Capítulo 3

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Antes que eu responda ela me abraça com carinho, contudo eu percebo uma estranheza nesse ato, pois minha mãe nunca foi muito de expressar sentimentos, principalmente comigo. Entramos e percebo o que aconteceu, o tal Heitor estava na minha casa, e os dois homens que haviam aparecido na casa de Elliot também, junto do meu pai.

— Que bom que te encontramos! — exclama o meu pai me enforcando em um abraço caloroso que eu recebo com ânimo.

— Pedimos a ajuda do Sr. Brown para te encontrarmos, mas parece que você voltou, onde esteve? — pergunta minha mãe com preocupação fingida.

Meu pai a cutuca com o cotovelo, indicando que era um assunto para se tratar depois, só entre nós.

— Olá, Srat. Altermann, que prazer em vê-la — diz beijando minha mão.

Eu sorrio e peço licença para trocar de roupa e também me banhar. Quando entro no quarto, sinto uma presença atrás de mim, e reconheço o Heitor.

— Sabia que é estritamente proibido entrar no quarto de uma dama? — pergunto olhando em seus olhos azuis. Seu cabelo moreno balançava com o vento, e em alguns segundos um sorriso se formou em seu rosto.

— Nós sabemos que você não desapareceu, Sarah, sabemos que você fugiu. — diz calmamente, afastando um dos meus cabelos loiros do meu rosto.

Era difícil ser a única que não tem cabelos cor de mel na família, e sim loiros como o do meu pai, talvez esse seja mais um fato que me afasta de minha mãe. E ainda por cima por ter olhos azuis, que ela também não tem. Talvez ela me inveje, não sei dizer.

— Isso não te diz respeito, agora saía do meu quarto. — peço com educação.

Ele levanta as mãos no ar em sinal de rendição e se retira.

— Filha, precisamos conversar com você. — diz minha mãe entrando em meu quarto acompanhada de meu pai, ignorando o fato de que Heitor acabara de sair de meu quarto, já que ele é rico, acho que eles não vão comentar nada.



— O quê?! Eu não vou me casar! Principalmente com um quase estranho! — exclamo andando pelo quarto com as mãos no ar.

— Você não tem escolha, ele é rico, e precisamos do dinheiro. — rebate minha mãe.

— Tudo bem, querida, ela acabou de voltar, vamos dar um tempo a ela. — pede meu pai saindo de meu quarto.

Bato nos móveis irritada, eu não iria me casar, principalmente com esse homem estranho e misterioso, eu amo o Elliot. Me assusto ao ver outra pessoa entrar no quarto.

— Sarah! — exclama a pessoa, e logo reconheço minha irmã.

Ela corre em minha direção e me dá um abraço caloroso. Quanto tempo que eu não a via, Dayana havia se mudado a alguns anos de casa, pois como eu, não aguentava mais a nossa mãe. Que eu me lembre ela estava namorando e nossa mãe também não aceitava esse relacionamento, até chamava o homem de feiticeiro, não que isso fosse possível, pois eles não existiam.

— Você está tão...

— Suja, eu sei, não tive tempo de tomar banho. — respondo ríspida.

— Soube que está ficando rebelde. — ela brinca se jogando em minha cama.

— Faz parte, e aliás já estava na hora, assim como você fez. — comento procurando um vestido limpo no guarda-roupa.

— Não fale assim, eu não tive escolha, ela praticamente me expulsou. — ela comenta se levantando e tocando em meu ombro. — Não queira o mesmo destino que eu, o mundo lá fora não é tão fácil quanto parece.

Lua Cheia (Série Vampira e Presas) - Livro ExtraOnde histórias criam vida. Descubra agora