Seis

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Em todo lugar o ar é sombrio e frio. Estou preso nesta dor de separação; estou prestes a sufocar, dói tanto que eu perdi a minha força...O único remédio é o seu sorriso...*


Mason

Quatro dias haviam se passado, quatro dias e eu não conseguia tirar aquela mulher da minha cabeça; eu iria ficar louco pois nesses quatro dias que se passaram tentei organizar meus pensamentos. Eu me questionava a todo o tempo. Afinal sempre fui um cara controlado com as minhas fodas anteriores, porque eu perdia a cabeça sempre que a via? Eu disse que não poderia me envolver, principalmente agora que descobri que ela era professora de Emma, tudo se complicava para mais além. Eu iria enlouquecer era fato.

Emma tomava seu café da manhã em silêncio, fiquei observando-a, eu era uma droga de um pai que não sabia como começar um assunto. Eu detestava essa minha falha, essa minha falta de jeito de começar uma conversa sem ser grosseiro.

— Meu rosto está sujo? — Perguntou Emma tocando em sua face e me encarando.

— Não, está limpo. — Respondi.

— Eu fiz algo errado? — Perguntou ela.

— Não, nada... — Ela me encarou preocupada, eu estava encarando a menina, o que eu poderia dizer. — Eu só queria te fazer uma pergunta.

. — Disse ela e ficou esperando que eu perguntasse.

— A sua professora, ela é boa? — Emma me encarou surpresa.

— Uhum. — Respondeu ela apenas.

Eu queria saber mais e mais. Não apenas esse simples comentário.

— E ela é boa com você?

— Sim. — Emma continuou comendo seu cereal, mas com uma expressão estranha.

— Por que você ficou assim? Desde que eu perguntei pela professora.

— É que...— Ela brincou com o cereal um pouco antes de me encarar. — Você nunca perguntou.

Deus hoje era quarta-feira e eu só queria saber mais e mais. Eu senti o comentário de Emma dentro do peito, eu só estava pensando em mim mesmo, querendo saber mais daquela mulher, eu estava me tornando a mãe cretina de Emma, como eu posso nunca ter perguntado sobre a professora para ela?

— Desculpe. — Falei.

tudo bem.

— Eu vou perguntar mais coisas a partir de hoje. — Prometi.

— Você vai parar de buscar pessoas para me levarem? — Perguntou ela.

— Bem...eu....

— Hum... — Emma ficou me observando por alguns segundos antes de sair da mesa e ir escovar os dentes. Logo ela estava de volta com a mochila nas costas e pronta para ir.

Eu era um verdadeiro fracasso mesmo, não pude nem responder a Emma.

— Não esqueça seu lanche. — Entreguei a ela a lancheira na qual eu preparei sanduíches, suco de laranja natural e coloquei uma maçã.

Dizem que comer uma maçã por dia evita muitas doenças. Indiferente Emma pegou a lancheira e seguiu para a porta.

Eu não sabia como me aproximar dela, na verdade eu não sabia se queria de fato me aproximar dela, em breve ela iria embora e eu voltaria a ficar sozinho.

Esse pensamento de deixa-la ir embora me incomodou de forma estranha. Como uma pressão no diafragma, na qual eu não sabia explicar a razão. E por alguns segundos parei diante da porta tentando respirar, olhar para dentro do meu apartamento me causou mais dor ainda, em cima do sofá preto tinha um par de meias cor de rosa jogadas, na mesinha de canto tinham livros infantis que Emma pegava na biblioteca da escola, imaginar tudo isso desaparecendo e meu apartamento voltando a ser tão organizado e limpo quanto um centro cirúrgico me causou uma tristeza enorme. Mas o que eu poderia fazer? Eu poderia ser um pai? Eu poderia ficar com Emma?

Mason - Série Fire - Volume 2 (degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora