24. Trama

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*Chimbinha*

Eu preciso dar um jeito nisso. Como podia ser possível eu sair como o único errado dessa história? Não ia deixar barato. Precisava me vingar, mas como? Liguei para Neyelle.

-Alô? Neyelle?
-Ela mesma, o que tu quer agora?
-Está em recife? Preciso de sua ajuda.
-Vais me envolver de novo em seus planos malucos? Não cansa não é?!
-Exatamente. Não quero um plano maluco, quero um que dê certo e acabe de vez com aqueles dois. Só tua mente pode me ajudar nisso.
-Não sei não. Tenho que desligar agora, depois te dou uma resposta.

Pra variar ela tinha desligado o telefone em minha cara. Minha vontade foi de jogar o celular na parede, mas sabia que não teria condições de comprar outro, então me controlei. Minha vida já estava complicada demais, e tudo graças a desgraçada da Joelma. Eu estava morando de favor na casa dos fundos de um amigo meu, já tinha vendido meu carro e metade das minhas guitarras. Dediquei minha vida inteira àquela banda para acabar daquele jeito?! De forma alguma. Precisava dar a volta por cima, até porque a Banda X malmente estava saindo do papel. Minha vida estava no fundo do poço, que não teria mais volta. Decidi beber algumas doses de uísque pra relaxar. Peguei meu violão e comecei a tocar algumas músicas.

*Neyelle*

Adoraria saber o que passava na cabeça do Chimbinha. Ele deve estar pensando que sou igual à ex-mulher dele que abaixava a cabeça para tudo que ele mandava. Mas comigo é diferente. Mal tinha desligado o telefone na cara dele, e ele já estava me retornando. O dia mal tinha começado, e ele já tinha conseguido a proeza de estragá-lo.

-O que é que você quer comigo?!
-Primeiramente, bom dia Neyelle.
-Aaah, é você Joelma.
-Sim. Por gentileza, assim que chegar a sede hoje vá até o meu escritório.
-Hm, tá.

Não dei espaço para ela também. Assim que respondi desliguei o telefone na cara dela. Quem ela pensa que é?! Rouba o meu homem e meu filho. Ela já estava passando dos limites. Fiquei pensando o que ela queria comigo, mas voltei a olhar meu instagram e tomar meu café da manhã. Decidi que ela não me abalaria.
Terminei meu café, peguei minhas coisas e fui para sede de uber. Resolvi ir logo pra sala daquela mulherzinha saber o que ela queria comigo. Bati na porta e entrei. Rogers estava lá com Augusto no colo, Joelma estava em sua mesa cheia de papeis e mais algumas pessoas do RH.

-Bom dia...
-Bom dia novamente Neyelle, por favor sente-se.

Ela falou comigo séria, de cabeça baixa olhando para os papeis, Rogers parecia ignorar minha presença ali. Resolvi sentar, o clima estava tenso. Em minha frente havia alguns papeis empilhados e uma caneta, pude ver que era meu contrato.

-Bom, falta pouco mais de um mês para seu contrato acabar e cheguei a conclusão de que não há necessidade de você continuar conosco. Como você pode ler aí, caso haja alguma quebra de contrato, vou te pagar o valor correspondente ao tempo que faltaria mais 5% em cima do valor total. Pode assinar em todas as linhas que tiverem um "x".

Estava perplexa. Rogers continuava a me ignorar e mostrava alguma coisa em seu celular pra Augusto que ria feliz. Joelma, ora ou outra olhava pros dois e sorria.

-Já terminei com você, então qualquer dúvida pode falar com Patrícia que ela vai te encaminhar pro financeiro e vai saber tirar suas dúvidas. A JC shows agradece por seus serviços prestados, bom dia.

Ela falou fria e seca, se levantou, saiu de mãos dadas com Rogers e segurando a mão de Augusto do outro lado. Todos estavam sorridentes. Aquilo me consumiu de raiva. Resolvi todas as pendências que ainda tinha e fui para casa. Assim que cheguei, peguei meu telefone e liguei pra Chimbinha. Nem deixei ele falar alô.

-Já sabe o que quer fazer com a amarela sem sal?
-Ué, mudou de ideia?

Ele riu de deboche. Ele era um ser desprezível.

-Cala boca e conta logo o plano.
-Por telefone não. Estarei indo pra Recife hoje a tarde. Nos encontramos naquele hotel e acertamos tudo, ok?
-Tudo bem.
-Boa menina!

Revirei os olhos, suspirei fundo e desliguei o telefone na cara dele. Estava com tanta raiva que apenas sentei no sofá e chorei de raiva.

-Aaaah Joelma. Mas você me paga desgraçada...

*Chimbinha*

Ador irritar Neyelle. Joelma provavelmente puxou o tapete dela e ela estava irritada. Fui para meu quarto, coloquei algumas mudas de roupa em minha mochila e fui direto para o aeroporto. Peguei o primeiro voo pra Recife e cheguei por voltas das 17hrs. Mandei mensagem para Neyelle, e a mesma me avisou que já havia chegado. Segui para o local marcado. Cheguei na recepção e minha subida já estava liberada. Fui para o quarto e Neyelle já estava lá rodando de um lado para o outro.

-Meu Deus, que demora pra chegar aqui.
-Recepção bastante calorosa essa sua hein.
-Escuta aqui, eu quero acabar com a vida desses dois, entendeu?!
-O sentimento é mutuo. Alguma ideia?
-Sim, senta aí que eu vou contar.

Ela parecia determinada com o que queria, já havia pensado em tudo e ela sem dúvidas teria conseguido executar o plano com maestria sem minha ajuda, mas ela sabia que comigo no lance, a vingança seria mais gostosa.

The SecretOnde histórias criam vida. Descubra agora