— Vamos entrar, Ana? Vamos, você está encharcada, tome um banho e aí eu vou fazer um chocolate quente e depois de um filme e de você se acalmar, você me conta o que aconteceu. — eu ainda estava extasiada com tudo o que aconteceu hoje. — Pequena?
Eu não conseguia responder, por mais que eu quisesse, ou tentasse, nenhuma palavra saia de minha boca. O que meu pai havia dito, ecoava em minha mente, ver Felipe novamente depois de tudo o que el fez comigo.
Henry me sentou no chão frio da varanda, colocou suas mãos em cada lado do meu rosto fazendo com que eu o olhasse, então eu cai em mim, eu iria me casar.
— Pequena, — iniciou ele, enxugando uma lágrima minha — Tudo vai ficar bem, eu estou aqui, Ana. Nada de ruim vai acontecer contigo, eu voltei pra ficar, voltei por você, para cuidar da minha pequena. Nada. De. Ruim. Vai. Acontecer. — disse ele pausadamente.
— Senti saudades. — lhe dei um abraço.
— Eu também. — ficamos ali por algum tempo — agora vamos entrar? — eu assenti e me levantei do chão.
Por que comigo? Por que comigo? Por que comigo? Era o que eu repetia, enquanto tomava um banho quente.
A água quente se misturava com a fria que saía de meu cabelo, eu me perguntava o que eu havia feito? Eu poderia sar de casa, ao invés de aceitar assinar aquela droga de papel. A droga de papel que faria eu perder dois longos anos da minha vida com uma pessoa que eu odiava.
O ódio e a dor que senti foi igual ao que senti ao rever Letícia pelos corredores da faculdade, senão pior, afinal Felipe poderia muito bem não ter feito o que fez. Meu passado sempre voltaria para me atormentar, não importa como ou quando, ele sempre voltaria.
Sai do banho, coloquei a calça de moletom mais largada que havia em meu guarda roupa, e desci para a cozinha. Ao chegar na mesma, pude observar Henry preparando os nossos chocolate quente, ele não notou minha presença o que me deu a chance de analisá-lo.
Ele havia mudado, continuava com seus 1,80 de altura, — uma girafa, não? — e seus fios loiros ainda pareciam a coisa mais macia de todas, mas seu corpo tinha traços mais marcados por músculos e a camiseta branca colada ao corpo ajuda a evidenciar isso. Fora o tom de sua pele, que havia se tornado mais bronzeada graças aos seus meses na Califórnia.
— E então, como se sente? — perguntou, me oferecendo a xícara de chocolate quente.
— Bem. — respondi.
— O que me diz de ver um filme?
— Sem ser de romance. — ele riu.
— Anastácia, você é a única menina do mundo que não gosta de romances. — disse Henry.
— Não é que eu não goste, acontece que eles são tão clichês e todos tão iguais que enjoam.
— Que tal comédia? — sugeriu ele e eu rolei os olhos.
— Que tal terror? — sugeri, e desta vez foi a vez dele de revirar os olhos. — Achei que tinha perdido o medo de ver filmes de terror.
— Por que você não pode ser uma garotinha normal, que ama romance e odeia terror? — disse ele com um ar dramático.
— Prometo que na hora de dormir eu irei olhar em baixo de sua cama, só para você dormir tranquilamente sem se preocupar com monstros. — ele me olhou com cara de poucos amigos.
— OK. — falou, e eu sorri vitoriosa.
— Te amo! — falei, ele sorriu e se levantou para colocar o filme.
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Love By Contract [REVISANDO]
Teen Fiction[REVISÃO EM ANDAMENTO] O pai de Anastácia Müller se vê sem saída quando descobre que sua empresa está prestes a falir, a ambição e a necessidade de voltar para o topo lhe faz oferecer uma ideia absurda para a sua filha: um casamento por contrato. An...