𝒜 𝑓𝑖𝑙ℎ𝑎 𝑑𝑒 𝒟𝑎𝑚𝑜𝑛 𝒮𝑎𝑙𝑣𝑎𝑡𝑜𝑟𝑒

Capítulo 20

Damon p.o.v 

Desde que Emilly foi embora, novamente, há alguns dias, tudo tem estado uma confusão. Jeremy acabou contando o que aconteceu, Bonnie e Elena quase arrancaram a cabeça dele na porrada, mas depois a bruxinha foi embora ligando diversas vezes para Emilly. Até eu mandei mensagem para ela, mas não obtive resposta e sabendo que sua humanidade pode estar desligada, uma preocupação me atingiu.

flashback:

"Damon, onde está Emilly? Estava a procurando..." Jeremy desce as escadas com a toalha em volta do pescoço e os cabelos úmidos.

"Foi embora, estava precisando de um tempo..." Vejo de canto de olho Bonnie entrar na cozinha. "Mas você sabe bem o motivo, não é pequeno Gilbert?"

Jeremy torna a olhar para mim, sua respiração desregulando e as mãos fechando em punho, Bonnie se aproximou do mesmo e puxou o rosto do garoto em sua direção, mas ele a afastou. O pirralho terminou de secar o cabelo e largou a toalha, lanço um olhar bem significativo em sua direção antes de sair da cozinha com minha bebida.

Escuto toda a conversa a distancia, Bonnie chorou e depois se afastou dizendo que tinha que ir dormir e que não queria olhar na cara dele tão cedo. Quando terminei de mandar mensagem para Emilly a porta se abriu e o pirralho Gilbert caminhou até mim, se sentou ao meu lado e respirou fundo.

"Se ficar mais um minuto ao meu lado, arrancarei sua cabeça." Termino de beber e viro o rosto.

"Eu sei, mas eu preciso dizer uma coisa..." Jeremy falou, parecendo preocupado.

"Cinco minutos pirralho, anda." O encaro com raiva.

"Hoje na floresta, antes de Emilly ir embora...nos encontramos e, bom..." Sua voz tremeu e ele evitou me olhar.

"Pegou minha filha na floresta Gilbert?" O rapazinho acena com a cabeça e antes que eu pudesse arrancar sua cabeça do corpo ele volta a falar.

"Aconteceu uma coisa, no início ela parecia não querer mais nada...mas então..." Ele joga os cabelos para trás. "De uma hora para outra ela passou a querer, agindo como se não se importasse..."

flashback off

Desde então estamos procurando por ela, mas ela sumiu do mapa, tivemos que convencer Bonnie a rastreá-la e a bruxinha parecia bem disposta a deixar que Emilly se explodisse em qualquer lugar que estivesse. Ela acabou fazendo depois de muita insistência minha, alegou que só faria aquilo por mim e que não estava pronta para vê-la.

O feitiço de localização  nos guiou até a Rússia e preparamos tudo para ir até lá, Stefan se prontificou a ir comigo e não consegui convencê-lo do contrário. A viagem foi longa e cansativa, fiz questão de me alimentar antes de encontrarmos minha pirralha, depois seguimos até um belo hotel de luxo e subimos até o último andar.

Bato na porta com força e espero abrir, Emilly me encara meio chocada e depois vira para olhar para dentro, nossos olhos se encontram e ela nos deixa entrar. O quarto estava organizado e limpo, alguém estava no chuveiro e cantarolava despreocupadamente.

"Como me acharam?" Se sentou na beirada da cama e nos encarou.

"Bonnie, a bruxinha sabe o que faz." Dou de ombros.

"Bonnie ajudou vocês? Não achei que fosse possível depois da lista de xingamentos e o choro no telefone, ela tem boca suja sabiam?"

"Precisamos ir, então se despeça da sua amiguinha e pegue suas coisas." Stefan sorri e caminha até ela, mas a mesma desvia e ri.

"Eu não vou embora, estou bem...aqui." A porta do banheiro se abriu e uma bela mulher tatuada saiu usando uma toalha. "Vivian...esses são meu pai e meu tio." Apontou para nós.

"É um prazer conhecer vocês, Emilly é uma pessoa incrível." Apertamos as mãos e ela se afasta. "Milly, meu empresário ligou e avisou que eu tenho que ir hoje...já estou indo direto para o aeroporto."

"Tem meu número de celular?" Emilly perguntou enquanto a mulher entrava no closet para se trocar. "Quando precisar, me liga."

Aquele deve ter sido o momento mais estranho da minha vida, a tal Vivian voltou vestida e com uma mala pequena nas mãos, ela se aproximou de Emilly e selou seus lábios. Encarei Stefan e vi que ele também me olhava, tão confuso quanto. Quando a mulher foi embora, Emilly se pôs a arrumar suas coisas sem nem sequer olhar para nós. 

"Sua humanidade está desligada?" Pergunto, ela respira fundo e me olha.

"Estava, até ontem. Eu liguei de novo...já superei o que eu precisava." Deu um sorriso fraco. "Mas isso não significa que vou voltar com vocês."

"E para onde vai?" Stefan questiona, cruzando os braços.

"Não sei, mas Mystic Falls não é minha opção no momento." Emilly volta a arrumar as malas, analiso seus movimentos e me aproximo.

"Disse que já havia superado..." Sua cabeça tomba em meu ombro e a abraço de lado.

"Eu já melhorei, foi um erro que eu não posso corrigir e espero que um dia Bonnie me perdoe...eu desliguei para que fosse mais fácil passar por isso e realmente foi. Mas nada disso vai me fazer forte para encarar a amiga que eu perdi agora, preciso de mais tempo...com a humanidade ligada, para saber o que fazer." Beijo sua testa e ela se afunda dentro da minha jaqueta.

"Se é isso que você quer..." Seu rosto se afasta só para me olhar e sorrio ao perceber, tão próximo agora, que alguns detalhes são meus. "Não demore muito..."

"Não vai se livrar de mim por tanto tempo..." Ela ri e se afasta. "Quem diria que Damon Salvatore estivesse tão carente... 

Ela termina de arrumar as malas e descemos juntos, terminando de fazer o check-out nos encontramos na entrada do hotel. Depois de muito insistir Stefan a convenceu de nos deixar levá-la até o aeroporto, no caminho ela contou sobre o seu tempo no pais e que havia conhecido Vivian em uma festa a dias atrás, ela parecia mais relaxada e isso me deixou confortável para deixar com que fosse de novo.

"Não haja como um bebê Damon, ela vai voltar." Stefan riu e foi acompanhado por Emilly, a garota esta abraçando minha cintura enquanto eu lhe apertava pelos ombros.

"Está mais para pai coruja, super protetor e carente..." Reviro os olhos e a afasto. "Se acalmem, eu vou voltar. Tchau tio, tchau pai." Ela beija rapidamente nossas bochechas e entra no aeroporto. Ficamos em silêncio por um tempo e entramos no carro alugado, a música baixa que a garota tinha escolhido ainda tocava.