Capítulo sem título 7

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Tudo parece mau,

O céu é negro como breu.

Sinto-me a afogar,

E nas trevas afundar.

Mas depois vejo a luz,

Algo que brilha e reluz.

Ela abre e expande,

acolhe e levanta-me.

Sinto-me atraído e me aproximo.

Estico a mão e agarro-a em fim.

Em meu redor, cor e som,

Música e calor.

Estou em paz, a treva foi-se,

Olho em volta, e não a vejo.

Riu e esbracejo, canto e solfejo.

Abraço e rodopio, 

engolido pela graça da paz.

Mas depois algo me deixa consciente.

Algo que não existe mas é real.

Algo que está presente, mas invisível.

Chama-te ao ouvido, sempre atrás de ti.

Tu voltas-te mas não o vês.

Encolhes os ombros e prossegues.

Envolvido pelo brilho.

Caminhas e ao longe não vês

Um rasto do que eras,

Um rasto do que deixaste.

Dentro do teu peito,

Debaixo dos teus pés,

Cresce a sombra do que verdadeiramente és.

Viver é morrer todos os diasOnde histórias criam vida. Descubra agora