Myst e eu conseguimos encontrar o "banheiro", além de usá-lo, consegui tomar um banho e finalmente me senti limpa e revigorada. Encontramos também umas roupas: não eram diferentes da que eu estava -a calça e a camiseta-, o importante mesmo é que estavam limpas e sem furos.
Os guardas "pediram" que Kilong e o Professor arrumassem a bagunça que fizerem, pois haviam espalhados todas as armas e quebrado a mesa.
– Myst?
– Sim?
Ambas ainda estávamos no banheiro e eu tentava finalmente concluir um coque no meu cabelo.
– Acho que meu corpo está diferente. – Myst me olha, parecendo não estar surpresa com o que dissera. Então continuo: – Eu estou me curando mais rápido do que o normal, não sei como, era para ter quebrado umas costelas, ou melhor, ter morrido, mas não... E fora que estou mais ágil e rápida. Talvez seja a atmosfera desse lugar. Eu me sinto tão forte agora.
– Acho que foram as experiências que fizeram conosco, não sabemos que tipo de coisas colocaram em nós.
– Experiências?
Acho que Myst não me ouviu, pois ela havia saído e levando consigo sua roupa velha. Agora que ela havia comentado sobre isso, eu tentava me lembrar do que aconteceu antes de eu acordar e ver o Professor adentrando na floresta de Yesub. Era estranho, algo de importante fugia de mim toda vez que eu tentava agarrá-lo, era como se alguém quisesse que eu não me lembrasse disso, e o pior, estava esquecendo cada vez mais dos rostos dos meus pais e da minha irmã, até mesmo de como eram meus animais.
Corri para alcançar Myst, as outras garotas de lá não eram muito com a minha cara e eu prefiro evitar qualquer tipo de agressão, ainda mais naquele ambiente.
Assim que cheguei a minha cela, me deitei encolhida na parede, dessa vez eu encarava Kilong, ele estava sentado e me olhava também, ficamos longos minutos assim, sem falarmos nada. Não sabia ao certo o que dizer, nosso treino apesar de doloroso era importante, ele queria me treinar, me ensinar, da melhor maneira possível e aprender na prática. Ter passado por isso foi uma experiência valiosa, eu sabia que podia contar com ele, sabia que podia contar com o Professor e com Myst. Criamos um laço e do fundo do meu coração, esperava que nunca fosse rompido. Vou sim fazer de tudo para voltar para casa, para todos nós voltarmos... E a nossa única solução era eu me encontrar com Izáquiton.
– O que tanto você pensa?
– Em como voltaremos. – respondo para Kilong. – E você?
Ele ri com desdém.
– Em como me aliei a você e seu amigo biruta.
Sorrio também, era realmente inacreditável como as coisas aconteceram e em como me meti nessa doideira toda.
– Talvez seja coisa do destino.
– Eh... talvez.
Kilong bocejou e logo em seguida deitou-se para dormir. Mesmo sabendo que ele não estava dormindo, muito pelo contrário, estava nos protegendo caso algum dos outros tentassem fazer algo conosco. Ele era o vigia esta noite e eu fiquei realmente grata por isso.
Os dias seguintes foram às mesmas coisas, acordávamos, comiamos e depois treinávamos na maior parte do tempo. Todos nós estávamos nervosos com a chegada da primeira batalha, os guardas mencionaram que seria na semana seguinte. Rezava todas as noites para que eu não precisasse lutar e nem que meus amigos lutassem entre si. Seria doloroso para todos, ainda mais sendo uma luta até a morte.
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Os Gladiadores do Universo - A Viajante - Livro 1
Научная фантастикаNa Terra sempre houve relatos de pessoas que foram abduzidas e que foram usadas para experimentos, mas até onde isso seria verdade? Ser abduzida não estava nos planos de Daya. Não quando se tem que lutar pela sua própria liberdade numa Arena. Úton...