Capítulo 17

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Depois de uma sexta-feira movimentada devido a festa de Amanda e um sábado cansativo devido a um dia inteiro de curso, finalmente estamos no domingo.

Estou aqui na condução indo em direção ao apartamento de Laura. Por sorte, hoje foi um dia atípico na minha casa. Minha irmã viajou no sábado bem cedo para Penedo com um grupo de amigas e o "estranho". Alexandre foi passar o dia na casa de um amigo dele, para, segundo ele disse, aproveitar o último dia de férias e meus pais foram para São Paulo visitar tia Lucrécia, que, sabido por intermédio de Daniele, sua esposa, está doente. Nada sério, mas sabe como é, irmão médico, não deixaria de ir ver como ela está, então viajaram no sábado pela manhã.

Chego no prédio e, para minha surpresa, me deparo com Laura me esperando na portaria, diferente de tudo que já fez. Desço e vou até ela que, assim que me vê, abre um sorriso largo e vem em minha direção.

- Minha pequena Alice. - Fala me segurando pela cintura e me plantando um beijo suave nos lábios. O que me assusta, afinal, estamos na rua e alguém pode ver. - Estava ansiosa para ver você.

- Percebo! Laura, alguém pode nos ver. - Falo me desvencilhando de seu abraço e me afastando um pouco.

- Não se preocupe, ninguém nos verá. - Laura fala segurando minha mão. - Quero fazer algo diferente hoje.

Ao ouvir o que ela fala, ergo uma sobrancelha estranhada, afinal ela é sedenta, o que será que ela está tramando?!

- Não me olha assim. - Ri da minha cara. - Nós sempre vamos para meu apartamento e fazemos... você sabe o que. - Fala baixinho. - Hoje quero sair com você, um programa de garotas.

- Como assim?! - Pergunto abismada com sua ideia.

- Ora, nós vamos passear juntas. Como você disse seus pais não estão em casa, sua irmã viajou e seu irmão está na casa de uns amigos. - Fala me encarando fixamente. - Podemos sair pela cidade num programa mais light. - Envolve seus braços em volta do meu pescoço ficando do meu lado e me dá um beijo na bochecha. - Vai ser divertido.

- Imagino. - Falo sem muito ânimo, mas o que posso fazer? Sinto que devo isso a ela.

- Vamos, nossa manhã será movimentada e, a tarde podemos ir a um lugar mais reservado nos saciar uma da outra. - Sussurra no meu ouvido para depois morder o lóbulo da minha orelha me causando um calafrio. "Que mulher é essa?!"

Laura me levou até a garagem de seu prédio, onde pegamos seu carro para podermos sair. Felizmente, ela não é tão inocente assim e, sabendo dos riscos que é nos verem juntas pelo nosso bairro, nos leva até Niterói.

Apesar de estar um pouco apreensiva com essa história de sair com ela como um casal, coisa que, fique claro, não somos, posso dizer que me diverti durante aquela manhã. Fomos até um local lindo chamado Parque das Cidades, de onde temos uma vista magistral de Niterói e Rio de Janeiro e há a possibilidade de se praticar voo livre. Até quis ir em um, mas Laura não me permitiu e, acreditem, o motivo não foi porque eu correria algum risco, mas sim porque eu teria que ir, praticamente, sentada no colo do instrutor de voo.

Depois fomos a uma linda construção chamada Fortaleza de Santa Cruz. Uma construção da época do Brasil Colônia e Império magnífica, que remete a época em que a cidade do Rio de Janeiro era capital nacional. Fiquei encantada com os canhões e as histórias do lugar, um magnífico passeio que irá me ajudar, de certa forma, um pouco com História.

Durante os passeios em ambos os locais, Laura segurava minha mão, não a soltando por nada, nem mesmo para eu tirar uma foto para recordação. Ela não se importava com alguns olhares acusatórios e, quando os percebia, fazia questão de demostrar carinho, seja me abraçando, seja acariciando meu rosto ou me dando selinhos. Provocadora como sempre.

Doce Obsessão (Romance Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora