4. Talvez mais uma noite normal - Murilo

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MURILO

  Tinha acabado de chegar em casa, a faculdade estava me cansando cada vez mais, eram trabalhos, provas e horas complementares para todos os lados. Minha vida social? Só de fim de semana e olhe lá.

   Tomei meu banho para jantar algo, e logo fui me deitar. Deixei a janela e a porta do meu quarto abertas para poder circular o ar fresco que o vento trazia de seu horizonte. Peguei meu celular e fiquei vendo algumas séries até cair no sono.

   O meu sonho era sempre o mesmo,  estava entrando em uma casa, e por algum motivo eu tinha a necessidade de ir até o porão dela. Eu ficava perambulando e andando de um lado para o outro a procura de algo, talvez um tesouro. Por algum motivo alguém sempre me impedia de continuar a procura, era como se a pessoa me tirasse de uma hipnose e me colocasse em meu lugar, o que me deixava confuso e atordoado por alguns segundos.

   Todas as vezes essa mulher me impedia, seu nome era Alice, e por algum motivo eu sabia. Ela era baixinha, morena, com os cabelos soltos e meio bagunçados (o que dava a idéia de que a mesma tinha acabado de se levantar da cama), tinha um corpo violão, e em sua mão fazia questão de expor uma faca. Eu sabia que aquilo não me machucaria, sempre passávamos por aquela situação. Eu não estava ali de corpo, e sim de alma.

   Porém desta vez alguma coisa estava diferente, as coisas pareciam mais reais, tanto que a mulher conseguiu me atingir. Senti a faca entrando por meu peito e passando as camadas de pele até atingir meu coração. Percebi que estava machucando o antebraço dela e derrepente uma queimação se iniciou no meu, justamente onde havia feito uma tatuagem. Tinha que entender o que mudou, meu objetivo era resolver aquela situação, mas não deu tempo de dizer nada, meu peito doía muito, assim como o braço, e minhas forças estavam se acabando, apenas desapareci na completa escuridão.

   Acordei com uma dor terrível em meu peito, e com a minha tatuagem, em formato de rosa, latejando, sua cor parecia mais vibrante e seu contorno mais grosso. Levantei-me e senti tudo ao meu redor rodar, apenas gritei por socorro, e cai no chão desacordado.

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