— Oi mamãe — comecei — o que a senhora ta achando de tudo que está acontecendo comigo? Será que você poderia conversar com Deus, e pedir pra Ele mudar o meu "livro da vida". Sabe, deixar as coisas mais fáceis de agüentar. Acho que é impossível né?! Mas as coisas aqui andam tão complicadas, tantas emoções, tá difícil. O que será que a senhora diria, em?
— Acho que ela diria que você é forte, muito forte. Foi o que ela disse para mim, quando você caiu da bicicleta, você ralou seu joelho, mas não chorou, e ela disse "você é forte, muito forte, se fosse seu pai já teria chorado." — disse meu pai, atrás de mim.
— Como sabia que eu estaria aqui? — perguntei, ainda estava chateada com a sua atitude.
— Eu não sabia, mas Henry sim e Akaly pediu para você parar de ignorá-lá.
Sorri, Henry me conhecia tão bem.
— Henry daria um ótimo genro. — falou meu pai.
— Talvez, se eu não o visse apenas como um amigo.
— Gosta daqui? — perguntou ele, sentando-se ao meu lado.
Apenas concordei com a cabeça.
— Um pouco.. Mórbido?
—Talvez. — sorri.
— Ela deve estar tão brava comigo. — disse ele, encarando o nome da minha mãe na lápide.
Me calei.
— Você lembra daquela vez, que eu fui tentar fazer você mudar de ideia sobre a cor do seu quarto e ela ficou brava comigo e disse que eu não tinha que interferir em suas escolhas.
— Claro, ela deixou eu pintar meu quarto de azul! — sorri com a lembrança.
— Nós nos conhecemos na faculdade, ela fazia direito e eu administração. Quando eu vi sua mãe, meu Deus, meu coração foi a mil, eu nunca senti nada igual por nenhuma garota. Mas ela era difícil. Cabeça dura, igual a você. — vi os olhos de meu pai lacrimejarem.
— Ela dizia que você era um homem babão, e aquilo a irritava e a enchia de orgulho, pois você era o tipo de homem cafajeste, mas ela fez você de gato e sapato.
— Sua mãe era incrível, ela era forte, carismática, linda. Você puxou muita coisa dela. Posso dizer, que você é a réplica da sua mãe. Tão linda quanto ela, tão forte quanto ela.
— Ela faz falta.
— Eu sei, mas pode ter certeza que ela vai estar sempre contigo.
— Eu sei.
— Ela te contou como eu a pedi em namoro? — eu concordei e sorri ao lembrar da história.
— Mamãe te fez pular da cachoeira, e só te disse sim no hospital porque você desmaiou. — meu pai sorriu.
— E assim como eu tenho essas lembranças maravilhosas a respeito dela, você também tem.
Ele estava certo, eu tinha. Eram incontáveis as aventuras que nós passávamos. Eu e ela sempre viajavamos, então, eu coleciono muitas lembranças, uma melhor que a outra. E em todas as nossas aventuras ela me ensinava algo: A ser corajosa, a ser forte, a enfrentar qualquer obstáculo e ela inventou que cada vez que eu passasse por um tipo de "prova" em cada viagem, eu ganhava um tipo de pingente.
A de coragem eu ganhei quando ela estava me ensinando a andar de bicicleta. Ela me desafiou a andar sem rodinhas e eu, claro, aceitei. Só dei três pedaladas e eu já estava no chão, ela se desesperou, e se sentiu culpada naquele dia. Mas ganhei o pingente da "coragem".
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Love By Contract [REVISANDO]
Roman pour Adolescents[REVISÃO EM ANDAMENTO] O pai de Anastácia Müller se vê sem saída quando descobre que sua empresa está prestes a falir, a ambição e a necessidade de voltar para o topo lhe faz oferecer uma ideia absurda para a sua filha: um casamento por contrato. An...