Capítulo 4

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Estou saindo do curso e, confesso, estou esgotada. Nunca imaginei que seria tão puxado assim, tivemos matérias e testes hiper difíceis. Porém nem tenho tempo para reclamar, se quero entrar no Instituto Tecnológico da Aeronáutica, preciso focar nos estudos e um pré-vestibular exigente é ótimo. Peguei a condução e cheguei em casa arrastada, me encontrando com uma irmã estérica.

- Ahh.. Alice, vamos sair às 20:00. - "Oi?! quem vamos sair às 20:00?!" pensei a encarando. - Não me olha assim, você vai comigo nessa festa e não tem desculpas. - Falou apontando para mim ameaçadoramente.

- Mas eu...

- Se você não for eu vou fazer uma festa aqui em casa, de surpresa, e fazer todos falarem com você. - Falou subindo as escadas digitando em seu celular.

Ok, ela é louca e, a conhecendo como eu conheço, sei que ela é capaz de fazer isso sem pensar duas vezes.

- Tu tá ferrada, Amanda não vai te deixar em paz. - Alexandre falou deitado no sofá rindo da minha cara de paspalha. Tenho certeza que essa é a cara que estou fazendo agora.

- Filha... como foi a aula? - Minha mãe perguntou vindo até mim para me abraçar.

Retribuí o abraço a apertando e fazendo ela rir. - Foi cansativa. Esse curso é bem puxado, mãe.

- Imagino, pelas coisas que li sobre ele. - Falou indo em direção a copa.

- Mas não vou reclamar, pois isso significa que fiz a escolha correta. - Falei sorrindo para ela que retribuiu o sorriso.

- É assim que se fala. Você almoçou direito?

- Uhum... tem um restaurante lá perto com uma comida maravilhosa. - Falei fechando os olhos de satisfação. - Mãe... Amanda quer me levar em uma festa, tem como você falar com ela?! Não quero ir.

- Até posso amor, mas sabe como ela é, cabeça dura igual seu pai. - Minha mãe falou me estendendo um copo de suco de laranja. - Vai filha, você precisa sair um pouco também, só ficar em casa não é saudável.

"Tá... estão de complô... cadê meu pai para me defender?" pensei desanimada. Suspirei forçosamente e subi para meu quarto, onde encontrei um bilhete preso na porta, escrito com a letra da minha irmã, me indicando o que usar para essa droga de festa. Arranquei a porcaria do papel da minha porta e entrei com raiva.

São 18:44, então tenho pouco mais de uma hora e quarenta e cinco minutos para fazê-la desistir de me arrastar, mas é praticamente uma batalha perdida, pois, como minha mãe mesma falou, quando Amanda coloca algo na cabeça não conseguimos tirar nem mesmo com uma britadeira.

Peguei o celular e vi mensagens de Alessandro e Dani. Ele me mostrando a notícia sobre seu contrato de patrocínio e ela me mostrando a roupa que usará para ir na balada mais tarde. Eles são completamente o oposto um do outro, não que Alessandro não saia, mas, devido a rotina de treinos, ele é mais contido, enquanto que Dani, não tem um só final de semana que ela não tenha uma festa, balada, ou etc, para comparecer.

Desci entre as mensagens e encontrei uma de Laura. Sim, eu finalmente enviei uma mensagem para ela e, com certeza, ela salvou meu número. Agora terá contato comigo quando quiser. Também depois do dia de ontem, era o mínimo que poderia fazer, afinal.

Laura: Olá minha pequena, como está?

Alice: Boa noite, estou bem e você?

Laura: Morrendo de saudades de você...

Como foi o primeiro dia de curso?

Alice: Cansativo... mas estou satisfeita, é um bom curso. :)

Doce Obsessão (Romance Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora