CAPÍTULO SETE

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O alarme soa novamente, não quero acordar, mas ao ouvir o som de uma porta se abrindo faz com que eu levante rapidamente. O mesmo soldado de antes, o que me "guiou" até a arena, me puxa pelo braço e me joga para fora da cela. Todas as outras celas estão abertas e não há mais ninguém lá dentro. Olho para ele assustada. – O que... – antes que sequer termine de falar, ele me empurra para que eu caminhe para frente. Tropeço no chão e ele me segura pelo braço e me levanta bruscamente.

– Vamos, quieta e não faça nenhuma gracinha. De agora em diante, as celas ficaram com as portas abertas, essa direção que estamos indo é o refeitório e ao lado há uma grande e espaçosa sala para treinos. Não tente matar ninguém, a não ser na arena. Há vários guardas postos para qualquer sinal de audácia de vocês.

Meu chão caiu. As celas abertas? Isso era perigoso demais, pensar na ideia de alguém entrando em minha cela e me matando, me deu náuseas. Porque quanto menos competidor, melhor e mais fácil é de ganhar. Talvez esses soldados tenham alguma utilidade...

Andamos por volta de cinco minutos até chegar num grande portão de aço: onde diversos símbolos Útonianos, desenhos de Gladiadores, com armamentos a estampavam. Não tinha fechadura nenhuma, o soldado encostou a palma da sua mão e a porta vibrou, um feixe de luz azul passou por meio dela, depois disso, se abriu.

– Como voc... – ele me joga com tudo para dentro da sala. Olho ao redor atentamente, e todos pararam só para me olhar. Há diversas mesas enormes e feitas de aço, parece haver um banco enorme em cada lado também. Têm vários tipos de aliens, alguns já parecem íntimos, enquanto outros, rivais de longa data. Depois de alguns segundos me encarando, todos voltam ao seu normal. A sala é enorme e há diversos guardas também, creio que seja por causa de haver alguma confusão. Além de ter várias estatuas grudada nas paredes, de diversos reis de Úton - sei disso porque a maior delas se parece com o rei atual-. Tento ir direto do que parece ser a cantina, finalmente posso ver uma Útoniana mulher, bom, no meio de tantos machos, ver alguém do mesmo sexo, me deixou um pouco mais feliz. Ela está servindo delicadamente cada alien que está na fila, à espera da comida. O modo como sorri, me deixa frustrada.

Olho mais uma vez e tento achar o Professor, assim que passo os olhos para a pequena mesa discreta, perto de uma das estátuas, lá está ele, acenando para mim, junto de outro alien. Penso em acenar também, mas acho que seria um pouco idiota da minha parte, então só assinto com a cabeça. Assim que pego um prato e entrego para a Útoniana, ela sorri para mim, tento retribuir o sorriso da mesma forma.

– Fico feliz por você estar aqui, vejo mudanças futuras neste mundo.

Eu a encaro incrédula.

– Não acho que alguém como eu possa fazer mudanças aqui.

– Cuidado, você pode se surpreender, pequenina.

Ela lança uma piscadela para mim e eu dou apenas de ombro.

Pego o meu prato e dou passos largos para chegar até o Professor, evito o máximo possível de encostar em alguém, não quero que os guardas se incomodem de ter que separar uma briga minha, sabe... esmurrando alguém.

– Curioso... estávamos a sua espera.

– A minha espera? – digo sentando enfrente a um alien azulado e no mesmo banco do Professor. – E então... Quem é você?

Ele sorri tão natural, consigo até ver seus dentes branquinhos. Sua cabeça é bem oval e ele é careca. O bom é que tem dois olhos, mas é desproporcional a sua cabeça e também tem dois braços, mas são tão finos e sensíveis.

– Eu me chamo Mystegarden. Prazer Humana.

– Só eu que tenho o nome mais fácil daqui? – Sorrio para ele.

Os Gladiadores do Universo - A Viajante - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora