17. Confusão

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Naquele momento eu só sentia o corpo de Rogers em total sintonia com o meu. A música penetrava em nossos corpos e parecia nos hipnotizar. Não queríamos saber de nada e nem de ninguém. Gigi se aproximou com Thiago, Jéh e Aroldo, todos estavam com algum tipo de bebida na mão. Não perdi tempo, e antes de Gigi pudesse ter alguma reação, peguei o copo de sua mão e virei de vez. Fiquei meio tonta, mas ignorei e continuei a dançar abraçada à Rogers. Por cima de seu ombro, pude ver um homem sentado no bar que não parava de me olhar. Aquele homem me parecia familiar, e o pior de tudo, parecia meu ex-marido. Mas ignorei aquele fato e pensei que deveria ser o álcool fazendo efeito em minha mente. As mãos de Rogers não soltavam meu corpo e aquilo estava me deixando louca. Fechei meus olhos e comecei a dançar de costas para ele em sinal de provocação. Logo senti o corpo de Rogers se afastando bruscamente do meu. Abri meus olhos e aquilo que eu achava que era invenção da minha cabeça, era real. Chimbinha havia puxado Rogers de mim e dado um soco no rosto de Rogers. Fiquei completamente abismada com a cena de Rogers caído no chão e Chimbinha batendo nele sem dó. Tentei socorrê-lo, mas foi completamente em vão. Gigi e Jéh me puxaram, Diego, Thiago e Adriano tiraram Chimbinha de cima de Rogers que estava com o rosto ferido e tentava levantar. O ódio no olhar de Chimbinha era notório e era mais que notório que ele estava bêbado, pra variar. Assim que ele caiu em si e me viu ali sem reação ele veio até mim e começou a proferir palavras de ódio.
-FILHA DA PUTA! Quer dizer que você me traía com esse viadinho desde 2014 e eu que saí como o errado dessa história?
-Tá maluco? Eu JAMAIS te traí! Muito pelo contrário, sempre prezei pela felicidade e união da nossa família, mas você jamais teve a coragem de pensar nisso e sempre que tinha uma oportunidade estava lá se esfregando com um rabo de saia!

Minha voz começou a ficar embargada e a vontade de chorar só fazia crescer. Os seguranças chegaram e tiraram ele dali. Nem preciso dizer que a nossa noite tinha sido completamente estragada né? Corri para ver Rogers que estava sangrando. Um dos garçons trouxe um pano com gelo e eu coloquei no rosto dele.
-Vamos gente, os táxis já estão a nossa espera aí fora...
Aroldo falou olhando pra mim e pro Rogers.
-Alguém paga a conta, por favor?!

Falei procurando algum cartão na bolsa. Mas alguém disse que já tinha pagado. Não sei ao certo quem foi, mas apenas sorri agradecendo.
Uma multidão nos observava saindo da boate e eu já estava imaginando a repercussão disso e mais uma vez meu nome envolvido em uma confusão.

A mistura do álcool com o estresse não estava me permitindo andar, me apoiei em Rogers e tirei o salto. Quando saímos da boate, os táxis estavam parados. A camisa de Rogers estava completamente suja de sangue, ele precisava ir no hospital levar uns pontos. Eu não estava em condições de levá-lo sozinha, e aparente os mais sóbrios daquela história eram Thiago e Jéh.
-Jéh, Thiago, vocês me ajudam a levar o Rogers no hospital?
-Não amor, não precisa. Eu to bem.
-Claro que não menino! Tu ta todo ensanguentado... Vai entra no táxi... Meninos, vocês vem comigo?
-Claro patroa...

Entramos no táxi e seguimos para o hospital. O resto do pessoal ficou esperando mais um táxi para voltarem para o hotel.

Fomos direto para emergência e logo fomos atendidos e nos encaminharam para um leito. Graças a Deus não era nada grave. Só tinha levado um corte no supercílio e outro na bochecha. Enquanto uma enfermeira aplicava anestesia local, Rogers fazia algumas caretas.
-Segura minha mão vai amor...
-Aquele infeliz me paga!
-Se estressa não, não vale a pena...
-Quero saber como aquele desgraçado descobriu onde a gente estava... Ele tinha que estragar tudo! Aaaah, mas ele me paga!

Ele fez mais algumas caretas enquanto segurava minha mão. Não demorou muito e a enfermeira já estava finalizando os curativos. Jéh e Thiago estavam na recepção aguardando notícias, deixei Rogers no quarto e fui avisar aos meninos que já podiam ir pro hotel. Assim que fui chegando à recepção, eles se levantaram e vieram até mim.
-Eaí patroa, ta tudo bem?
-Tá sim Thiago, graças a Deus não foi nada sério. Podem voltar pro hotel que assim que ele receber alta nós vamos. Jéh,faz um favor pra mim? Avisa a Nath sobre tudo isso, mas diz que já está tudo bem. Sei que a Gigi já deve ter avisado a ela, mas é bom ela ter notícias...
-Claro patroa!

Os meninos se despediram de mim e eu voltei pro quarto que Rogers estava. Ele já se encontrava com roupas limpas, e deitado na cama. Ele estava com os olhos fechados, mas seu rosto estava pesado, era notório que ele ainda estava com raiva. Não queria que ele ficasse assim. Fui até a cama dele e me deitei ao lado. Ele ainda com os olhos fechados, passou um dos braços em volta de mim, fazendo com que eu me aninhasse em seu peito. Já não tinha noção das horas, mas acreditava que já estava perto do amanhecer. Não conversamos, apenas fiquei ali, deitada em seu peito ouvindo as batidas do seu coração enquanto ele alisava meu ombro. Não sei ao certo quando, mas adormeci.

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