CAPÍTULO OITO

1 1 0
                                    

Myst e eu conseguimos encontrar o "banheiro", além de usá-lo, consegui tomar um banho e finalmente me senti limpa e revigorada. Encontramos também umas roupas: não eram diferentes da que eu estava -a calça e a camiseta-, o importante mesmo é que estavam limpas e sem furos.

Os guardas "pediram" que Kilong e o Professor arrumassem a bagunça que fizerem, pois haviam espalhados todas as armas e quebrado a mesa.

– Myst?

– Sim?

Ambas ainda estávamos no banheiro e eu tentava finalmente concluir um coque no meu cabelo.

– Acho que meu corpo está diferente. – Myst me olha, parecendo não estar surpresa com o que dissera. Então continuo: – Eu estou me curando mais rápido do que o normal, não sei como, era para ter quebrado umas costelas, ou melhor, ter morrido, mas não... E fora que estou mais ágil e rápida. Talvez seja a atmosfera desse lugar. Eu me sinto tão forte agora.

– Acho que foram as experiências que fizeram conosco, não sabemos que tipo de coisas colocaram em nós.

– Experiências?

Acho que Myst não me ouviu, pois ela havia saído e levando consigo sua roupa velha. Agora que ela havia comentado sobre isso, eu tentava me lembrar do que aconteceu antes de eu acordar e ver o Professor adentrando na floresta de Yesub. Era estranho, algo de importante fugia de mim toda vez que eu tentava agarrá-lo, era como se alguém quisesse que eu não me lembrasse disso, e o pior, estava esquecendo cada vez mais dos rostos dos meus pais e da minha irmã, até mesmo de como eram meus animais.

Corri para alcançar Myst, as outras garotas de lá não eram muito com a minha cara e eu prefiro evitar qualquer tipo de agressão, ainda mais naquele ambiente.

Assim que cheguei a minha cela, me deitei encolhida na parede, dessa vez eu encarava Kilong, ele estava sentado e me olhava também, ficamos longos minutos assim, sem falarmos nada. Não sabia ao certo o que dizer, nosso treino apesar de doloroso era importante, ele queria me treinar, me ensinar, da melhor maneira possível e aprender na prática. Ter passado por isso foi uma experiência valiosa, eu sabia que podia contar com ele, sabia que podia contar com o Professor e com Myst. Criamos um laço e do fundo do meu coração, esperava que nunca fosse rompido. Vou sim fazer de tudo para voltar para casa, para todos nós voltarmos... E a nossa única solução era eu me encontrar com Izáquiton.

– O que tanto você pensa?

– Em como voltaremos. – respondo para Kilong. – E você?

Ele ri com desdém.

– Em como me aliei a você e seu amigo biruta.

Sorrio também, era realmente inacreditável como as coisas aconteceram e em como me meti nessa doideira toda.

– Talvez seja coisa do destino.

– Eh... talvez.

Kilong bocejou e logo em seguida deitou-se para dormir. Mesmo sabendo que ele não estava dormindo, muito pelo contrário, estava nos protegendo caso algum dos outros tentassem fazer algo conosco. Ele era o vigia esta noite e eu fiquei realmente grata por isso.

Os dias seguintes foram às mesmas coisas, acordávamos, comiamos e depois treinávamos na maior parte do tempo. Todos nós estávamos nervosos com a chegada da primeira batalha, os guardas mencionaram que seria na semana seguinte. Rezava todas as noites para que eu não precisasse lutar e nem que meus amigos lutassem entre si. Seria doloroso para todos, ainda mais sendo uma luta até a morte.

Os Gladiadores do Universo - A Viajante - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora