𝒜 𝑓𝑖𝑙ℎ𝑎 𝑑𝑒 𝒟𝑎𝑚𝑜𝑛 𝒮𝑎𝑙𝑣𝑎𝑡𝑜𝑟𝑒

Capítulo 10

Um olhar assustado tomava conta do meu rosto, estilhaços de vidro no chão, o sangue, o pavor e o medo, era muita informação para suportar de uma só vez. Sinto uma brisa passar pelos meus cabelos e olho para a água em baixo da ponte, eu estava prestes a me jogar.

" Emilly, pelo amor de Deus, não faz isso." Alex grita.

Horas antes

"O que aconteceu?" Stefan entra correndo no quarto e ajuda Alex a colocar Emilly na cama, a mesma estava desacordada.

"Não sei, ela estava lendo e do nada foi para a sacada e gritou, foi horrível!" Alex passa as mãos no cabelo desesperado.

Emilly acorda assustada e encara as pessoas a sua volta, seu olhar para em Alex e o garoto vai em sua direção a abraçando.

Emilly p.o.v

Eu chorava desesperada, me apertava mais contra o corpo de Alex e sentia o mesmo passar as mãos em meu cabelo. Alguém morreria e eu não tenho ideia do que fazer sobre isso, me separo do abraço e seco o rosto, Alex me encara e eu encaro de volta. A banshee havia tomado posse do meu corpo.
Saio do quarto e caminho tranquilamente até a floresta sendo seguida por todos da casa, estava descalça no chão frio mas nada me afetava como aquele grito, eu não sabia porque eu havia gritado. Eles não ouviram mas eu ouvi, eu não fui a única a gritar. Eu sentia a dor, a raiva e o instinto assassino correr pelo meu corpo mas eu não fazia ideia do porque.

Eu continuei andando até chegar em uma ponte, minha garganta começou a doer e eu parei no meio da rua, carros passavam por mim mas parecia que ninguém estava me vendo. Solto mais um grito, dessa vez mais baixo e sofrido. Na hora os dois carros que passavam por mim tiveram seus vidros quebrados, Damon e Stefan hipnotizaram os motoristas e eles foram embora, deixando apenas nós no meio da ponte.
Como eu estava descalça acabei pisando em alguns cacos e meu sangue escorria a cada passo que eu dava.

Um olhar assustado tomava conta do meu rosto, estilhaços de vidro no chão, o sangue, o pavor e o medo, era muita informação para suportar de uma só vez. Eu desperto quando sinto uma brisa passar pelos meus cabelos e olho para a água em baixo da ponte, eu estava prestes a me jogar.

" Emilly, pelo amor de Deus, não faz isso." Alex grita.

Era Alex, o que ele fazia aqui? O que eu fazia aqui? Me viro de frente para eles e dou um sorriso triste, eu não sabia o que estava acontecendo ou o porque de eu estar tão triste, aquela dor não fazia sentido. Uma lágrima escorre pelo meu rosto e me jogo da ponte.

 Tudo estava rápido demais, o vento passando pelo meu corpo me trouxe uma calmaria então fechei os olhos e esperei a água fria tocar minha pele, senti meu corpo afundar lentamente e esperei, esperei até o ar acabar. Eu me sentia humana novamente e talvez todos estivessem desesperados porque assim como eu, esqueceram que sou imortal. Sinto minha pele começar a arder,  ela queimava. Meu corpo é jogado para cima e quando dou por mim estou fora da água, eu flutuava e sentia as gotas pingando da minha pele, um grito surgiu em minha cabeça e acabei por gritar. Aquele grito, aqueles sentimentos, a vontade insana de matar alguém que eu não sabia quem era...Nenhum desses sentimentos era meu, eram de Lydia.

Senti meu corpo pousar lentamente na beirada da ponte, meus olhos que estavam brancos e com veias saltadas em baixo agora voltaram ao normal e meus cabelos molhados agora estavam secos, meu corpo fica mole e Damon me pega no colo antes que eu caísse.

"Mas que porra foi essa?!" Ele pergunta.

"Isso nunca aconteceu, pelo menos não desse jeito. A banshee de Lydia e seus sentimentos acabaram tomando conta do meu corpo, eu não sei quem morreu mas ela precisa de mim." Digo saindo do colo de Damon e calçando o par de botas que Caroline tinha nas mãos.

"Não importa quem precisa de você, vamos para casa." Damon me puxa pelo braço e sai me arrastando. Puxo meu braço e fico o encarando.

"Não importa para você, mas ela é minha amiga e quando eu precisei ela me ajudou. Se alguém que ela ama morreu eu vou estar lá para ela. Queira você ou não." Dou meia volta e saio andando.

"Mas o que? Concorda mesmo com isso?" Escuto Damon falar com alguém e logo então bufar. "Tudo bem pirralha, faremos isso, vamos para casa e você se troca. Depois disso nós vamos, de carro." Me viro para o mesmo e concordo, com minha velocidade corro em sua direção e monto nas suas costas. "Desce..."

"Não."

"Desce." 

"Já disse que não." Sorrio, o mesmo bufa novamente e segura minhas coxas me ajeitando em suas costas.

Quando chegamos em casa eu corri para o meu quarto e fui tomar um banho quente,  penteei meu cabelo e deixei secar naturalmente, visto uma calça jeans rasgada no joelho e um cropped de manga cumprida bordô, calco meu coturno preto e pego minha jaqueta também preta. Damon, Alex e Stefan me esperavam na sala já prontos.

"Vamos?" Alex me olha.

"Nada disso pirralho, viagem de família." Damon termina sua bebida e caminha até mim.

"Tudo bem, te aviso quando chegar." Respondo tranquila antes que o moreno comece uma confusão com meu pai. Vou até o mesmo selo seus lábios eu um selinho rápido. Entro no banco de trás e me encosto no banco, vai demorar um pouco para chegar então coloco uma música nos fones e tento relaxar.

Quebra de tempo

Já era noite quando chegamos na cidade de Beacon Hills. Acordei quando passamos pela placa de boas vindas a cidade, paramos em uma lanchonete e Stefan desceu para comprar um café para nós. Tomei o meu enquanto indicava o caminho até a delegacia, entramos e jogamos os copos de café no lixo. Me aproximo de um policial e chamo sua atenção.

"Boa noite, por um acaso Lydia Martin está aqui?"

"Boa noite, ela está esperando para falar com o xerife. Está na sala dele." Agradeço e corro até a sala do xerife, abro a porta e percebo que tinha mais gente do que eu esperava.

"Lydia!" Chamo a ruiva, ela parecia abalada e o rímel estava borrado.

"Emilly, que bom que está aqui." Ela veio até mim e nos abraçamos.

"Ouvi seu grito, o que houve?"

"A Allison, ela morreu." 

Eu entrei em um estado de transe, ela morreu. Eu conheci o grupo de Scott quando vim em Beacon pouco antes de Clara adoecer, eu não sabia que estava vindo para cá até estacionar na frente de uma escola. Nos tornamos amigos e fui embora cuidar de Clara, o resto já sabemos como aconteceu. Eu não esperava que a morena morresse.