguntou encostada na bancada da cozinha.
Fechei os olhos e respirei bem fundo, pedindo aos céus paciência para aturar a dona Mariana.

- Mari, se tiver que acontecer vai acontecer. Agora, por que você não dá uma olhada em uns vestidos de noiva, hein?

Mari deu de ombros.

- Eu odeio casamentos. Vou acabar fugindo com o motorista da limousine.

Dei risada e joguei o pacote vazio de salgadinho no lixo.

- Quem vê pensa. Ai dona Mariana, você é a clássica romântica incurável - cutuquei e ela apenas suspirou.

- Pelo menos eu admito e não escondo as coisas da melhor amiga - provocou.

Fui até o meu pequenino cacto e o molhei com um conta gotas.
Ele parecia mais gordinho que a última vez que eu havia conversado com ele.

- Mari, não aconteceu nada meu bombom. Agora a senhorita já pode parar com essa neurose toda.

- Credo, só estou entediada - disse em desfesa, como se eu fosse um parque de diversões ou um joguinho de tabuleiro.

- Uma pena. - fingi me lamentar.

- Morar com você é um caos, sabia? Vou voltar para a casa da minha mãe, atear fogo no meu padrasto e ocultar o cadáver. Assim todos viveremos felizes para sempre - planejou animada, me assustando um pouco.
Mari veio morar comigo por um simples motivo - seu padastro era um folgado.
Não trabalhava e comia tudo que tinha em casa e só sabia reclamar.
Ele era o Matheus quando atingisse a casa dos cinquenta.

- Vai na fé meu amor - ironizei, secando as mãos em um pano de prato.

- Devíamos chamar o pessoal para fazer alguma coisa, o que você acha? - sugeriu, entediada.

30 dias para esquecer meu ex [PAUSADO]Onde histórias criam vida. Descubra agora