Laura conduzia séria, enquanto meus olhos estavam aturdidos procurando reconhecer o local onde estávamos passando. "Meu Deus!" estava desesperada e assustada com a situação. O que será que ela vai fazer comigo?
Passamos por alguns lugares ermos e no final ela entrou em uma estrada de terra, me deixando mais assustada ainda. Não sei quanto tempo estava dentro de seu carro, mas sabia que era bastante, afinal, saímos da cidade e agora estamos em um local sem muito sinal de "civilização".
Chegamos em um local que parecia um sítio, arrumado, com gramado em frente e com árvores ornamentais, além de uma pequena casa toda envolta por uma varanda. Laura estacionou seu carro e desceu, dando a volta e vindo em direção ao lado onde me encontro. Abriu a porta sem muita delicadeza e me olhou firmemente.
- Desce! - Ordenou com a voz fria, o que me fez encolher no banco de medo e ela me olhar com desgosto. - Mandei você descer! - Falou agarrando no meu braço e me puxando para fora e fechando o carro com força. - Não me faça perder a paciência Alice, anda, vem comigo.
Laura foi me arrastando para dentro da casa, a qual abriu demostrando destreza com uma só mão, pois ainda segurava meu braço. Eu não tinha força para nada, somente chorar e tremer, queria dizer para ela que não iria, mas, não sei nem onde estou, como posso enfrentá-la?! Será que esse é meu fim?! Será que ela vai fazer comigo a mesma coisa que fez com Juliana?! Queria ver minha família.
Meus pensamentos revoavam atordoados e imaginando tudo de ruim que ela poderia fazer comigo, quando ela abriu a porta, me puxou com possessão me enfiando dentro daquela casa que nunca vi na vida e me jogando em um sofá antes de se virar e fechar a porta, a trancando.
Assim que terminou de trancar, Laura apoiou sua cabeça na porta e suspirou profundamente, ficando ali sem se mover. Olhei em volta com medo, tentando achar algum meio de escapar daquele lugar, mas não consegui achar nada. Apesar das janelas serem amplas, todas continham grades, o que não permitiria que meu corpo passasse. "Estou com medo" pensei chorando desesperada.
- Você está chorando? - Laura sussurrou da porta, sem mudar sua posição.
Ao ouvi-la, me encolhi mais no sofá e o pranto escorreu mais forte pelos meus olhos. Sem ter minha resposta, Laura se virou e me fitou com um olhar compadecido e preocupado, seu cenho franzido e seus olhos demostravam o quanto isso a deixava confusa, mas o que posso fazer? Estou com temor por mim, sei que mereço o que estou passando, mas não quero isso para mim, nem para ninguém.
- Por que está chorando?! - Falou vindo em minha direção lentamente. - Já te falei mil vezes, nunca te machucarei minha pequena. - Laura se aproximou e se agachou do lado do sofá levando uma mão a meu rosto e, assim que senti seu toque, estremeci de medo. - Não chora, por favor! - Disse suplicante.
- Como não vou chorar? - Falei em pranto. - Não sei onde estou e você está me assustando.
Laura me olhou confusa, parecia que havia cambiado de personalidade do nada. - Esse é um sítio que meu pai me deu de presente há alguns anos. - Olhou em volta. - Infelizmente, venho pouco aqui, apesar de que, quando venho, me divirto e consigo relaxar bastante. - Sorri nostálgica e volta a me olhar. - Tinha planos de te trazer aqui há um tempo, mas não tivemos oportunidade. - Com suas delicadas mãos, secou meu rosto e fitou meus olhos. - Não quero te assustar minha pequena, quero só acertar algumas coisas. - Falou calma.
- Que coisas? Acertar o quê? - Perguntei sentindo meu coração acelerado e o pavor me invadir.
Laura levou as mãos a meu pescoço e o acariciou lentamente, mas, repentinamente pude sentir seu agarre mais forte. - Por que está me ignorando pequena? - Perguntou e pude sentir a raiva em seus olhos e suas mãos apertarem meu pescoço com mais força. - Você me ignora e depois vai ver aquela vagabunda, o que está acontecendo aqui?
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Doce Obsessão (Romance Lésbico)
RomanceAlice e sua família se mudam do Rio Grande do Sul para o Rio de Janeiro por causa do trabalho de seu pai. Tímida, caseira e totalmente focada em seus estudos, Alice é carinhosa e muito ligada a sua família e demora um pouco a se adaptar a nova cidad...