23. Porto seguro

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*Joelma*

Não podia acreditar que aquilo tinha acontecido. A que ponto eu cheguei? Quanto mais eu pensava no que tinha acontecido, mais eu chorava. Rogers não falava nada. Era óbvio que Neyelle tinha me provocado, mas se ela espalhasse aquilo na mídia com certeza ia ser mais um escândalo na minha vida. Não sabia no que pensar, apenas chorava. O abraço de Rogers me consolava, minha vontade era de entrar no corpo dele e ficar protegida. Queria sumir, queria mostrar que era uma mulher forte, mas falhei.
Aos poucos fui me acalmando. Em momento algum Rogers deixou de me abraçar ou acariciar meu cabelo. Quando ele percebeu que eu tinha parado de chorar, limpou minhas lágrimas, segurou meu rosto com as duas mão, olhou em meus olhos e disse:

-Eu te amo, independente de qualquer coisa.

Aquilo foi o suficiente para eu desabar novamente. Ele não me merecia.
Depois de um tempo, me recompus e tentei me levantar com Augusto em meus braços, mas senti uma forte dor em meu tornozelo direito. Fraquejei e caí de volta ao sofá. Por sorte consegui apoiar meu corpo no braço e Augusto não acordou.

-O que aconteceu amor?!
-Não sei, mas acho que torci meu pé. Tá doendo muito.
-Espera.

Ele levantou, pegou Augusto do meu colo e o levou para o quarto dele colocando-o no berço. Ele voltou, estirou minhas pernas no sofá e delicadamente tirou minha bota, revelando o que eu temia e já esperava: um tornozelo inchado e dolorido. Mais essa agora. Levei minhas mãos à cabeça. Minha agenda estava cheia, eu tinha shows no final de semana. Como eu iria fazer alguma coisa no palco com o pé daquele jeito?! Uma mistura de raiva com desespero começou a tomar conta de mim. Olhei para Rogers na esperança de encontrar alguma resposta. Estava perdida.

-Calma minha princesa. Não é nada de mais.
-Como assim nada demais?! Tenho shows para fazer, músicas para ensaiar, figurinos novos para experimentar, além de coreografias pra passar. Como vou fazer tudo isso com o pé assim?
-Nada disso é impossível tá? Vou pegar um pouco de gelo pra colocar nesse mini pé.

Não podia deixar de rir, realmente meu pé era minúsculo. Ele me deu um beijo na testa e foi até a cozinha. Rapidamente ele voltou com uma vasilha que tinha algumas pedras de gelo e uma flanela. Ele colocou o gelo na flanela e sentou-se, colocando meu pé sobre sua perna. Assim que ele colocou o gelo em meu tornozelo, senti uma dorzinha. Fiz uma careta pra ele, que sorriu pra mim.

-Essa menina me paga. Não sei o que ela quer de mim. Aliás, sei sim. Mas ela não vai ter, porque você é meu.
-Juro que a minha vontade quando você bateu nela, era de te dar apoio. Ia adorar ver você acabar com a raça daquela menina.
-Na próxima vez não vou deixar nem um fio de cabelo pra contar historia. Ô mulherzinha ridícula.

Nos olhamos e rimos.

-Posso te pedir uma coisa príncipe?
-Claro amor
-Se muda lá pra casa. É mais seguro, pro Augusto, pra mim, pra você... Por favor!
-Tem certeza Jô?
-Sim. E óbvio que assim vou ficar mais perto do namorado mais lindo do mundo. Vai negar um pedido de uma mulher doente?

Fiz cara de cachorro pidão. Eu precisava fazer com que ele aceitasse.

-Tá bom Jô, eu vou.
-Eba! Já disse que eu te amo?

Ele riu, se esticou pra me dar um selinho e aproveitou para cheirar meu pescoço.

-Tem alguém aqui que está precisando de um banho.
-Cala boca menino!

Ele riu, se levantou, me pegou no colo, me levou até o banheiro e me colocou sentada no pia. Ele tirou minha blusa devagar, olhando para mim como se eu fosse a coisa mais delicada do mundo. Não pude evitar o sorriso.

-O que foi loirinha?
-Você aí me olhando.

Ele riu e continuou me despindo. Ele se abaixou e tirou minha outra bota e meia. Enquanto ele estava lá embaixo, aproveitei para tirar meu sutiã. Quando ele se ergueu novamente, não parou de olhar meus seios. Segurei em seu queixo com uma de minhas mãos e o puxei para mim, dando-lhe um beijo calmo. Ele aproximou o corpo dele do meu e eu o envolvi com minhas pernas. Fechei meus olhos e curti o momento. O beijo era intenso, suas mãos passeavam por todo meu corpo e davam pequenos apertos. Ele levou uma de suas mãos até minha nuca, ali era meu ponto fraco. Senti meu corpo se arrepiar e soltei um suspiro leve. Interrompi o beijo devagar com selinhos, abri meus olhos devagar e ele já estava me olhando com ternura. Sorri.

-Vamos logo seu bobo.

Ele tirou suas vestes e em seguida terminou de me despir. Ele me ajudou a descer da pia e ir até o box. Eu estava mancando e sentindo um pouco de dor, mas Rogers era completamente atencioso. Ele deixou a água na temperatura certa, e foi me molhando aos poucos. O sabonete dele era cheiroso demais. Devagar e com toda delicadeza do mundo ele me ensaboou. Obviamente não poderia deixar de retribuir. Ele me segurava para que eu não caísse e eu o ensaboava. Seu corpo era perfeito. Na medida certa, e naquele momento eu sorria e ele me olhava. Ele abriu o chuveiro, me abraçou e nós ficamos embaixo do chuveiro, abraçados e deixando a água cair sobre nós. Naquele momento não existia Neyelle, Chimbinha ou qualquer outro problema. Apenas eu e ele. O abraço dele era terno, cheio de amor. Estava tudo tão quieto que minha cabeça apoiada em seu peito estava dando para ouvir o coração dele bater.
Mas nem tudo são flores e Augusto começou a chorar. Provavelmente ele estava com fome. Suspiramos, logo saímos do box, nos secamos e fomos atendê-lo.
Apesar de toda agitação, o resto da tarde foi tranquila. Pouco antes de anoitecer, fomos para minha casa. Levamos boa parte das coisas do Augusto para lá. Rogers ficou de pegar o resto pela manhã. Ajeitamos tudo no meu quarto, decidimos que ele dormiria conosco até se acostumar um pouco mais com o novo ambiente. Quando terminamos tudo, já era quase hora de dormir. Augusto já tinha capotado a séculos, então decidimos dormir sem comer mesmo. Apenas nos jogamos na cama e apagamos.

The SecretOnde histórias criam vida. Descubra agora