Capítulo 16

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Fomos até o restaurante japonês que escolhi para nós almoçarmos e, por incrível que pareça, ela realmente melhorou suas habilidades com o hashi, tirando um pouco a graça do passeio. Porém só um pouco, pois a forma como ela comemorava cada pegada certeira que ela dava me fazia cair na gargalhada.

Houve um momento que percebi como a garçonete que nos servia me olhou de forma provocativa. Aquilo mexeu comigo, me senti desejada por alguém fora do meu círculo de conhecidos e fez bem para meu ego. Mas o que me encantou mesmo foi a forma como Bárbara a olhou quando percebeu seu olhar sobre mim. Senti como se ela fosse esgoelar a garota só com o olhar. "Não imaginei que ela pudesse ser ciumenta" pensei rindo para meus adentro.

Saímos do restaurante e fomos para o centro do Rio de Janeiro. Segundo Bárbara, era um excelente local para se conhecer a história da cidade. Fomos ao museu de artes, visitamos uma região chamada Cinelândia, onde fica o Teatro Municipal, passeamos próximo aos arcos da Lapa, fomos ao Paço Imperial, que eu já havia passado perto quando fui a Niterói de barca, mas nem reparei na construção e fomos também ao Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB) e a praça Mauá.

Bárbara, que parece ter feito o dever de casa, me falava sobre todos os atrativos com muita propriedade e conhecimento. Apesar de ser dia de semana, os locais estavam cheios e as atrações estavam belíssimas.

Confesso que estava me divertindo muito e, durante todo o trajeto, ficamos de mãos dadas. Bárbara é carinhosa, educada e cuidadosa.

- Quer entrar e ver a exposição? - Bárbara falou me mostrando o Museu do Amanhã.

Olhei a grande construção futurista e me senti tentada em entrar, afinal, já que estava ali, não custava nada dar uma olhada.

- Vamos sim. - Sorri para ela que retribuiu e me puxou carinhosamente para entrarmos.

Bárbara fez questão de comprar os ingressos e pudemos ver uma exposição chamada Trilhar os Amanhãs, bem didática, diga-se de passagem, mas muito bem montada e pensada. Caminhamos pelos espaços, sorrimos, vimos tudo atentamente. Estou me divertindo muito e Bárbara não me largou nem um minuto, acariciando minha mão como apego.

Depois da exposição, decidimos terminar nosso dia na Quinta da Boa Vista, eu queria muito ir lá, mas não imaginava que iríamos hoje, porém a segui de bom grado. Ao chegarmos paramos a moto e seguimos para um local gramado, embaixo de uma árvore. Bárbara se sentou e me puxou para sentar no meio de suas pernas, entrelaçando seu braço pela minha cintura.

- O que está achando do passeio? - Perguntei, afinal fui eu que propus quase tudo.

- Estou adorando... cada detalhe dele. - Bárbara falou me dando um beijo leve no pescoço, me fazendo arrepiar e soltar um risinho baixo.

- Que bom... - Falo me apoiando em seu corpo, me deixando relaxar em seus braços.

Ficamos assim por um tempo, em silêncio, olhando o movimento das pessoas que passavam. Crianças brincando com outras ou acompanhadas de seus pais, casais, grupo de amigos, etc. O clima estava tranquilo e muito aconchegante.

- Alice... - Bárbara sussurrou chamando minha atenção.

- O que foi? - Pergunto sem mudar de posição.

- Namora comigo?

Esse pedido me pegou de surpresa, afinal, eu pedi para irmos com calma, não imaginava que Bárbara fosse tomar alguma atitude antes de eu dizer algo, ou dar algum sinal de que quero ir além de nossas ficadas. Por um segundo, não soube o que fazer, sentindo até mesmo meu corpo ficar tenso.

- Bárbara... eu já falei sobre... - Tentei falar, mas ela me cortou.

- Eu sei que já falou... mas eu não quero só ficar com você. - Falou acariciando de leve meu braço. - Eu quero poder passar momentos como esses com você. Te chamar de namorada, te exibir para todo mundo, te beijar e namorar no portão com seu pai me olhando de cara feia. - Ao ouvi-la falando isso foi inevitável não rir. - Por favor... nos dá uma chance?! - Falou se virando e nos colocando de frente.

Doce Obsessão (Romance Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora