2. A invasão

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Intrigada com meu sonho, levantei e fui a caça do meu celular no escuro do quarto (o mesmo estava carregando). Olhei às horas e notei que eram 3:00 da manhã, fiquei com um frio na barriga, pois nada de bom acontece na hora dos espíritos e demônios. Tirei ele da tomada e deitei na minha cama procurando no Google significados de sonhos, ou algo do gênero.

Depois de alguns minutos pesquisando, comecei a sentir minhas pálpebras pesadas e meus olhos ardendo. Bloqueei meu celular, e fui me encostar para dormir.

Estava quase caindo no sono quando ouço um rangido na porta da frente de casa, assustada pego minha coberta e me cubro até o pescoço - como se fosse me proteger muito.

Ouço a porta se fechar, e em sequência alguns passos. Estava na expectativa de meus pais acordarem e irem checar o que estava acontecendo, porém lembrei-me que os mesmo usavam remédios para dormir, o que os impedia de acordar facilmente.

Tomei coragem e fui espreitar pelas escadas o movimento, porém os passos já não estavam na sala, e sim no porão, o que me deixou mais tensa do que o normal. Para mim, aquele porão era assombrado, sempre sentia uma presença que debochava de mim.

A cada passo que dava sentia o ar mais denso e pesado. Embora eu soubesse da ignorância de descer e espreitar, algo re-lutava dentro de mim suplicando o desejo de ver o que estava acontecendo.

A cada desgrau que descia pelas escadas, era uma pontada de dor em meu coração, estava com muito medo, e a lanterna do meu celular não iria ajudar muito se tivesse que entrar em alguma luta corporal.

Quando cheguei perto da porta do porão notei a silhueta de um homem alto. Corri para cozinha e, fazendo o mínimo de barulho possível, peguei uma faca, me auto conduzindo para as escadas do porão.

Não utilizei a lanterna de meu celular, pois chamaria atenção, então usei somente a luz da lua que refletia na pequena e estreita janela que tinha naquele lugar frio e seco. Entrei falando:

-Quem está ai? Eu estou armada e ja liguei pra polícia. - ninguém respondeu, o que me fez falar novamente - Você tem apenas alguns segundos pra sair de onde está.

-Onde estou? - disse uma voz masculina.

-Onde estou? Eu que pergunto aqui, quem é você e o que quer?... - disse emburrada - O que está fazendo, estranho?

-Não sei... lembro-me somente de ir dormir na minha cama e agora estou aqui. - sua voz era baixa e seu tom era neutro.

-Venha para luz, que está entrando pela janela, para eu ver seu rosto, quero ver o rosto de meu inimigo. - estava tentando colocar autoridade na minha voz.

O rapaz saiu das sombras e se colocou no feixe de luz que vinha da lua. Quando vi seu rosto, congelei, não conseguia ter reação.

Aquele rosto era o mesmo do meu sonho.

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