33. Lua de Mel

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As contrações ficavam cada vez mais fortes e Rogers cada segundo mais desesperado sem saber se ligava pra uma ambulância ou se ia comigo de carro para o hospital.

—Rogers, por favor, se acalma e me leva para o quarto.
—O que?! Não, precisamos ir para o hospital e...
—Rogers não vai dar tempo, anda me leva para o quarto.

Ele prontamente me pegou no colo e foi comigo o mais rápido possível para o quarto em que eu havia me arrumado e que estava uma verdadeira bagunça, maletas de roupas e de maquiagem por todo lado. Muitas pessoas nos seguiram até o quarto, o burburinho lá fora era grande. Logo Yago pediu para que todos descessem para nos deixar mais tranquilos.

—Mãe, eu vou ligar para a emergência tá?!

Apenas concordei com a cabeça enquanto eu me deitava na cama. As contrações estavam cada vez mais fortes e com intervalos menores. "Droga por que não me preparei como da última vez" Pensei enquanto mais uma contração chegava, dessa vez não me contive e soltei um grito, apertando a mão de Rogers que não fazia ideia do que fazer.

—Calma meu amor, já já passa.
—Rogers, isso aqui não é uma do de cabeça não, uma criança vai sair de dentro de mim!

Eu já estava suada, descabelada e fora de mim. Eu estava com medo de acontecer o mesmo com Yasmin.

—Meu Deus, porque você tinha que nascer hoje?! Só precisava esperar mais uma semaninha, tu já tens oito meses aí dentro, uma semana a mais ia fazer diferença?!

Falei olhando para minha barriga. Rogers me olhou assustado sem entender, eu apenas ri da cara que ele fez e ele retribuiu fazendo uma careta para mim. Não demorou muito e entraram duas enfermeiras junto com a minha obstetra, que já foi se preparando com luvas para verificar a minha dilatação.

—Olá meu bem, juro que vou fazer de tudo para que você se sinta o mais confortável possível ok?! Já está sentindo vontade de fazer força?!
—Sim, e eu não aguento mais as contrações.
—Ótimo, sinal que está na hora. Meninas se preparem que eu acredito que venha mais um serzinho ao mundo.


Ela suspendeu meu vestido e verificou a minha dilatação.

—Ótimo, já está quase coroando. Jô, na próxima contração vou precisar que você faça força ok?!

Balancei a cabeça e olhei para Rogers, eu estava com medo, e ele nervoso, parecíamos pais de primeira viagem. Mas no fundo eu sabia que tudo iria ficar bem, ele sorriu para mim e beijou minha mão. Os segundos de alegria foram desfeitos quando mais uma contração se aproximava. Cada uma das enfermeiras segurava minhas pernas, forçando contra minha barriga para fazer mais força. Fiz o máximo de força que consegui fazer, mas não acho que tenha adiantado muita coisa. Lembrei dos exercícios de respiração e mais uma contração chegava, fiz força e gritei de dor, senti que a cabeça do bebê já havia saído.

—Isso Jô continua assim, só mais uma vai!

Outra vez a contração. Tornei a fazer força como nunca havia feito na vida e o bebê finalmente havia nascido. Eu respirava ofegante, já sem forças mas sorria para Rogers que estava com lágrima nos olhos.

—É um menino!

Ouvi o choro do bebê e não contive as lágrimas, Rogers soltou a minha mão e foi até o nosso filho e cortou o cordão umbilical dele. As enfermeiras cuidavam dele, verificando a respiração e o coração enquanto Rogers beijava a minha testa chorando.

—É um menino! Nosso garotão!

Meu sonho era que fosse um menino, torci para isso todos os dias. Acho que de tanto eu insistir, Deus resolveu atender meu pedido. Logo uma das enfermeiras trouxe o pequeno enrolado em uma manta. Ele era lindo, uma mistura minha com Rogers e já estava todo cheio de graça sorrindo aos quatro cantos. Ele era pequeninho, cabia perfeitamente em meus braços. Rogers babava o menino como se não houvesse amanhã.

The SecretOnde histórias criam vida. Descubra agora