Três

3K 530 76
                                    


Você é linda, minha deusa, mas você está fechada, sim, sim. Eu vou bater, então, você me deixará entrar? Irei te dar uma emoção escondida*

Brooke

Sentei no chão, eu não tinha força nas pernas e por deus quem teria força nas pernas depois daquilo. Meus lábios estavam em chamas, aliás dizer que meus lábios estavam em chamas era um verdadeiro eufemismo, meu corpo inteiro estava em chamas, eu estava pegando fogo, na verdade eu estava prestes a me transformar em cinzas.

...se você fazer o alarme soar novamente vou fazer muito mais do que apenas beija-la.

Ofeguei com a lembrança de sua ameaça, mordi meu lábio, seu gosto estava ali ainda, tinha gosto de bala de menta e sua pele tinha um leve aroma de cigarro de canela. Sua pele era tão quente, eu pude sentir seu calor através de seu uniforme de bombeiro de tão quente que ele era. E forte, e Deus grande como um armário. Ele era tão grande, deus como ele era grande.

Escutei batidas leves na minha porta. Ele teria voltado? Logo essa pontinha de esperança se foi, ele não bateria na porta com tanta delicadeza; ele era o tipo de homem que colocaria a porta abaixo, arrancaria as minhas roupas e me devoraria ali mesmo no chão da cozinha. A cena veio na minha cabeça completa e desejei que isso de fato acontecesse, quando comecei a viajar em minha própria ilusão novamente as batidas na porta ficaram insistentes.

— Já estou indo. — Gritei, me levantei do chão, minhas pernas ainda estavam tremulas e meus lábios formigavam de desejo, eu queria mais.

Abri a porta e dei de cara com Martha, minha vizinha enxerida.

— Oh minha menina você está bem? — A senhorinha de cinquenta e poucos anos passou por mim como um jato e olhou apavorada para a minha cozinha. — Você precisa ter mais cuidado com essas coisas, poderia ter morrido.

— Senhora Martha, foi a senhora quem chamou os bombeiros? — Aquela baixinha me encarou com um brilho nos olhos, o que a fez rejuvenescer uns dez anos.

— Sim, só cumpri o meu dever cívico. — Suspirei e sorri.

— Senhora Martha, já havia lhe dito da outra vez, que ás vezes eu posso queimar a comida e meu alarme de incêndio soar, isso me desperta e eu venho até o fogão, desligo o fogo e pronto tudo volta ao normal de novo. — Apontei para ela o aparelho branco e arredondado no preso ao meu teto. — É para isso que servem os alarmes de incêndio, para nos alertar e assim nós podermos conter a fumaça.

— Algo mais sério poderia acontecer, então chamei eles. — Disse ela.

— Mas se a senhora os chamar toda a vez que eu queimar a comida, eles não vão ficar contentes. — Expliquei. — Eles têm trabalhos mais sérios para fazer.

— Bobagem, o trabalho deles é virem quando são chamados. — Ela suspirou como uma adolescente. — Foi assim que conheci meu Willie, meu falecido marido trabalhava para o 17° batalhão e veio resgatar meu gatinho que estava em cima de uma árvore alta, nos apaixonamos e nos casamos em menos de um mês. — Ela suspirou novamente.

— Eu sei que sua história de vida é linda senhora Martha, mas por favor não chame mais os bombeiros por bobagens.

Mas que diabos eu estava fazendo? Se ele voltasse na minha casa iria acabar comigo e era uma das coisas que eu mais desejava em meu íntimo. Ter longas horas prazerosas ao lado de um homem quente como ele, depois nós nunca mais nos veríamos mesmo. Porque eu estava pedindo para a senhora Martha não ligar mais para os bombeiros? Qual era o meu problema?

Mason - Série Fire - Volume 2 (degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora