Cheguei aos fundos e vi meu pai e senhor Santoro. Ambos discutiam, fiquei sem saber o que fazer. Olhei em volta e vi Felipe sendo segurado por Henry, e Ali conversando com seu irmão em um canto. O nariz de Connor sangrava, e eu estava totalmente perdida.
- O que esta acontecendo aqui?! - perguntei.
- Assuntos da empresa, Anastácia! - disse meu pai, sem tirar os olhos de Santoro.
- Eu também faço parte da empresa, papai. - respondi sem hesitar.
- Problemas de adulto, então. - disse ele.
- Fala logo caralho! - gritei.
- Olha o linguajar Anastácia! - repreendeu meu pai.
- O seu pai quer encerrar o contrato, eu disse que se ele fizesse tal coisa, ele perderia tudo. - disse Santoro, com uma pistola calibre 38 em sua mão.
- Abaixa isso, Santoro! - gritei. Ele não se mexeu, apenas abriu um sorriso de escárnio.
- Esse é o seu plano? Me matar? - perguntou meu pai, tranqüilamente.
- É o que parece, não é? - perguntou Santoro. - Quais são suas ultimas palavras para seu pai, Ana?
- Por que você quer encerrar o contrato? - perguntei.
- Belas últimas pala... - disse Santoro, quando eu o interrompo.
- Deixa eu falar com ele, Santoro. - o mesmo apenas assentiu. - por que, papai?
- Porque ele mexe com coisas erradas. - respondeu.
- E isso tem haver comigo ou com a empresa? - perguntei.
- Com... - ele hesitou - a empresa - finalizou. Por um momento quis que Santoro disparasse, meu pai prefere a empresa do que a mim.
- Santoro, - comecei - Sou eu quem vai se casar com seu filho, eu que decido se vou continuar ou não. E a minha escolha é que sim, eu irei continuar. - disse, assumindo o papel de empresária. - Então, peço encarecidamente que você abaixe a arma e vá embora. E se você voltar a ameaçar algum deles - apontei para meus amigos e para meu pai - tudo estará acabado. E assim como você, eu também sei atirar. - queria que fosse mentira, mas era a realidade. Fiz aula de tiro e sei onde meu pai guarda sua arma.
- Isso foi uma ameaça? - perguntou Santoro.
- Foi um aviso, e eu não costumo avisar duas vezes. - respondi.
- Você não sabe com quem esta brincando garota, você é apenas uma adolescente. - falou.
- Nem o senhor sabe com quem está mexendo. - falei, com um sorriso nos lábios. - Agora, saía da minha frente. - ele não se moveu. - Agora! - ele saiu, fazendo careta.
Respirei fundo e encarei meu pai, e os outros que me encaravam incrédulos.
- Filha! - chamou meu pai, eu o ignorei, indo embora da casa de Connor.
Eu não precisava saber por que Connor sangrava e muito menos queria saber o que Felipe fazia ali, na casa de Connor. Por um único dia, eu só queria ser uma adolescente normal, mas infelizmente, eu não posso ser isso. Por conta da irresponsabilidade de meu pai.
E pensar que meu pai quase morreu, não pela preocupação comigo, não pelo o que poderia acontecer comigo, dependendo do que Santoro faz de errado. Mas ele se preocupou com a empresa, o que poderá acontecer se as pessoas descobrirem que Santoro mexe com coisas erradas e que o casamento é falso? O que pode acontecer com a empresa?
Se meu pai prefere a empresa, eu vou ser uma empresária que prefere o mesmo.
Eu precisava dançar, precisava ter a sensação do que era ser uma adolescente normal. Então, fui para casa, Rita não estava, subi diretamente para meu quarto e entrei no banheiro para um banho longo, demorado. Depois de um bom tempo, sai do chuveiro e me enrolei na toalha.
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Love By Contract [REVISANDO]
Teen Fiction[REVISÃO EM ANDAMENTO] O pai de Anastácia Müller se vê sem saída quando descobre que sua empresa está prestes a falir, a ambição e a necessidade de voltar para o topo lhe faz oferecer uma ideia absurda para a sua filha: um casamento por contrato. An...