13.Paralisia

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Murilo

Porque não conseguia mexer minhas mãos? Porque não conseguia mexer minha cabeça? Porque minha voz não saia? O que estava acontecendo? Minhas perguntas foram logo respondida com uma voz rouca e trêmula:

- Murilo, Murilo, Murilo... então você é o neto do Sisífo? Bom, parece que desta vez não irão enganar à morte. Já bastou seu avô ter enganado à morte duas vezes, agora não têm escapatória.

- Não estou entendendo! - Era mentira, eu sabia muito bem do que ele estava falando.

- Não adianta você achar que seus pensamentos não vão ser ouvidos por mim, eu estou no controle do seu corpo, eu faço, falo, ouço e ajo como bem entender.

- O que você quer de mim?

- Hypnos, seu reino e vingança. Hypnos matou minha amada Macária, para que ela não levasse para a morte as pessoas que estavam no estado de sonho e calmaria.

- E porque eu?

- Quem melhor pra enganar um Deus, do que um Sísifo?

- Por favor, não posso te ajudar, eu apenas estou tentando levar uma vida normal, crescer e ser alguém na vida.

Fiquei em silêncio num vazio e frio, única coisa que podia fazer no momento, era observar suas ações.

Primeiro ele fingiu ser eu para à menina de meus sonhos, Alice. Em seguida, apagou a memória das pessoas com quem convivi, fazendo com que eu não existisse para ninguém. Pude ver ele torturar Alice, mostrando uma imagem minha com uma faca no meu peito cravada, coberta de sangue, só conseguia falar para ele parar, pois à menina não tinha culpa, mas não adiantou, ele queria matá-la. Ele a seguiu no banheiro, onde ninguém estava, fazendo com que o sumiço dela, ou à morte, tivesse sido causada por tentativa de suicídio, por sorte, uma jovem alta dos cabelos loiros e olhos castanhos, entrou no banheiro procurando-a, o que o forçou à se esconder.

Depois de um tempo praticando meditação, durante minha adolescencia, aprendi à sair do meu corpo de uma maneira fácil, o que me deu à oportunidade de correr até à jovem para alertá-la, e pedir ajuda, pois meus pais saberiam o que fazer, eles já estavam preparados à anos, caso uma coisa dessa acontecesse.

Apareci no quarto da menina e vi seu olhar de perdida e inconsolada, queria poder fazer mais, porém não consegui ficar muito tempo presente, pois o Monstro (assim apelidado por mim), percebeu minha ausência e como castigo disse que iria fazer um mal maior com à menina.

No dia seguinte à minha tentativa de fuga, ele me disse:

- Te deixarei olhando, paralisado, para que você veja à morte da menina, e pelo que parece, teremos duas mortes hoje, não é mesmo? - senti à raiva e o mal em sua voz, qual era à graça de matar jovens inocentes? - À graça, Murilo? Não é graça, é lição, se você continuar deste modo, terei que tomar providências mais drásticas, envolvendo sua mãe. - havia esquecido que ele sabia tudo o que eu pensava.

Senti ele saindo de meu corpo, e vi se personificar em si próprio, Tânato.
Não conseguia me mexer, fiquei apenas de pé observando a cena dele indo atrás de Alice e seu amigo, mas de alguma forma soube que ele não iria à matar, se não ele já teria à matado faz tempo, ele quer alguma coisa com ela, talvez à entrada da Cidade dos sonhos, Roz, ou talvez à usar como moeda de troca, à vida dela pela vida do irmão Hypnos.

Quando vi que ele à deixou escapar, senti um alivio, mas esse alívio logo foi tomado por uma dor que passou por todo meu corpo, sabia que ele estava tomando posse novamente de meu corpo. Logo ouvi:

- Na próxima não têm perdão.

- Me desculpe, senhor.

Logo minha visão ficou turva, e eu já não estava mais em meu corpo, embora eu ainda o sentisse. Senti uma presença forte e branda, que foi me dizendo:

- Não se preocupe, tudo vai dar certo, nem sua família e nem ninguém será machucado. Vou clarear a mente deles, e os levar para Roz, pois Tânato não sabe onde fica, por isso precisa de você e da jovem. Tente ser forte.

A voz se foi, e minha visão voltou ao normal.

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⏰ Última atualização: May 07, 2019 ⏰

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