Doze

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Eu sai pisando firme, mas nenhuma lágrima se formou em meus olhos, muito menos escorreu pelo meu rosto. Apenas a raiva se esvaia de mim. Vai ver, não sinto nada mais que ódio e nem as lágrimas querem participar desse péssimo sentimento. Não sei para onde eu estava indo, muito menos sei se queria ir para algum lugar.

- Anastácia! - disse a voz irritante de Letícia a minha frente.

- O que você quer? - perguntei firme e grossa.

- Ui, quanta grosseria. - respondeu com um sorrisinho nos lábios.

- Olha Letícia, eu não estou com paciência pra suas idiotices. Então, fale logo o que quer, ou saía da minha frente. - respondi, me segurando pra não pular em sua cabeça.

- Nada... Eu não quero nada, Ana. - disse ela. - Como anda a empresa Ana, e as apostas de seu pai? E o seu casamento? Não vou ser convidada para o seu casório? - ela sorria.

- Não convido gente falsa, para o meu casamento. - respondi.

- Engraçado. - disse ela, juntando as sobrancelhas. - se o casamento é de mentira. - engoli seco.

- De mentira? - perguntei com um sorriso nos lábios. Como foi que ela soube disso?

- O que foi, Ana? Achou que eu cairia nessa sua conversinha de casamento? Eu sei que é de mentira, Anastácia. Você acha que me engana? - perguntou.

- Pobre Letícia, esqueceu de tomar seu remédio hoje? É óbvio que o meu casamento com Felipe, é real! Agora me da licença, não estou me sentindo muito bem. E só de ficar olhando para essa sua cara de puta me da enjôo. - disse, saindo dali.

Como foi que essa menina descobriu? Sai andando dali. Comecei a raciocinar, muitas pessoas sabiam sobre a mentira, mas eu confiava em todos que sabiam. Ali, Henry, Connor. Nenhum dos meus amigos seriam capazes de acabar com isso. Se cair na mídia sobre o casamento ser de mentira, as pessoas vão querer descobrir o porque estamos fazendo isso. E se descobrirem que é porque a empresa esta prestes a falir, vários outros empresários vão parecer urubus sobre carne podre. Droga!

- Pai! - entrei em sua sala. Estava na empresa.

- Não te ensinaram a bater, Ana? - perguntou meu pai, sentado em sua cadeira de couro. O Sr. Santoro estava junto em sua sala.

- É um assunto sério. - disse sem me importar com a presença de Santoro.

- Depois Ana, estamos resolvendo algumas pendências, sobre o casamento e a empresa. - disse meu pai.

- Letícia, - continuei, sem me importar com o que meu pai dizia. - ela descobriu ou desconfia que o casamento, não é verdadeiro. - disse, meu pai me encarava sem entender a onde eu queria chegar. - Letícia e eu temos alguns problemas do passado, se ela decidir falar alguma coisa para a mídia, todo o nosso esforço para arrumar o que você destruiu, terá sido em vão.

- Droga! - disse Santoro, sendo o primeiro a entender a onde eu queria chegar. - Se a sua empresa falir, a minha vai junto. - Santoro falava com meu pai. - e se isso vier a acontecer Müller, você vai se arrepender. Então, trate de resolver isso! - ameaçou Santoro.

- Darei um jeito. - disse meu pai, discando algum número no telefone em sua mesa. - Marisa? Venha até minha sala. Obrigado. - disse meu pai, desligando o telefone. - Já pode ir, Ana. - falou meu pai. Eu assenti, e sai de sua sala.

Meu pai tinha duas personalidades, o pai super protetor e o empresário idiota. E eu odiava essa personalidade. Sai da empresa e fui em direção ao Starbucks, pedi uma bebida e esperei meu pedido sentada em uma mesa. Olhei meu celular, muitas mensagens de Connor, todas me pediam desculpas, e uma dizia "não é o que você esta pensando."

Love By Contract [REVISANDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora