Amelie

Amelie Gorget

-Vai ser rapidinho, Amelie! Uma dor suportável e prazerosa, querida!
-Para, papai! Está me machucando! Para!!!
-Só mais um pouquinho!!! Cale-se Amelie!!! Vou te foder inteira, sua vadiazinha desgraçada!!!
-Papai, está doendo!! Está saindo sangue!!! Para, papai! Para!!!

*A jovem de apenas quatro anos grita desesperadamente, no banheiro infantil da igreja*

-Sua mãe nos abandonou, agora quem faz o trabalho dela é você, sua cadela!!!

*O sangue escorre pelas pernas da garotinha, enquanto seu corpo ficava jogado no chão do banheiro.
O pai da garota levanta a calça, fecha o zíper e abandona ela ali, sozinha, chorando*

-Doeu?

*Uma voz doce e um pouco assustada pergunta. Era uma garotinha, aparentando ter a mesma idade de Amelie. A garotinha tinha assistido aquela cena assustadora por baixo da parede que separava um banheiro do outro. Amelie não responde.
  A garotinha sai do banheiro correndo e rindo, como se não tivesse visto nada. Talvez ela ainda não entendesse o que ocorria ali, por ter apenas quatro anos.*

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-Ela não fez nada! -Falo enquanto me olho no espelho do banheiro do meu quarto. -Ela podia ter falado pro padre, ou para alguma freira! Mas aquela garota não fez nada! Apenas riu...

*Converso com o hamster branco que estava nas minhas mãos. Acaricio seu pelo branco e macio, como a neve. Sorrio olhando seus olhos vermelhos.*

-Você queria ver sangue, papai? Queria ver sua filha sangrar?

*Pergunto pro hamster, como se ele fosse meu pai. Sinto um ódio tomar meu corpo e uma força subir às minhas mãos. Vou apertando o corpo do animal, sentindo seus ossos estourarem.*

-Foi isso que senti quando abusou de mim, papai!

*O animal que era branco, agora estava coberto por seu próprio sangue em minhas mãos. Seu pequeno corpo estava esmagado e seus olhos completamente arregalados. Sorrio e jogo ele no lixo do banheiro, onde tinham mais dois como ele, no mesmo estado. Lavo minhas mãos, vendo aquela linda cor se misturar com a água, formando um vermelho claro que ia embora pelo ralo. Me olho novamente no espelho.*

-Agora estou pronta! -Mando beijo pra mim mesma e dou uma piscadinha.

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-Amelie Gorget, você está atrasada pro café!

*Ouço Dalastra falar, enquanto desço as escadas do orfanato. Toda manhã era assim, não podia chegar nem cinco minutos atrasada que a freira vadia reclamava. A minha vontade era um dia poder acabar com ela! Mas manti o sorriso no rosto, concordei com a cabeça e respondi educadamente.*

-Desculpe-me, Dalastra! -sorrio para ela e me sento com as outras irmãs do orfanato.

*Elas são patéticas e estranhas. Muitas querem seguir as mais velhas e se tornarem freiras. Que tipo de mulher quer ficar presa por toda a vida, sem sexo, sem bebidas, sem pecar?*

-Garotas, como todas já sabem, as nossas irmãs do Colégio Da Santidade irão chegar hoje. É lamentável o que houve lá. -Dalastra fala alto e todas começam a sussurrar umas com as outras.

*Eu não sabia o que tinha acontecido no Colégio Da Santidade, mas queria saber.*

-Com licença irmã Dalastra, mas o que aconteceu? -pergunto enquanto passo geleia de morango no meu pão. Todas me olham com cara feia.

-O orfanato, que também é um colégio, como todas já sabem... ou quase todas -Dalastra olha pra mim -foi incendiado durante a madrugada de sexta para sábado.

*Um incêndio? Isso me interessava. Mas quem teria incendiado? Mordo meu pão curiosa e olho Dalastra.*

-Que horror! Quem seria capaz de fazer uma coisa dessas? -pergunto.

-Ainda não sabemos, Amelie! O que sabemos é que nossas irmãs estão vindo para nosso orfanato e irão ficar aqui até a reforma de lá acabar. Todas dividirão seus quartos com duas irmãs de lá.

*Dividir meu quarto com duas futuras freiras? Que merda é essa?! Onde esconderia meus animais mortos? Acho que vou precisar de um lugar maior, mas não para esconder animais, e sim pessoas. Claro, apenas se essas novas freiras se meterem no meu caminho.*

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*Após o café tedioso com as freiras e futuras freiras, vou para a escola. Estamos no começo do ano e já me meti numa confusão.
Dalastra teve que sair do orfanato à alguns dias atrás para assinar a fixa de advertência. Ganhei uma advertência por colocar alfinetes no sapato de um otário que me zoou.
É claro que eles não entendem o lado da garota problemática, agora do jogador de basquete gostosão...
Depois desse dia, todos me olham estranho, ou melhor, com medo.*

-Hey Amelie!

*Uma voz limpa e suave fala atrás de mim. Me viro.
Era Jordan, o único que não me olhava estranho. Talvez por ele também ser estranho.
Jordan é alto, cabelo ondulado e enorme, por isso ele usa feito um coque e, segundo as outras garotas, ele tem um físico malhado, o que não me importa.*

-Eai Jordan! Mais um dia nessa droga de escola! -dou um sorriso forçado, demonstrando o quanto odiava esse lugar.

-Não chama a escola de droga... você está desrespeitando as drogas! -ele pisca para mim e dá um sorriso com o canto dos lábios.

*O diretor tinha pegado ele fumando maconha nos fundos da escola. Ganhou advertência por isso. Esse povo ama advertir as melhores coisas.*

-Então... cadê a loira? -pergunto me referindo à Alanis, a namorada de Jordan.

-Alanis está compondo uma música nova pra banda. Ela disse que vai sair da nossa zona de conforto. -ele faz uma careta.

-Vão deixar de compor rock? Achava estranho uma loira patricinha cantar rock. Já estava mais do que certo que ela iria dar pra trás. -respondo enquanto ando ao lado dele.

*Alanis é aquela famosa loira de filme, onde anda rodeada por homens e mulheres que querem entrar pro seu grupo de vadias.*

-Do rock eu não saio nunca! Se Alanis quiser sair... foda-se ela! -Jordan me olha e esboça seu sorriso branco.

*Ele ama o rock mais que tudo. O rock é um dos estilos de músicas que me sinto bem, então entendo o amor de Jordan pela música. Na banda dele, ele fica na guitarra, enquanto a loira canta com Egon e Hillary fica no baixo.*

-Egon e Hillary... é verdade que eles...

-Pegaram a professora de história? Sim! Mas não sai espalhando por aí não! -ele me interrompe.

-Uau... menage com uma professora, bem interessante! -falo tentando imaginar a cena, mas acabo rindo.

-Eles são loucos. Acho que é o casal mais estranho que conheço! -ele completa e ri junto.

*Chegamos na sala de aula. Todos que tínhamos falado sobre, estavam ali. A loira, Egon, Hillary e até o garoto do sapato com alfinetes. Jordan me encara e eu o encaro de volta.*

-Mais um dia nessa...

-Nessa porcaria de escola! -dessa vez eu o interrompo.

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Olá pessoas, tudo bem? Esse é o meu mais novo livro! Espero que gostem de muito sangue, mortes e conteúdo adúlto, pois terá bastante! Bjos! ♡